Fome: 925 milhões de pessoas
O número global de pessoas com fome crónica ascende a 925 milhões, segundo estimativas do FAO, que responsabiliza as boas colheitas e a descida do preço dos alimentos pela redução da marca dos mil milhões de famintos, ou seja, o número de pessoas subnutridas no mundo teve a primeira queda em 15 anos, no ano passado.
Segundo dados do Fundo das Nações Unidas para a Agricultura (FAO), divulgados hoje em Roma, o número estimado de subnutridos em todo o mundo passou num ano de 1.02 mil milhões de pessoas para 925 milhões, localizados maioritariamente na Ásia e na África.
Ainda assim, o número é considerado "inaceitavelmente alto" e muito acima dos objetivos dasNações Unidas, de reduzir "dramaticamente" o número de pessoas com fome no planeta, segundo o FAO.
Segundo a FAO, a estimativa mais baixa deste ano reflete principalmente os efeitos de progressos feitos pela China e pela Índia para alimentar as respetivas populações.
Mais de 40 por cento dos subnutridos do mundo vivem na China e na Índia. Globalmente, dois terços dos famintos crónicos vivem naqueles dois países, no Bangladesh, Indonésia, Paquistão, República Democrática do Congo e Etiópia, revela o relatório.
O relatório concluiu também que estas pessoas continuam subnutridas, apesar dos objetivos estipulados pelas Nações Unidas nos encontros de doadores, que revelam "um profundo problema estrutural que ameaça a capacidade de atingir acordos internacionais sobre os objetivos de redução da fome".
Responsáveis das Nações Unidas tentam mobilizar os países para atingir um maior progresso no cumprimento dos Objetivos de Desenvolvimento do Milénio de reduzir a proporção de pessoas com fome nos países em desenvolvimento de 20 por cento, em 1990-92 para 10 por cento, em 2015.
Se as estimativas de 2010 se mantiverem, a proporção de famintos em 2015 será de 16 por cento.
O crescimento económico nos países em vias de desenvolvimento está a contribuir para melhorar o número de pessoas com fome, refere o relatório, que destaca ainda a ajuda da natureza.
"O preço interno e externo dos cereais caiu dos picos atingidos em 2008, refletindo dois anos consecutivos de produções recorde", refere o relatório.
"Apesar da produção estimada para 2010 ser mais baixa, a situação global é considerada adequada", acrescenta o texto.
No início do mês, um perito das Nações Unidas em direitos humanos apelou aos governos para que cortem no preço dos alimentos, evitando a todo o custo a especulação.
O FAO, baseado em Roma, marcou uma reunião para 24 de setembro para discutir o aumento do preço dos alimentos.
Via ionline