Portugueses nunca compraram portáteis tão baratos
Menos de 600 euros. É a primeira vez que o preço médio dos computadores portáteis vendidos em Portugal fica abaixo desta fasquia, marcando uma nova era na massificação da informática. Os números são da Toshiba portuguesa e significam que nunca se compraram tantos portáteis a preços tão reduzidos. E a tendência veio para ficar.
"Em 2007, o preço médio de venda era de mil euros", disse ontem o director de marketing da Toshiba, Jorge Borges, durante a apresentação do quarto observatório do mercado feito pela empresa.
Este ano, a queda do preço médio atingiu um valor recorde de 20%. Porquê? a explicação está no programa e-escolas e no sucesso dos netbooks (miniportáteis low-cost), que pressionaram os preços em baixa e obrigaram a concorrência a reposicionar-se.
Os consumidores agradeceram e acorreram às lojas, o que se traduziu num crescimento de 30% do mercado - sem o efeito do e-escolas e do e-escolinhas (Magalhães), esta subida teria sido de apenas 6%. Este valor mesmo assim não seria mau, em ano de crise, de várias eleições e de espera pelo novo sistema operativo da Microsoft, o Windows 7. Feitas as contas, vão vender-se mais de 1,3 milhões de portáteis em 2009.
"Vivemos um paradigma diferente dos outros mercados: temos de vender mais produto com mais qualidade e por menos dinheiro", resumiu João Amaral, director-geral da Toshiba, que este ano também irá bater o recorde e vender 300 mil portáteis. A retrospectiva não deixa margem para dúvidas. Se em 2002, 20% dos portáteis vendidos custavam mais de dois mil euros, hoje essa fatia é inferior a 1%. Os portugueses baixaram a barreira psicológica para os mil euros e é aqui que se concentram 60% das vendas.
Nesta guerra de preços, o consumidor sai claramente a ganhar. Não só porque consegue bons produtos por menos dinheiro, mas também porque há mais gamas disponíveis: além dos portáteis convencionais, já é possível optar por um ultra-portátil, um netbook e futuramente por um smartbook. Esta é a grande novidade do mercado para 2010: um cruzamento entre o smartphone e o netbook, que dará origem a um aparelho ainda mais barato que os portáteis low-cost (que custam entre 250 e 400 euros), mas com funcionalidades acrescidas em relação ao smartphone. Segundo as palavras de Jorge Borges, serão "aparelhos concebidos para aceder a informação na net, mais limitados que o netbook".
A Toshiba acredita ainda que um dos impulsionadores desta nova espécie será o Chrome, sistema operativo que a Google vai tirar do forno já no início de 2010. Trata-se de um software leve, desenhado especialmente para portáteis de baixo custo, em que o acesso permanente à internet é a principal funcionalidade. Justificará a tendência para que cada consumidor venha a ter dois ou três equipamentos portáteis, tal como acontece hoje com os telemóveis, e que a base instalada de portáteis em funcionamento ultrapasse já os três milhões.
Via ionline