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Um olhar sobre o Mundo

Porque há muito para ver... e claro, muito para contar

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Um olhar sobre o Mundo

26
Mar10

Sexting. Quando os adolescentes se exibem online

olhar para o mundo

sexting

 

No Iowa, Jorge Canal faz parte do registo de criminosos sexuais porque, aos 18 anos, foi condenado por distribuir material obsceno depois de ter enviado, por telemóvel, uma fotografia do seu pénis a uma amiga de 14 anos a pedido dela.

Na Florida, Phillip Alpert, então com 18 anos, foi acusado de distribuir pornografia infantil e colocado no registo de criminosos sexuais porque, depois de uma discussão, enviou por e-mail uma fotografia da sua namorada nua de 16 anos para dezenas de pessoas, incluindo os pais dela.

Na maior parte dos estados, os adolescentes que enviam ou recebem fotografias sexualmente explícitas por telemóvel ou computador - prática conhecida como "sexting" - arriscavam, até agora, ser acusados de posse de pornografia infantil e passarem a constar no registo de criminosos sexuais durante décadas.

Porém, existe o consenso crescente entre advogados e legisladores que as leis da pornografia infantil são um instrumento demasiado inflexível para lidar com uma cibercultura adolescente em que todos os tipos de imagens sexuais circulam em sites como o MySpace ou o Facebook.

No ano passado, Nebrasca, Utah e Vermont alteraram as suas leis de modo a reduzir a punição aos adolescentes que tomem parte em tais actividades e, este ano, segundo o National Council of State Legislatures, outros 14 estados estão a considerar uma legislação que trate os jovens que praticam o sexting de maneira diferente em relação aos pornógrafos e predadores sexuais adultos.

Já este mês, um tribunal federal de apelo reconheceu pela primeira vez, em relação a um caso de sexting, que o promotor de justiça foi longe de mais na sua tentativa de impor padrões morais adultos. O parecer bloqueou a acção de um promotor de justiça que ameaçava acusar de pornografia infantil raparigas por aparecerem escassamente vestidas em fotografias enviadas para os telemóveis de colegas.

"Existe muita confusão sobre como regular telemóveis, sexo e adolescentes de 16 anos", diz Amy Adler, professora de direito na Universidade de Nova Iorque. "Estamos num momento de viragem cultural, não só por causa da tecnologia mas também pelo que está a acontecer em termos da representação da sexualidade adolescente, como podemos ver na série 'Gossip Girl'".

Há o risco real de que fotografias sexualmente explícitas, destinadas a serem partilhadas apenas com um amigo ou parceiro, acabem por ser colocadas na Internet e nas mãos de predadores sexuais.

No ano passado, uma rapariga de 14 anos de New Jersey foi detida e acusada de posse e distribuição de pornografia infantil depois de colocar dezenas de fotografias sexualmente explícitas onde figurava no MySpace.

O mesmo aconteceu com o caso de Canal, julgado no ano passado pelo Supremo Tribunal do Iowa. Canal tinha 18 anos quando enviou a fotografia do seu pénis erecto a uma colega de 14 anos, juntamente com outra foto do seu rosto, com o texto "amo-te" escrito na mensagem. A rapariga, identificada apenas pelas suas iniciais, pensava ter apagado a imagem mas os pais encontraram-na e passaram-na à polícia.

Tais casos, dizem os advogados, não cabem nos contornos das leis de pornografia infantil.

"A lei da pornografia infantil destina-se a proteger as crianças dos pedófilos", afirma Adler. "Embora o sexting seja insensato, não é, na realidade, o que o Supremo Tribunal tinha em mente quando delineou a lei da pornografia infantil. Não faz sentido que, em muitas das situações de sexting, o pornógrafo e a vítima sejam a mesma pessoa."

Numa medida prática, os jovens raramente são, se chegam a ser, detidos ao abrigo da lei da pornografia infantil pela prática do sexting.

Alguns dos 14 estados estão a considerar a criação de legislação que torne o sexting num delito menor, enquanto outros pensam vir a tratar o assunto como o fazem com outros delitos juvenis, como faltar à escola ou fugir de casa.

"Muitas jurisdições estão a criar um delito separado para estas situações", revela Mary Leary, professora de direito na Universidade Católica. "Estão a transferir os casos para o tribunal de família ou juvenil. Quanto mais escolhas estiverem disponíveis ao promotor de justiça, incluindo desviar o caso do sistema juvenil de justiça, melhor."

