Saltar para: Posts [1], Pesquisa [2]

Um olhar sobre o Mundo

Porque há muito para ver... e claro, muito para contar

Porque há muito para ver... e claro, muito para contar

Um olhar sobre o Mundo

02
Fev11

A história do Coelho

olhar para o mundo

A história do Coelho

 

Durante grande parte da sua história, o coelho-europeu, ou coelho-comum, viveu apenas na Península Ibérica e no Sul de França. Hoje está espalhado por quase todos os cantos da Terra, tanto a sua forma selvagem como a doméstica. Mas onde e quando começou a domesticação do coelho? Duas hipóteses têm sido avançadas: tudo terá começado com os romanos na Península Ibérica, há cerca de dois mil anos, ou então terá sido há 1400 anos numa região que actualmente integra o Sul de França e os monges tiveram um papel principal. A equipa de Nuno Ferrand de Almeida, coordenador do Centro de Investigação em Biodiversidade e Recursos Genéticos (Cibio) da Universidade do Porto, acaba de dar a resposta: foi nos mosteiros da Provença.

O coelho-europeu, ou Oryctolagus cuniculus, o nome científico da espécie, surgiu na Península Ibérica há cerca de dois milhões de anos e é caçado pelos humanos como alimento há milhares de anos. Tem duas subespécies, que no pico da última glaciação, há 20 mil anos, ficaram confinadas a dois refúgios: enquanto a Oryctolagus cuniculus cuniculushabitava em França e no Nordeste da Península Ibérica, a Oryctolagus cuniculus algirus vivia no Sudoeste da Península Ibérica, incluindo o Sul de Portugal. 

O primeiro registo que nos chegou da abundância do coelho no Sul da Península Ibérica é dos fenícios, quando vieram até às suas costas há três mil anos, para trocas comerciais. "Viram milhares de coelhos, que confundiram com o damão-do-cabo, que era abundante nas costas das cidades fenícias", conta Nuno Ferrand de Almeida. "Esse registo poderá estar na origem do nome Espanha, que quererá dizer "terra de coelhos": a designação de "i-shephan-im", ou terra de damões-do-cabo, que na verdade eram os coelhos, seria depois latinizada para dar Hispânia, e mais tarde Espanha."

Quando voltavam para sua terra, no Médio Oriente, os fenícios levavam com eles o coelho e espalharam-no pela bacia do Mediterrâneo, por exemplo pelas ilhas Baleares e pelo Norte de África. 

Mais tarde vieram os romanos, que se instalaram durante séculos na Península Ibérica, e também levaram o coelho para outras paragens na Europa. "A primeira tentativa de controlar a reprodução do coelho terá ocorrido na Península Ibérica, um século antes de Cristo", conta o biólogo Miguel Carneiro, também do Cibio, e autor principal do artigo com esta descoberta, publicado este mês na edição online da revista britânica Molecular Biology and Evolution

A partir da ocupação romana passa a haver múltiplas referências aos coelhos. "Uma das mais célebres é a de Plínio, o Velho, na sua História Natural, no primeiro século da nossa era, onde já se refere o hábito de consumir fetos dos coelhos, bem como o facto de produzirem imensos prejuízos na agricultura. Também durante Adriano, um dos mais célebres imperadores romanos - imortalizado por Marguerite Yourcenar em Memórias de Adriano -, circulavam na península moedas com coelhos cunhados na sua face", acrescenta Ferrand de Almeida. "A partir dessa altura há referências permanentes a estruturas belíssimas chamadas "leporaria", que eram cercados feitos de pedras onde os coelhos eram mantidos para serem usados na caça e na alimentação. Há muitos vestígios arqueológicos dessas estruturas. Esta seria uma das hipóteses para a domesticação do coelho ter ocorrido na Península Ibérica."

