Não há sexo na praia da Estela, dizem eles de pirilau ao léu
Está aberta a guerra na praia da Estela da Povoa do Varzim entre os que gostam de andar por ali como vieram ao mundo e os mais conservadores, os que usam Lycra ou algodão parataparem "as vergonhas".
A praia é frequentada por naturistas. Ou seja o usual é as pessoas andarem por ali com o que Deus lhes deu ao sabor do vento do Norte e com a areia a entrar em tudo o que é orifício. Até aqui tudo bem, pelo menos para quem aprecia a liberdade do acto. Eu como não sou um apreciador da prática não vou comentar este aspecto. Respeito.
Acontece que há quem por ali diga, sobretudo moradores da zona e inclusive um vereador do PS - o senhor Renato Matos - que o coito é ali praticado em pleno areal como quem está a jogar raquetes. E que por isso estarão os bons costumes a ser ameaçados de forma vil e inadmissível gerando "conflitos frequentes" entre quem usa a praia nuzinho e quem ali vive perto e tem o estranho hábito de andar normalmente cobertos com peças de vestuário.
Os naturistas em sua defesa replicam dizendo que são "mentiras sem provas". Ou seja, que por ali o pipi e o pirilau estão livres e desnudados sim senhor é um facto mas nada de interacção ou união entre "membros" frequentadores. Tudo legal portanto. E estranham os alegados "conflitos com moradores" dado que "não há uma única casa ou edifício de habitação nas redondezas".
E assim se cria um mistério: como podem os tais "moradores" que nem sequer têm casa ali perto tão pouco nas redondezas ou mesmo o senhor Renato Matos, vereador do PS, saber se há ou não a prática explícita de sexo em plena praia se não são nudistas, naturistas ou frequentadores da mesma? E pasme-se, a Polícia Marítima não recebe uma queixa deste género -atentado aos bons costumes - há anos.
Deixem-me adivinhar: andavam por ali a praticar asa delta, olharam para baixo por acaso e viram o que lhes parecia ser uma orgia? Não seria apenas um grupo de turistas a espetarem os ferros do pára-vento?
Ou será que isto não é apenas mais um caso, bem comum na nossa sociedade, de revolta dos "puritanos da aldeia". Aqueles beatos que detestam saber que há malta nua a dois quilómetros das suas casas mas que se pelam por espreitarem atrás das dunas a jogarem ao prego?
Um naturista dizia quando entrevistado "eu se não gosto de bacalhau não vou a um restaurante onde sirvam apenas bacalhau". Eu não diria melhor. Mas ele também deveria saber que em Portugal o bacalhau é um prato muito apreciado e sobretudo apetecido.
Via Expresso