Ela e muitos outros acreditam que algumas punições criminais deviam ficar-se pelos livros de direito. Há ainda quem seja a favor da descriminalização.

"Na generalidade, isto devia ser uma questão de educação", afirma Witold Walczak, director jurídico da União das Liberdades Civis Americanas da Pensilvânia. "Ninguém contesta que o sexting pode ter consequências muito más, e nenhum pai quer ver o seus filhos a enviar imagens de nus. Mas se existem milhares de miúdos que o fazem, vamos criminalizá-los a todos?"

Uma sondagem recente concluiu que cerca de um em cada cinco adolescentes confessou já ter praticado sexting. Outra sondagem concluiu que quase metade dos rapazes em liceus mistos já viram uma fotografia de uma colega nua.

Existem dois cenários básicos. Num deles, um adolescente partilha uma fotografia de nu, geralmente com o parceiro romântico. No outro cenário, o parceiro ou, mais frequentemente, o ex-parceiro, distribui a imagem.

A nova lei no Nebrasca faz a distinção: não sancionando os jovens com menos de 18 anos que enviam a sua própria fotografia para um destinatário que dê o seu consentimento e que tenha, pelo menos, 15 anos. Por outro lado, um adolescente que passe a fotografia aos amigos pode enfrentar a acusação de pornografia infantil e cinco anos de prisão.

O caso de Tunkhannock, Pensilvânia, que produziu a decisão de dia 17, ilustra quão complicados podem ser estes casos. As fotografias foram descobertas pelas autoridades escolares, que confiscaram os telemóveis dos alunos e entregaram-nos ao promotor de justiça.

Walczak, o advogado das raparigas, planeia interpor um processo em separado acusando a escola de, ao procurar material nos telemóveis confiscados, ter violado a privacidade dos alunos.

O promotor de justiça disse aos pais dos alunos envolvidos - quer os que constavam das imagens quer os que tinham as imagens nos telemóveis - que os seus filhos poderiam ser acusados de pornografia infantil a não ser que participassem num programa pós-escolar.

O programa, dividido por sexo, envolvia testes de droga aleatórios, liberdade condicional e aulas em que as raparigas iriam "adquirir o conhecimento do que significa ser uma rapariga na sociedade actual", onde, entre outras coisas, teriam de escrever composições sobre como o que fizeram estava errado.

Apenas três, entre mais de uma dezena de famílias, recusou juntar-se ao programa - as de duas raparigas, de 12 e 13 anos, que foram fotografadas de soutien numa festa, e de uma terceira rapariga fotografada quando saía do duche com uma toalha enrolada por baixo dos seios. Os pais dizem que as fotos não são pornográficas, uma questão que nenhum tribunal considerou ainda. E não existe qualquer prova de que alguma das três raparigas tenha apoiado ou motivado a circulação das fotografias.

Os pais foram a tribunal, alegando que a acusação iria retaliar devido à recusa em juntarem-se ao programa.

"Necessitamos de leis que lidem com o sexting de uma forma mais holística, baseando-se nos factos de cada situação em particular", considera Weins, que escreveu um artigo sobre o assunto. "E não é assim que deviam funcionar as leis da pornografia infantil."

 

Via ionline

09
Dez09

A Playboy é cultura?

olhar para o mundo

A playboy é cultura?

 

 O presidente brasileiro Lula da Silva criou um cheque cultura de 50 reais (perto de 20 euros) a todos os trabalhadores que ganham menos de 1.500 reais (cerca de 800 euros) para gastar em bens culturais.

Ficou logo à partida estabelecido que o cheque poderá ser usado para ir ao cinema, teatro, um concerto, comprar um livro, e assim por diante. Mas depois, questionou-se: e se alguém quiser comprar uma revista pornográfica? 
A questão foi levantada pelo senador Augusto Botelho, do Partido dos Trabalhadores de Lula da Silva, e as empresas que publicam este tipo de conteúdos não ficaram alheias á discussão. "Revistas e jornais também são material cultural.  E se assim é,  pornografia também é também cultura", explicou Augusto Botelho.
ministério da Cultura chegou a tentar definir o que é uma revista cultural, mas a dificuldade foi tal que os políticos ficaram-se apenas pela intenção. 
O senador acaba de apresentar o projecto de lei que espera ser ratificado por Lula. No projecto, o senador deixou bem expressa a sua opinião.  Falta saber a opinião do presidente.