 

Carne que não é carne

No entanto, outros registos históricos sugeriam que a domesticação tinha ocorrido mais tarde, por volta do ano 600, nos mosteiros da Provença. A fundamentar esta suposição encontra-se uma decisão do papa Gregório I, que tinha sido monge beneditino, em que considera que os fetos e as crias recém-nascidas de coelho não eram carne, pelo que podiam comer-se durante o jejum da Quaresma. E assim a criação de coelhos difundiu-se nos mosteiros da Provença. "Há muitíssimos documentos históricos que atestam a frequente troca de coelhos entre abadias, e mesmo com países como a Inglaterra. Este processo poderia ter levado à domesticação do coelho e seria uma hipótese de domesticação realizada fora da península, proveniente das populações selvagens do Sul de França", refere Ferrand de Almeida. Tenham sido os romanos ou os monges da Provença, os sinais claros da domesticação do coelho só surgiram muito mais tarde, a partir de meados do século XV. Em iluminuras e pinturas, começaram a aparecer os primeiros coelhos com cores diferentes, desde brancos a avermelhados, em vez da cor parda dos selvagens. 

Um dos quadros mais célebres que representa um coelho branco é de Ticiano, Madona e Menino com Santa Catarina, também conhecido como A Virgem do Coelho, de cerca de 1530, que está no Museu do Louvre. "Esses mutantes de cor poderão corresponder a um processo de domesticação já terminado. E a partir daí o coelho doméstico difundiu-se por todo o mundo e teve um sucesso enorme", explica Ferrand de Almeida. 

No século XVI, há registos de coelhos de vários tamanhos e cores em França, Itália, Flandres ou Inglaterra, o que sugere que a sua domesticação estava já concluída nessa altura.

 

Ler o resto do artigo no Público

01
Abr10

Onde comprar as melhores amêndoas e ovos de Páscoa

olhar para o mundo

Onde comprar as melhores amêndoas e ovos de páscoa

 

01 Mercado Chocolate
Numa loja onde o chocolate é matéria para tudo, de chávenas a cervejas (sim, existem cervejas de chocolate no Mercado Chocolate), este ano os ovos da Páscoa parecem saídos directamente de um episódio "Heidi e Marco". Em vez do tradicional papel colorido e laçarote, vêm em cestas de madeira forradas com palha, três de cada vez, e dentro de latas pintadas com flores e pintainhos. Se lhe parecer retro e com qualquer coisa de kitsch, é normal: estes ovos imitam os ovos russos dos anos 20, hoje em dia muito procurados por coleccionadores. Cada cestinho custa €12,49.

Mercado de Campo de Ourique (em frente à Igreja do Santo Condestável), Lisboa. 933 689 315 /933 375 550. Terça a sexta das 10h30 às 14h00 e das 15h30 às 19h00, sábado das 10h30 às 14h00 e das 15h30 às 17h00.

02 Arcádia
Há amêndoas em forma de cerejas, de legumes e até de bebés. Todas são feitas e pintadas à mão, através de uma técnica francesa, mas são todas fabricadas em Portugal. As drageias de licor Bonjour da Confeitaria Arcádia são pequenas obras de arte, e há muitos anos que são imagem de marca da casa portuense, ao lado das línguas de gato de chocolate. Vendidas em sortido a €35 o quilo, as Bonjour dividem as prateleiras da confeitaria que nasceu no Porto há 76 anos com outras variedades conceituadas, como as amêndoas baunilhadas, as caramelizadas e as torradas.

Rua do Almada, 63, Porto. 222 001 518. Segunda a sexta das 9h30 às 19h00 e sábado das 9h30 às 13h00. C. C. Dolce Vita Tejo, Lisboa. 214 78 4 477. Ver outras moradas em www.arcadia.pt. 

03 Confeitaria Nacional

Quando chega a Páscoa, os pastéis de nata, os bolos de ovo, os brigadeiros e as miniaturas de coco da Confeitaria Nacional saltam da montra para dar lugar às amêndoas de todas as cores. Lá dentro mostram-se dentro de boiões, ao género das mercearias antigas - e de antigo percebe a Confeitaria Nacional, que existe desde 1829 e está na mesma família há cinco gerações -, e são vendidas em pacotinhos de papel depois de pesadas ao balcão. Uma das variedades mais conhecidas da casa são as amêndoas prateadas (€29,90 o quilo), tão reluzentes que podem passar por decoração de mesa.

Praça da Figueira, 18 B, Lisboa. 213 424 470. Aberto todos os dias das 8h00 às 20h00. 

