Bruce Lee, 70 anos de golpes e pontapés
Bruce Lee é como Elvis Presley: não é preciso ter vivido no tempo dele para saber quem é ou o que fez. Atravessa gerações sem T-shirt, de braços em posição de combate e abdominais definidos. Se hoje fosse vivo, o mestre das artes marciais completaria 70 anos e com certeza, continuaria a dar que falar.
Lee Jun Fan, Sai Feng, Lee Siu Long ou Li Xiao Long, ou, simplesmente, Bruce Lee, nasceu em São Francisco, na Califórnia. O quarto filho de cinco irmãos regressou para Hong Kong com apenas 3 meses, onde passou a infância e a adolescência.
As artes marciais fizeram desde logo parte da sua vida. Aprendeu várias modalidades como o Tai Chie, mais tarde, o Wing Chun. Em 1959 Lee envolveu-se num combate mítico com um filho dasTríades - uma temida organização criminosa. Foi aí que, Lee Hoi Chuen, o pai de Bruce, decidiu que o filho devia mudar de ambiente e rumar aos Estados Unidos.
Em 61 entrou na Universidade de Washington onde se formaria em filosofia. Durante a vida académica conheceu a mulher com quem se viria a casar e ter dois filhos, Linda Emery.
Fundou uma modalidade e uma escola de artes marciais mas foi na televisão e no cinema que Lee ganhou visibilidade além-fronteiras. Tudo começou entre 1966 e 1967 quando interpretou "Kato", parceiro de um herói na série televisiva "O Besouro Verde".
Foi em 1971, com "O Dragão Chinês" de Raymond Chow, que alcançou o sucesso no continente asiático. O mesmo aconteceu com a sequela "A Fúria do Dragão", que ultrapassou recordes de bilheteira do filme anterior. No ano seguinte saiu "O Voo do Dragão", fita escrita, dirigida e protagonizada por Lee. Neste filme o lutador fica frente a frente a Chuck Norris, num combate que ficou para a história.
"Operação Dragão" (1973) foi o último filme de Bruce que alargou a sua fama à Europa e aos Estados Unidos. O actor morreu pouco depois da estreia. Bruce Lee, 33 anos, terá sido vítima de um edema cerebral, apesar de nunca terem ficado esclarecidas as causas da sua morte. Um dos seus filhos, Brandon Lee teve um destino igualmente trágico. Com 28 anos o actor morreu em plena rodagem do filme "O Corvo", alvejado por um arma que estava carregada por engano.
Do famoso lutador fizeram-se documentários, entrevistas e escreveram-se livros. Bruce acreditava que a luta era uma forma do homem se entender e expressar através do corpo.
Se o lutador é amplamente conhecido pelos talentos físicos, poucos devem saber que também tinha um lado intelectual. Além de ser licenciado em filosofia, também estudou teatro e psicologia.
Possível filmografia que Bruce Lee não fez:
O Momento da Verdade (1984)
Na verdade o papel de Mr. Miyagi foi feito para Bruce Lee. Ele é o mestre ideal para dar os melhores ensinamentos. Desde apanhar moscas com pauzinhos a limpar vidros de carros com movimentos circulares. Sem esquecer: "Esfrega para a direita, esfrega para a esquerda"
Clube de Combate (1999)
Quem viu este filme sabe que Brad Pitt fica estupidamente fantástico entre gotas de suor e manchas de sangue. Mas o Bruce teria estado à altura do desafio. Num filme em que é necessário andar metade do tempo sem T-shirt, ele seria a primeiríssima escolha. Conhecido pelos seus abdominais de ferro, faria frente a qualquer Pitt.
O Tigre e o Dragão (2000)
Pontapés, golpes e saltos que desafiam a gravidade são para Bruce. Era só ensiná-lo a manusear objectos cortantes e tomaria o lugar de Chow Yun-fat enquanto um chinês pisca o olho.
O Último Samurai (2003)
Antes de tudo temos de admitir: o Tom Cruise não tem altura nem estofo para entrar na pele de um Samurai – não desprezando as aptidões de interpretação do senhor que nem são nada más. Quem, melhor que Bruce Lee poderia interpretar um homem em busca do seu herói interior? Uma história de luta, acção e honra de guerreiro, com certeza que teria contado com o grande Lee.
Million Dollar Baby – Sonhos Vencidos (2004)
Não fosse o Bruce ter morrido em tão tenra idade, teria tomado o papel de Eastwood neste filme. Tinha todos os requisitos: o mestre das artes marciais tem ar de durão mas, lá fundo, é um coração mole.
Via Ionline