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Um olhar sobre o Mundo

Porque há muito para ver... e claro, muito para contar

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Um olhar sobre o Mundo

18
Out10

Universitários sobrevivem com 271 euros por mês

olhar para o mundo

Nuno dá voltas à cabeça para aguentar o mês inteiro com os 271 euros da bolsa atribuída pelo Governo de Cabo Verde. “Nem dá para comer na cantina.” Paga 150 euros pelo quarto – uns 20 de água, luz, gás. “Se almoçasse e jantasse na cantina, cinco dias por semana, gastava 94. Ficava com 56. E os materiais escolares? E os produtos de higiene? E a roupa? E o calçado?”

A embaixada de Cabo Verde em Lisboa não diz quantos bolseiros do país residem em Portugal. No ano passado, eram à volta de 300 a frequentar, sobretudo, cursos de “engenharia, economia, direito, administração, comunicação”. Conforme as vagas atribuídas “pelo Governo português no âmbito do acordo de cooperação no domínio do ensino superior”.

Nuno, a frequentar a Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto, come em casa. Comer na cantina, por 2,15 euros, é um luxo a que só em ocasiões especiais se pode dar. A mãe morreu-lhe aos 12 anos. E o pai trabalha a terra, em São Domingos, interior de Santiago. “Ou não ia para a universidade, ou ia com essas condições.”

Há um grupo a mobilizar-se para engendrar formas de luta – de Cabo Verde e de outros países lusófonos a viver em condições idênticas. Mas Nuno não deposita grande fé nisso. Julga que os estudantes estão demasiado ocupados com a sobrevivência. “É como se te deitassem ao mar. Tens de nadar. Não vais discutir por que te atiraram à água.”

Chega João ao corredor do edifício onde alguns se juntam, sob nome fictício por temerem que o desabafo resulte em algum corte. Foi ao Serviço de Estrangeiros e Fronteiras (SEF) renovar a autorização de residência para estudo. Pediram-lhe o extracto bancário. “Só?”, exclamou a inspectora, perante um saldo de 175 euros no dia 15. “Minha senhora, isso está muito bem!” Teve de assinar um documento a garantir que é capaz de subsistir.

Já foi pior. Agora, todos os bolseiros recebem 271 euros. Antes, havia três níveis e alguns, como Antónia, recebiam 181 euros. Para se aguentar, a estudante tinha de recorrer aos irmãos. Houve quem não aguentasse. Nuno tem um amigo que não aguentou. Regressou a Cabo Verde.

Afinam-se estratégias. Ser bolseiro do Governo de Cabo Verde é “ser miserável”, torna Nuno. “É comer mal”, detalha Osório, que anda às voltas no supermercado, em busca do mais barato, a adivinhar doenças de estômago. “É pouco ou nada sair à noite”, achega Antónia. Nuno aponta consequências na integração na academia, na cidade. Quem gere um orçamento tão reduzido não pode participar em actividades como a praxe ou os jantares de curso. “Aquela capa custa quanto? 150 euros ou quê!”, interrompe Osório.

As notas também acusam as dificuldades. Habituados a falar crioulo, falha-lhes o português. E não lhes sobra dinheiro para livros ou workshops. Ficam pelos cadernos, algumas fotocópias. “Todos os livros necessrários existem na biblioteca, mas não posso ficar com um mais do que uma semana, porque são milhares de alunos”, salienta Nuno.

Há quem tenha computadores obsoletos, oferecidos pela faculdade na hora de os trocar por novos. Como Osório, como Antónia. Paulo pediu 400 euros para comprar um portátil e pagou-os a prestações. Trabalhou nas férias de Verão. Num ano, pagou uma parte e guardou “um bocadinho”. Noutro ano, pagou a outra.

Osório sente-se encurralado: “Para trabalhar, tenho de ter licença do SEF. Se consigo trabalho nas férias, pedem prova de matrícula e horário, ao qual não se pode sobrepor o horário de trabalho. Se estou de férias, não tenho matrícula nem horário! Não se pode trabalhar legalmente.” No ano passado, arriscou trabalhar na clandestinidade: “Não me pagaram!”

Podiam tentar arranjar um contrato fora das férias, como fazem alguns. Mas isso desvia a atenção dos estudos. E perder mais de um ano lectivo é perder a bolsa de Cabo Verde e a propina paga por Portugal. Sentir-se-iam mais aliviados, se tivessem acesso a residência universitária – alguns tentaram anos a fio sem sucesso. À porta da pastoral católica universitária batem alguns aflitos. “Temos um fundo de solidariedade, tentamos que não seja uma esmola, mas uma ajuda em situação de emergência”, explica o padre António Bacelar. “Tentamos estabelecer metas, como concluir um semestre ou arranjar um emprego.” Acha que há muita “demagogia” nestas vindas de estudantes de países lusófonos. Vê muitos alunos a chegar com expectativas irrealistas.

Ana Cristina Pereira

Público

17/10/10

 

Via Meninos de Ninguém

23
Set09

Olha para a minha pulseira e saberás se quero dormir contigo

olhar para o mundo

Olha para a minha pulseira, saberás se quero sexo

 

 Uma escola secundária do Colorado está a pedir aos pais dos alunos que não os deixem usar um determinado tipo de pulseiras coloridas, por pensarem que estas têm conotações sexuais.


Na última quinta-feira, Mike Medina, presidente da Angevine Middle School, de Lafayette, perto de Boulder, enviou uma mensagem de correio electrónico aos pais, alertando-os para as pulseiras "de gelatina", cujas cores se diz indicarem o nível de actividade sexual que um estudante já atingiu ou pretende atingir, diz Briggs Gamblin, porta-voz da região escolar de Boulder Valley.

Gamblin diz que funcionários da escola tinham ouvido alguns estudantes a falarem sobre as pulseiras, que se tornaram cada vez mais populares este ano, e comunicaram o teor das conversas a Medina. O responsável da escola encontrou-se então com alguns estudantes e concluiu que as pulseiras se tinham tornado fonte de distracção suficientemente repetida, nas salas de aula e em conversas de corredor, para merecerem uma mensagem de correio electrónico.

"Parece que muitos alunos, sobretudo as raparigas, as usam como acessório de moda", diz Gamblin, "e alguns afirmaram enfaticamente que as pulseiras não tinham qualquer conotação".

Contudo, acrescenta, outros estudantes tinham descoberto na internet um jogo chamado snap, no qual a cor da pulseira indica uma disposição para praticar uma determinada actividade sexual. Quando um rapaz arranca a pulseira a uma rapariga, indica ostensivamente que essa actividade irá eventualmente ter lugar.

As pulseiras de material borrachoso parecem-se com umas que se tornaram populares nos anos 80. Mas, ao longo dos últimos anos, algumas escolas do país têm-nas proibido por temerem que se tenham tornado símbolos de actividade sexual. Com efeito, inúmeros websites sobre pulseiras de gelatina, ou pulseiras do sexo, fazem referência ao jogo snap, e alguns dos sites contêm mesmo a descodificação das cores.

Gamblin afirma que não houve até ao momento qualquer indicação de que o jogo tenha sido jogado em Angevine e que a medida era, por enquanto, apenas preventiva.

"Tudo se resume a rumores e boatos", diz. "Não há qualquer indicação de que este tipo de coisa esteja a acontecer."

Acrescenta que os estudantes vistos a usarem as pulseiras na escola não serão castigados, mas ser-lhes-á pedido que as tirem.

 

Via ionline

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