 

Via ionline

23
Nov09

Aprendi com um actor porno!

olhar para o mundo

 A pornografia não se discute, não se fala, é coisa de 'pervertidos'. Lamenta-se em público e vê-se em privado. Solitariamente. Desde as cassetes de vídeo beta aos últimos streamings online que assim é - para mencionar apenas os últimos 25 anos. Ora, os factos são estes: o porno já não é o desvio da norma e representa hoje valoresmainstream da cultura popular. Exagero? Basta ver o que se passa ao nível da net. São criados 266 sites de adultos a cada segundo. Há dois milhões de pessoas a registarem-se em sites porno a cada minuto. A maioria é vista no horário diurno. Nos EUA, os maiores consumidores de pornografia têm entre 12 e 17 anos. A geração masculina entre os 20/30 anos admite consumir regularmente e mesmo as mulheres já têm um subgénero orientado para o seu gosto visual. A banalização da cultura porno já começou há algum tempo - teorias feministas dizem que é o último santuário onde o homem é dominante - mas terá reflexos comportamentais nem que seja... na coreografia de cama. Deixemos agora o moralismo na mesa-de-cabeceira para tentar ver outros aspectos da questão.

Li há dias um artigo em que a autora - atónita - tinha descoberto ao ver um dos seus primeiros filme porno que o namorado se comportava na cama como um actor de uma grande produção do Valley. Temos assim essa possibilidade em aberto. A de que alguns dos comportamentos masculinos (logo, femininos) na cama sejam hoje predeterminados por uma performance coreográfica absorvida pelo visionamento de centenas de produções cinematográficas, com tecnicalidades impostas pela realização fílmica e incorporadas na sexualidade quotidiana como 'normais' e agora já erotizadas. Há uma formatação planetária do acto sexual pela pornografia - sendo que a mesma não é ditada por uma sexualidade realística. Isso de abrir mais uma perna para dar campo visual à lente quando se está no escurinho do quarto é capaz de não fazer sentido sem ser para o realizador.

Tanto mais que se a vida copia a pornografia, a pornografia copia a vida. Hoje a indústria está moribunda devido à pandemia do chamado 'porno Gonzo' - os clips amadores ou amadorísticos, grátis ou falsamente free, que inundaram a net e que criaram uma multiplicidade hiper-imaginativa de géneros que muitas vezes ultrapassam e banalizam os graus mais extremos de violência e crueldade - sem se perceber o grau de encenação.

A suspeita de que estamos a actuar na cama como actores porno foi-me confirmada pela leitura do recentíssimo livro de um dos grandes deste género, Adam Glasser, conhecido por Seymore Butts, intitulado "Rock Her World". Deixem-me ser gabarolas: eu já li muito manual de sexo! E este é sem dúvida o melhor, bate qualquer kama sutra rebuscado e poético. O senhor Butts é efectivamente um poço de saber, um encanto de pessoa, um conselheiro sensato, um cavalheiro e o irmão mais velho que sabe tudo, mas tudo o que nunca tivemos coragem de perguntar - ou por não termos um actor porno à mão ou por não nos ter ocorrido fazer tal pergunta.

E o objectivo do senhor Butts não é fazer do leitor um aprendiz de actor porno, au contraire... O actor reformado alerta que entre a encenação sincopada e cortada das cenas e o que se passa fora de plateau não há comparação. O que interessa é a vida 'cá fora'. Ora é a combinação de saber das suas centenas de aventuras sexuais 'reais' com a sua experiência profissional polvilhadas com relatos de histórias e que não fazem uma apologia de uma promiscuidade gratuita que tornam este manual num must. Muitos homens portugueses acham que isto do sexo não se aprende em livro: basta a prática (depois de ver porno). Uns serão tolos. Outros acabarão cornos. Palavra de Butts.

Via  Expresso

22
Nov09

Nos bastidores da pornografia: viagra, jogos de cartas e romances

olhar para o mundo

 

Nos bastidores da pornografia, Viagra e gel....

