Dezenas de estradas cortadas. Estacionamentos interditos. Condicionamentos no Metro e ruas sem caixotes do lixo e ecopontos. Esta é a Lisboa que Bento XVI não vai ver quando chegar, no dia 11 de Maio, mas será a cidade em reboliço com que os lisboetas terão de lidar.
O plano de segurança da visita do Papa a Lisboa (10 e 11 de Maio) e ao Porto (14 de Maio) foi apresentado, ontem, na direcção nacional da PSP. As estimativas da polícia apontam para que, durante os dias da visita de Bento XVI, saiam à rua 200 a 300 mil fiéis em Lisboa e 150 a 200 mil no Porto. O dispositivo de segurança, garante a PSP, está a ser preparado "há largos meses", mas mesmo assim a polícia escusa-se a revelar o número de efectivos destacados para a operação. "Serão em número suficiente para garantir a segurança", limitou-se a dizer o director nacional, Oliveira Pereira. Quer em Lisboa quer no Porto, os pontos altos da visita, em termos de segurança, são as missas - no Terreiro do Paço e nos Aliados. Mas os trajectos que Bento XVI fará em Papa Móvel, a 30 km/h, também vão merecer "atenção especial" por parte da polícia. Contas feitas, em Lisboa e no Porto, Bento XVI fará um total de 46,1 quilómetros por via terrestre - em Papa Móvel e em carro fechado "tipo limusine".
lisboa Em casos urgentes de socorro, os fiéis devem dirigir-se, recomenda a PSP, à 2ª esquadra, na rua do Arsenal. Nos dias 11 e 12, o trânsito estará cortado em todas as artérias - em ambos os sentidos - à hora a que Bento XVI passar. Os condutores devem estudar percursos alternativos.
Também o estacionamento será proibido nas laterais aos percursos tomados pelo Papa. Em breve começarão a ser distribuídos panfletos com um aviso: os carros estacionados nas zonas condicionadas serão autuados ou rebocados, caso não sejam retirados no prazo previsto pela polícia. Além disso, o trânsito pedonal e automóvel será cortado na Avenida Luís Bívar (junto à Nunciatura Apostólica) - excepção feita para moradores.
Os caixotes do lixo, ecopontos e outro mobiliário urbano vão desaparecer de todas as ruas gradualmente, a partir do dia 9. E o metro também não escapa aos constrangimentos, com a linha entre a Baixa-Chiado e Santa Apolónia encerrada no dia 11, até às 21h30. No Terreiro do Paço são esperadas 100 mil pessoas para assistir à missa, às 18h15. O Papa será vigiado por nove câmaras. No Tejo, a Polícia Marítima não deixará aproximar qualquer embarcação e a Força Aérea só deixará voar um helicóptero - que transportará a equipa de repórteres de imagem. Seis ecrãs gigantes instalados na Praça do Município, no Terreiro do Paço, na Rua Augusta e no Terminal dos Barcos (Praça do Comércio) transmitirão a missa em directo.
porto e Fátima No Porto, vão estar de serviço 93 câmaras de vigilância usadas, normalmente, no controlo do tráfego. À semelhança do que acontece em Lisboa, as ruas utilizadas pelo Papa serão cortadas ao trânsito, entre as 9 e as 13h00 do dia 14, prevendo-se o encerramento da Ponte do Infante - restam, como alternativa, as pontes do Freixo e da Arrábida. Em Fátima, as operações são coordenadas pela GNR, estando envolvidos cerca de 800 elementos na operação - os detalhes só serão revelados no final da semana.