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Um olhar sobre o Mundo

Porque há muito para ver... e claro, muito para contar

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Um olhar sobre o Mundo

14
Abr10

Orelha Negra. A minha colecção de discos é maior do que a tua

olhar para o mundo

Orelha negra

 

"Pessoal, acabou-se a tanga: marquei um concerto para Outubro." Foi Fred, o baterista da banda que resolveu a questão. Depois de 80 temas compostos, muitas horas de ensaios e outras tantas de gravações, tinha chegado a hora de sair para o mundo. "Antes de termos este álbum já tínhamos uma antologia, um disco quádruplo com os 80 temas que fomos gravando", brinca Fred.

Os Orelha Negra são Francisco Rebelo (baixista) e João Gomes (teclista), dos Cool Hipnoise, o rapper Sam The Kid (Samuel Mira), Fred, baterista dos Buraka Som Sistema e de vários outros projectos, e DJ Cruzfader. O som, instrumental, é um misto de funk e soul, com pitadas de hip-hop, groove aos molhos e samples, por vezes improváveis, de música e voz. "Tínhamos vontade de fazer uma coisa mais livre e instrumental em que pudéssemos experimentar e que vivesse mais da música do que das palavras. Estamos sempre a pensar no que é que vamos fazer a seguir e isto nunca tínhamos feito", explica João. 

As jam sessions surgiram em 2008 durante a digressão de Sam The Kid, com o álbum "Pratica(mente)", em que todos participaram ao vivo. Nos intervalos improvisavam e "nas partes em que o Samuel não cantava" o resto da banda "desbundava umas coisas", resume Fred.

A desbunda deu num concerto que se transformou em álbum. Doze temas escolhidos entre 80 através de um sistema de pontuações dadas pelos próprios autores: os temas que tivessem direito a cinco estrelas fariam parte do alinhamento do concerto. "No momento em que acabámos de tocar percebemos que tínhamos o disco feito. Dois dias depois estávamos em estúdio a gravar", conta Francisco. 

Em vinil 
Os discos não servem só para emprestar samples e loops aos temas dos Orelha Negra. As capas dos vinis escondem as caras dos membros da banda, numa montagem conhecida como Sleeveface. "O objectivo era tirar o foco de quem compõe e virá-lo para a música. As capas dos discos, para nós, são a parte visual da música", refere João. Fred sublinha: "Aquelas capas acabam por ser o outro elemento da banda." Mas Francisco resume: "Isto ouvido assim parece uma cena muito cerebral e pensada, mas não foi. Nós achámos piada ao conceito, era uma coisa diferente. Todas estas conclusões só as tirámos depois de estar a cena feita."

E nos Orelha Negra não há preconceitos: de Roberto Leal a António Victorino d'Almeida, não há capa que não seja bem acolhida. "As capas não têm de ser necessariamente as nossas referências ou coisas de que gostemos [e exemplifica cantando "Nothing's Gonna Stop Us Now", dos Starship], mas que naquele momento, naquele contexto, façam sentido. A música pode ter três bons segundos iniciais, por exemplo", explica Samuel.

Além da estética, os temas dos Orelha Negra contam com samples de vozes tão conhecidas como Henrique Mendes, Fernando Tordo e Júlio Isidro, possíveis através da magia do YouTube: "Nós podemos ter uma grande memória de arquivo mas não conhecemos tudo e se soubermos pesquisar de forma correcta, chegas lá", explica Samuel. E há coincidências felizes: "Para o tema 'Saudade' o Samuel chegou aqui com o sample da voz de Júlio Isidro, a apresentar uma música chamada 'Saudade', e era mesmo aquilo," conta João. 

O concerto
"Orelha Negra", álbum homónimo, já está nas lojas, desde Março, e vai ter direito a uma apresentação ao vivo, amanhã à noite, na discoteca Lux, em Lisboa: "Vamos tocar o disco todo, inclusive "Saudade" que nunca tocámos ao vivo, e três medleys com várias músicas conhecidas de hip hop. Depois cada um vai fazer um DJ set", explica Fred. "Cada um, não, nós, como unidade", protesta João. Instalada a discussão, com os restantes membros da banda a explicar que era melhor ser um de cada vez, o teclista de serviço termina a conversa: "Ai é? É assim que vai ser? Vocês é que sabem. Já agora, pedimos às pessoas que levem placas de pontuação para os DJ sets, não?" A ideia foi aplaudida por todos, por isso já sabe: amanhã não se esqueça de pontuar os artistas. Mas só durante o DJ set.

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