![O mundo está mesmo a aquecer?]()
A nove dias da conferência de líderes em Copenhaga - onde o tema central são as alterações climáticas - os que não acreditam nas teses do aquecimento global ganharam novos argumentos. Uma polémica que envolve e-mails trocados por alguns dos mais importantes cientistas na área do clima mostrou que, entre especialistas, ainda não há consenso.
O caos instalou-se quando piratas da internet - hackers - divulgaram conversas pessoais e documentos, que punham em causa os fundamentos principais das alterações climáticas. Os e-mails, trocados durante treze anos, revelavam dúvidas quanto à questão do aquecimento global e punham em causa a credibilidade da "comprovada" degradação do planeta. A Universidade de East Anglia, nos Estados Unidos, que teria os documentos guardados nos servidores, anunciou já a abertura de uma investigação criminal para apurar a origem da fuga.
No entanto, o eco que a divulgação teve na internet e nos media fez com que alguns dos cientistas envolvidos viessem comentar o caso e justificar algumas das declarações.
"Que o mundo está a aquecer é uma verdade assente num conjunto de fontes: não só com base em registos de temperatura, mas também noutros indicadores como o nível das águas do mar, dos glaciares e a diminuição do gelo do Árctico", defendeu Phil Jones, o responsável pela investigação da Universidade East Anglia, um dos mais importantes centros de estudos sobre alterações climáticas.
O climatologista norte-americano afirma estar absolutamente seguro das investigações que têm sido feitas, e acusa os piratas da internet de estarem a "manipular" a informação.
Phil Jones defendeu-se das acusações de um suposto complô que estaria a esconder "o decréscimo comprovado" das temperaturas mundiais. "Os nossos estudos coincidem com outros completamente independentes, de grupos de cientistas da NASA e de outras instituições norte-americanos. Os factos falam por si; não há necessidade de qualquer manipulação".
Também a conceituada revista Nature já veio comentar o acontecimento. Em comunicado, a publicação afirmou que "estando perante evidências claras de que possa haver erros nos artigos por nós publicados, procederemos à devida correcção dos conteúdos, e tomaremos medidas adequadas à situação".
A veracidade dos e-mails divulgados pelos hackers continua por confirmar. A Universidade norte-americana afirma que "por causa do volume da informação em causa, não é possível, de momento, confirmar que o material é genuíno".
As informações foram descarregadas, em primeiro lugar, num servidor russo antes de serem veiculadas por toda a rede. Os e-mails vinham acompanhados de uma citação anónima: "Sentimos que a ciência do clima é, actualmente, demasiado importante para ficar debaixo do tapete. Felizmente, estas informações vão dar algum contributo à ciência e às pessoas em seu redor".
Via ionline