 

9h30 da manhã. Pelos caminhos da Serra de Sintra, perdidos entre o nevoeiro que naquela sexta-feira cobriu praticamente toda a encosta, conseguimos finalmente encontrar a moradia. O portão está entreaberto, mas por pouco tempo. "Temos de ser discretos", avisa-nos um elemento da produção que nos aguardava, apesar de não haver praticamente vizinhança e da estrada estar deserta. Cá fora, no parque de estacionamento, vislumbramos alguns elementos da equipa, que preparam o pequeno-almoço na cozinha. Livrámo-nos do primeiro mito: não é com torradas, tostas-mistas e café que os actores garantem a performance, mas graças aos famosos comprimidos azuis e gel de potência masculina, cujas embalagens convivem harmoniosamente na banca da cozinha entre sacos de compras, paletes de leite e detergentes da loiça. O dia está a começar e adivinha-se longo. "Rápido, temos uma agenda a cumprir", grita o realizador Max Cortez. "Onde andam as mulheres?"


A esta hora, Carla Cox e Daria Glower, duas celebridades porno da República Checa, ainda estão no andar de cima. Dão os últimos retoques na maquilhagem, uma na casa de banho, outra no quarto. Facilmente se percebe que estamos numa casa habitualmente desabitada. As paredes estão despidas, os móveis também, e no chão acumulam-se peças de roupa e sapatos - de saltos vertiginosos, claro. Embora ali o sexo seja sobretudo um negócio, três das seis suites da casa estão ocupadas por outros tantos actores (três mulheres e três homens), divididos por casais. Essa parte da casa, no entanto, não é permitida fotografar: "é a nossa vida privada", dizem. 

Cá em baixo, na sala onde vão decorrer as filmagens, as duas actrizes checas são aguardadas pelo realizador, um produtor e dois assistentes, que vão deitando o olho ao plano de trabalhos. O cenário da produção é uma moradia de luxo em Sintra, arrendada à semana por mais de mil euros. Tem piscina, campo de vólei e uma vista privilegiada sobre a serra. É ali que a equipa vive durante o tempo de rodagem daquele que será um dos primeiros filmes pornográficos não amadores feito em Portugal. Durante o dia, o ritmo de trabalho é alucinante: ao todo, a película inclui 35 cenas, feitas em dez dias. À noite, o merecido descanso: enquanto uns se divertem a jogar cartas Uno, outros vêem televisão - e há quem se distraia com uma revista cor-de-rosa ou com um livro. 

Entre cenas O frio da rua contrasta com o ar abafado que se respira na sala do piso térreo da casa, onde é filmada a primeira cena do dia. Que o diga Carla Cox e a sua compatriota Daria Glower, expostas ao calor dos dois projectores que incidem directamente sobre elas. Sempre que o realizador corta a cena, as duas apressam-se a sair do set e a sacar de lenços de papel para limpar o suor e engolir uma bebida energética de cor azul. Mais tarde, os lenços seriam utilizados para eliminar os vestígios deixados por Marcel, o protagonista da primeira cena com as duas mulheres. 

Não há qualquer guião ou diálogo. A velha fórmula retro-porno do canalizador que visita a senhora em apuros domésticos já só entra no imaginário dos tempos da revista "Gina" e da era pré-internet. Hoje, explica Max Cortez, "as cenas são feitas para a internet. E não passa disso, de uma cena de sexo. Acho que o filme com principio meio e fim, com argumento, teve o seu momento. Actualmente, não faz sentido fazer uma aproximação ao cinema convencional, nem é viável". É por isso que o realizador recusa chamar 'cinema' a um filme porno. "Porno é porno, nada mais." 

Antes da cena começar, Max dá breves indicações às duas actrizes. Nada que ambas não dispensassem: Carla tem 25 anos e mais de cinquenta filmes no currículo, Daria é mais velha e experiente: 28 anos e quase 100 películas. São elas que abrem o plano e fazem uma espécie de introdução, enquanto Marcel aguarda num canto a sua entrada em cena. Só o fará quando o realizador ordenar, mas até lá convém manter a "postura".