04 Xocoa
Ao contrário do que acontece com o Kinder, neste ovo a surpresa está à vista: gomas, gomas e mais gomas. Em forma de banana, ovo estrelado ou esparguete, as guloseimas fazem parte do ovo criado pela Xocoa como se fossem uma espécie de casca colorida. Cada ovo existe em chocolate de leite ou branco e custa €16,95, sendo uma óptima opção "dois em um" adaptada à Páscoa. Ainda mais original é outro lançamento exclusivo da Xocoa que arruma os coelhos tradicionais a um canto: uma Hello Kitty de chocolate que certamente fará as delícias das fãs da gata mais famosa do mundo (se tiverem coragem de a partir aos bocados e de a engolir, claro). 

Rua do Crucifixo, 112-114, Lisboa. 213 466 370. Segunda-feira a sábado das 10h00 às 20h00

05 Godiva

Há muito tempo associada ao chocolate de luxo, na qualidade, nos preços e nas embalagens, a Godiva não desilude os seguidores chova ou faça sol, seja Natal seja Páscoa. Este ano a marca belga que se inspirou na lenda de Lady Godiva lançou um ovo em edição limitada: o Gold Nougatine Egg, que, como o nome indica, leva nougatine e vem dentro de uma caixa dourada com um laço dourado. Ao todo é mais de um quilo de chocolate recheado com 41 bombons em forma de ovinhos e pintainhos, de chocolate de leite e branco. O preço? €113. 

Hotel Ritz: R Rodrigo da Fonseca, 88. 213 867 237. Segunda a sábado das 10h30 às 19h00. Cascais Villa, Loja 1.10: Estrada Marginal, Cascais. 214 841 452. Todos os dias das 10h00 às 23h00. Existe também uma loja no Porto (Av. da Boavista, 1603) e outra no Funchal (Estr. Monumental, 184, Loja 4).

06 Tavi

A Tavi é o "todo em um" da Foz. É antiga e tem paredes de pedra há 75 anos, mas é moderna e tem restaurante com cozinha em open space, pastelaria, espaço gourmet, geladaria, bomboneria, esplanada e creperia. Claro que na Páscoa não podiam faltar as amêndoas no meio disto tudo, quase todas de fabrico próprio e vendidas avulso. Uma das especialidades da casa são as amêndoas de menta, que fazem concorrência às after eight que vêm de Itália, também vendidas na confeitaria. Custam €46 o quilo e partilham a montra com as outras variedades afamadas, como as de café, canela e frutos do bosque. 

Rua Senhora da Luz, 363, Porto. 226 180 152. Todos os dias das 8h00 às 20h00.

 

Via ionline

Mais sobre mim

foto do autor

Subscrever por e-mail

A subscrição é anónima e gera, no máximo, um e-mail por dia.

Arquivo

  1. 2016
  2. J
  3. F
  4. M
  5. A
  6. M
  7. J
  8. J
  9. A
  10. S
  11. O
  12. N
  13. D
  14. 2015
  15. J
  16. F
  17. M
  18. A
  19. M
  20. J
  21. J
  22. A
  23. S
  24. O
  25. N
  26. D
  27. 2014
  28. J
  29. F
  30. M
  31. A
  32. M
  33. J
  34. J
  35. A
  36. S
  37. O
  38. N
  39. D
  40. 2013
  41. J
  42. F
  43. M
  44. A
  45. M
  46. J
  47. J
  48. A
  49. S
  50. O
  51. N
  52. D
  53. 2012
  54. J
  55. F
  56. M
  57. A
  58. M
  59. J
  60. J
  61. A
  62. S
  63. O
  64. N
  65. D
  66. 2011
  67. J
  68. F
  69. M
  70. A
  71. M
  72. J
  73. J
  74. A
  75. S
  76. O
  77. N
  78. D
  79. 2010
  80. J
  81. F
  82. M
  83. A
  84. M
  85. J
  86. J
  87. A
  88. S
  89. O
  90. N
  91. D
  92. 2009
  93. J
  94. F
  95. M
  96. A
  97. M
  98. J
  99. J
  100. A
  101. S
  102. O
  103. N
  104. D