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Um olhar sobre o Mundo

Porque há muito para ver... e claro, muito para contar

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Um olhar sobre o Mundo

29
Out10

Música Portuguesa do dia: Navegar navegar - Fausto

olhar para o mundo

Letra
Navegar navegar 
Mas ó minha cana verde 
Mergulhar no teu corpo 
Entre quatro paredes 
Dar-te um beijo e ficar 
Ir ao fundo e voltar 
Ó minha cana verde 
Navegar navegar 


Quem conquista sempre rouba 
Quem cobiça nunca dá 
Quem oprime tiraniza 
Naufraga mil vezes 
Bonita eu sei lá 

Já vou de grilhões nos pés 
Já vou de algemas nas mãos 
De colares ao pescoço 
Perdido e achado 
Vendido em leilão 
Eu já fui a mercadoria 
Lá na praça do Mocá 
Quase às avé-marias 
Nos abismos do mar 


navegar navegar... 


Já é tempo de partir 
Adeus morenas de Goa 
Já é tempo de voltar 
Tenho saudades tuas 
Meu amor 
De Lisboa 
Antes que chegue a noite 
Que vem do cabo do mundo 
Tirar vidas à sorte 
Do fraco e do forte 
Do cimo e do fundo 
Trago um jeito bailarino 
Que apesar de tudo baila 
No meu olhar peregrino 
Nos abismos do mar

26
Jan10

Música Portuguesa do dia:Canto dos torna viagem - três cantos

olhar para o mundo

 

 Letra

 

Foi no sulco da viagem
Já sem armas nem bagagem
Nem os brazões da equipagem
Foi ao voltar

Pátria moratória
No coração da história
Que consumiste a glória
Num jantar

Foi como se Portugal
P?ra bem e p?ra seu mal
Andasse em busca dum final
P?ra começar

Ávida violência
Reverso da inocência
Sal da inconsciência
Que há no mar

Império tão pequenino
De portulano caprino
Bolsos de sina e de sino
Em cada mão

Pátria imaginária
De concistência vária
Afirmação diária
Do teu não

As malas do portugueses
São como os olhos das rezes
Que se mastigam três vezes
Em cada chão


Cândida ignorância
Grande desimportância
Os frutos da errância
Já lá estão

Melodia 2 (solistas, depois coro adulto misto)

Ai Senhora dos Navegantes me valei
De África, do sal e do mar só eu sobrei
Foi p?ra me encontrar que amanhã já me perdi
Longe vai o tempo que eu já não estou
aqui

Ai Senhora dos Talvez-Muitos-Mais- Sinais
Socorrei estes desperdícios coloniais
Foi na noite fria que o dia me cegou
Inda agora fui, inda agora cá não estou

Ai Senhora dos Esquecidos me lembrai
O caminho que p?ra lá vem e p?ra cá vai
Etecetera e tal, portugal é nós no mar
Inda agora vim e estou longe de chegar

Ai Senhora dos Meus Iguais que eu subtraí
Foi pataca mim e não foi pataca a ti
Se é tão grande a alma na palma do meu ser
Algum dia eu vou finalmente acontecer

Melodia 3 (coro infantil + JMB)

Porque não tentar outro ponto de vista
A história dos outros quem a contará
Se qualquer colónia sem colonialista
São os que já estavam lá

Tentemos então ver a coisa ao contrário
Do ponto de vista de quem não chegou
Pois se eu fosse um preto chamado Zé Mário
Eu não era quem eu sou

Os navegadores chegaram cá a casa
E foi tudo novo p?ra eles e p?ra mim
A cruz e a espada e os olhos em brasa
Porque me trataste assim?

Não é culpa nossa se quem p?ra cá veio
Não se incomodou ao saber do horror
A história não olha a quem fica no meio
E o que foi é de quem fôr

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