Enquanto isso, sentados numa mesa fora do enquadramento, o produtor e dois assistentes vão trabalhando ao computador. Trocam mails, vêem cenas gravadas nos dias anteriores, actualizam páginas da net, praticamente indiferentes ao que se desenrola a menos de cinco metros de distância. Apesar do calor da cena e da banda sonora de gemidos que a acompanha, facilmente se percebe que se trata de encenação. "É tudo fingido", explica o produtor Carlos Ferreira. "Quando o realizador manda cortar, fica tudo quieto, como se nada fosse." Mas sempre que a luz vermelha da câmara está acesa, Carla e Daria fazem permanentes investidas de sedução à objectiva, orientadas pelos sinais do realizador para mudarem de posição. A entrada em cena de Marcel não carece de qualquer tipo de introdução ou diálogo: pura e simplesmente aparece. Primeiro vestido, três minutos depois apenas de gravata agarrada ao pescoço. 

A cena é olhada de perto pelos outros actores que se vão acotovelando à porta da sala e trocando segredos. Há quem tenha acabado de saltar da cama, olheiras imponentes nos olhos e fato de treino vestido. Um dos actores, Steve, olha-nos de soslaio na cozinha e confessa-se "cansado". Está ali enfiado há cinco dias, a viver uma espécie de Big Brother pornográfico. Pouco depois daquela curta conversa, preparar-se-ia para filmar mais uma cena - e perceberíamos finalmente o que ele queria dizer com o sentir-se "cansado". Nada que não se resolvesse. 

Quando a cena do trio chega finalmente ao fim, passa-se à fase das fotografias. O DVD, explica Carlos Ferreira, "inclui imagens de cada um dos shots". Daí que seja necessário recuperar as posições filmadas. "Ou então estamos sempre a interromper", atalha Max Cortez. Não foi o caso: a cena foi feita ao primeiro take e sem cortes. O momento alto, comenta um dos assistentes de realização, é o "cum shot". Ou seja, quando o actor atinge o clímax. E é aqui que a rodagem de um filme pornográfico assume contornos surreais: à ordem para cortar, segue-se a intervenção imediata do fotógrafo de serviço, que desata a disparar flashadas sobre o trio. Depois, encenam cada uma das posições para a fotografia, entre os risos delas e a evidente dificuldade e inibição do actor em dar seguimento ao trabalho.

Filme interactivo Em menos de um mês, parte desta equipa veio a Portugal duas vezes. Primeiro para o Salão Erótico de Lisboa, agora para realizarem esta produção portuguesa, que de português tem apenas a empresa que a patrocina. A Hotgold é a proprietária do primeiro canal nacional para adultos (disponível para assinatura mensal numa das operadoras de televisão por cabo). O facto de o elenco ser todo estrangeiro - duas mulheres e dois homens da República Checa, um alemão, um espanhol e uma colombiana - tem a ver com questões orçamentais. "Fica mais barato", garante o produtor português, Carlos Ferreira. Além disso, "é bastante mais complicado contratar actrizes portuguesas".

A equipa técnica incluiu, no entanto, dois elementos portugueses, responsáveis pela filmagem. "Temos uma equipa portuguesa, que está aqui a fazer uma espécie de estágio para as nossas produções futuras." O resultado dos dez dias em Sintra será um filme "interactivo" que chega às sex-shops em Janeiro de 2010. Interactivo? "Sim, será possível escolher os intervenientes e os cenários".

29
Out09

Erica Fontes :Sempre tive o sonho de ser actriz porno

olhar para o mundo

Erica fontes

 

 Erica Fontes, de 18 anos, poderia estar a entrar para a faculdade mas optou por ser actriz pornográfica e o seu primeiro filme vai estrear amanhã no Salão Erótico de Lisboa. A lisboeta assume o objectivo de mudar mentalidades: "Sei que a carreira que escolhi não é bem vista mas estou aqui a falar consigo para tentar mudar as coisas, abrir a mente dos portugueses e fazer o nosso País avançar na indústria do entretenimento para adultos", afirma, acrescentando: "Estou a fazer o que gosto, de livre vontade e não ligo ao que os outros pensam, se não o País não avança. O corpo é meu".


Erica garante que está a concretizar um objectivo antigo. 'Sempre tive o sonho de ser actriz de filmes para adultos. Comecei a ver porno aos 14 anos e as coisas foram avançando', diz a jovem, que completou o 12º ano e recusa falar sobre a sua vida privada: 'Quero separar as coisas'. Não conta quando perdeu a virgindade, como reagiu a família à sua opção de carreira ou se tem namorado.

