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25
Mar11

Paula Rego em Serralves com trabalhos nunca expostos

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«Possessão», uma das obras de Paula Rego expostas em Serralves
«Possessão», uma das obras de Paula Rego expostas em Serralves

 

 

Museu do Porto recorre aos seus próprios fundos para organizar exposição com obras deAntónio ArealJorge Queiroz e Paula Rego.

Algumas obras de Paula Rego nunca antes expostas poderão ser vistas a partir de amanhã no Museu de Arte Contemporânea de Serralves, no Porto.

Trata-se da mostra "Recordações da Casa Rosa", patente ao público até 12 de junho, na qual se reúnem ainda trabalhos de António Areal e Jorge Queiroz.

Para organizar esta exposição o museu recorreu à sua própria coleção e organizou-a de modo a poder colocar em confronto os universos de três artistas que, em comum, têm, pelo menos, o recurso à figura e à narrativa.

As obras agora em exposição, dizem os responsáveis pela mostra, "podem facilmente ser associáveis a uma 'biblioteca' surrealista, transportando-nos para uma dimensão onírica, transgressora dos limites da representação". Resistem, no entanto, a essa possibilidade "pela sua singularidade, fugindo a uma identificação com um paradigma".

As ficções de Paula

Embora as histórias sejam uma componente fundamental da pintura de Paula Rego (1935), a artista, como diz João Fernandes, diretor do Museu de Serralves e comissário da exposição, "nunca se dedica a uma mera ilustração dos acontecimentos ou das situações suscitados pelo seu ponto de partida. Os livros e as histórias que lhe servem de referência funcionam como um intertexto da ficção que cada trabalho seu constitui".

António Areal (Porto, 1934 - Lisboa, 1978), a par da produção visual manteve uma produção ativa no domínio da teoria e da crítica de arte e, como se diz na apresentação da exposição, "foi sempre uma referência importante para outros artistas, entre os quais Paula Rego".

Na sua obra constata-se o recurso a soluções formais oriundas do universo da banda desenhada e da arte gráfica. Em Serralves, serão apresentadas duas séries de desenhos, datadas de 1968 e 1972.

Ecos do surrealismo

A primeira corresponde a trabalhos que, "revelando ainda ecos do surrealismo, traduzem já influências da arte op e da pop, assim como o recurso a composições formais associáveis às artes gráficas", refere o texto de apresentação.

Na série de 1972, já afastado do contexto artístico devido a problemas de saúde, António Areal dedica-se quase em exclusivo ao desenho.

Jorge Queiroz, nascido em Lisboa em 1966, recorre a meios de registo diversificados, como a grafite, o lápis de cor, o pastel de óleo, o acrílico ou o guache.

Produz desenhos "que apresentam uma profusão de elementos figurativos e abstratos que se justapõem, fundem e transformam e que, através de processos análogos à livre associação, constituem exuberantes ficções, alheias a qualquer narrativa ou guião".

Nos dias 16 e 28 de abril, às 15h30 e às 18h30, respetivamente, e a 2 de junho, às 18h30, serão feitas visitas guiadas à exposição. A visita do dia 16 é exclusiva para Amigos de Serralves.

 

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