A inteligência e os tachos
Cozinhar fez crescer o cérebro humano pelo menos 20%, durante a evolução do homem, na mesma proporção em que diminuiu o intestino humano. Desde que o Homo erectus deixou de comer os alimentos crus, há 1,8 milhões de anos, a digestão é mais rápida. Em consequência, o intestino foi ficando menor, deixando espaço para que a energia se desenvolvesse noutros órgãos: o cérebro cresceu e a inteligência aumentou. Esta é a conclusão do estudo de vários cientistas de Harvard e Alabama, nos EUA, e de Liverpool no Reino Unido.
De acordo com o estudo, a digestão de alimentos crus é mais lenta. Cozinhar elimina algumas células da comida, permitindo que o estômago faça menos esforço para decompor a comida nos nutrientes de que o nosso corpo precisa. "Libertou-se energia que pôde ser usada para desenvolver a inteligência. Um cérebro maior significa um intestino mais pequeno", revelou Peter Wheeler, professor da Universidade de John Moores, em Liverpool.
Tudo começou com o primata mais antigo conhecido, o australopitecos, que saltou das árvores para a savana africana, introduzindo na sua alimentação animais que lá pastavam. A inclusão da carne, que concentra uma grande quantidade de energia, na dieta dos nossos antepassados e uma eventual queda acidental de um naco no fogo - e consequente conhecimento de que o repasto é delicioso -, foram determinantes na evolução do homem. Resta a pergunta: se nunca tivéssemos cozinhado, seríamos hoje a espécie mais evoluída?
Via Ionline