No filme ‘O Diário Sexual de Maria’, Erica faz uma cena de sexo oral e vaginal com o actor Ângelo Ferro, outro estreante. 'Demorámos um dia a filmar e senti um pouco de prazer', confessa. Neste filme não houve sexo anal mas Erica não descarta fazer no futuro. 'Depende do guião e principalmente do actor com que vou contracenar', diz, confessando que já actuou a fazer striptease. Afirma que tem vocação para actriz porno, quer 'fazer mais filmes e trabalhar muito'. 'Não penso em ser uma estrela e chegar a Hollywood. Vivo um dia de cada vez'.

A actriz afirma que tem um contrato com a produtora e distribuidora Hotgold, pelo qual recebe um salário. Não diz quanto ganha por filme mas diz que ficou 'satisfeita'.

 

Via Correio da manhã

20
Jul09

O juiz decide: com ou sem preservativo?

olhar para o mundo

Pornografia, Com ou sem preservativo?

 

Na guerra dos preservativos, é agora o juiz quem tem a última palavra. Depois de mais uma actriz americana ter descoberto, no mês passado, estar infectada com o VIH, a indústria pornográfica e as autoridades sanitárias estão de novo em guerra. O motivo: usar ou não usar preservativo durante a rodagem de filmes pornográficos. 


Na sexta-feira, a AIDS Healthcare Foundation (AHF) apresentou queixa no Tribunal Superior de Los Angeles, na Califórnia, que terá agora de tomar uma decisão. A organização pede que seja tornado "obrigatório" o uso de preservativos durante a rodagem de cenas de "sexo duro". 

Em Porn Valley (em português Vale da Pornografia, alcunha do Vale de São Fernando devido à grande concentração de empresas XXX), as últimas semanas trazem à memória os acontecimentos de 2004. Nesse ano, o actor Darren James regressava da rodagem de um filme no Brasil e, imediatamente, entrava numa outra película, já nos EUA. Semanas depois, descobriu estar infectado. Pelo caminho, espalhou o vírus por quatro actrizes. A série de contágios forçou o encerramento da produção durante quatro semanas. O resultado foram milhões de dólares em prejuízos e o pânico semeado na indústria.

O terreno estava perfeito para a entrada em cena das associações religiosas e conservadoras. Estas organizações encheram os ecrãs das televisões e as páginas dos jornais a exigir o fim da indústria. Outras, menos radicais, reclamaram a imposição do uso do preservativo e lançaram a dúvida. É mesmo melhor ao natural? 

A resposta imediata das empresas foi: não. A maioria começou a produzir filmes em que os actores usavam preservativo. Mas, à medida que a memória dos acontecimentos se ia desvanecendo, os preservativos também iam desaparecendo dos cenários. Hoje, cinco anos depois, poucos filmes são feitos nestas condições em Porn Valley. 

A Wicked Pictures é actualmente a única casa que o faz. Fez a opção em 2004 e não se arrepende, apesar de reconhecer o impacto nas vendas. O presidente da empresa, Steve Orenstein, admitiu numa entrevista: "Quando fizemos a mudança, as vendas foram definitivamente afectadas, especialmente na Europa. Hoje, ainda tenho a certeza de que existe um efeito, mas já não é tão significativo."

Agora, a AHF argumenta dizendo que 3800 pessoas foram infectadas com gonorreia, herpes, clamídia e sífilis nos últimos cinco anos. Darren James, o actor que propagou o vírus, diz que 22 actores foram infectados nesse período de tempo. Apesar destes dados, o Departamento de Saúde de Los Angeles diz em comunicado que "continua a apoiar a legislação do estado". 

Na Califórnia, os actores são obrigados a fazer um teste ao VIH todos os meses. Durante esses 30 dias, as actrizes podem ter um parceiro por dia e os homens dois. Esta situação estimula a reclamação da AHF. "Estamos na capital do porno e não há qualquer intenção de tornar os sets de rodagem mais seguros", garante o presidente da organização, Michael Weinstein. "Não queremos censurar nada, apenas garantir que os trabalhadores estão seguros."

A indústria pornográfica tem agora de encontrar uma solução para estes problemas. Enquanto uns defendem testes mais regulares, outros apoiam a obrigatoriedade do preservativo. Esta última medida só têm de ultrapassar um obstáculo: o consumidor.

 

Via ionline

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