A lucrativa mentira de Ashley que fingiu ter cancro
A canadiana Ashley Kirilow foi operada com sucesso a um tumor benigno, em 2008. Desde então alterou por completo a sua vida, fez-se passar por vítima de cancro e angariou milhares de dólares.
Em 2008, a canadiana Ashley Kirilow, de 21 anos, deparou-se com um caroço no peito. O médico diagnosticou-lhe um tumor benigno na mama, que poderia ser removido cirugicamente.
Felizmente esta canadiana foi operada com sucesso e pôde retomar a sua vida normal em Toronto, no Canadá.
No entanto, Ashley Kirilow viu na sua situação uma oportunidade de lucro, resolveu contar a toda a gente que estaria a morrer de cancro e criou um esquema de angariação de fundos.
O esquema funcionou, numa primeira fase, através do Facebook. Kirilow criou nesta rede social a sua página, com fotos, onde afirmava ter cancro da mama e deixava a informação de como fazer donativos, à vista de todos.
Simulou efeitos de quimioterapia
Ashley rapou o cabelo, depilou as sobrancelhas e passou fome por forma a simular os efeitos que o tratamento de quimioterapria teria no seu corpo. Afirmou a toda a gente que estava sozinha, ou por os pais viciados em droga a terem renegado ou por estes estarem mortos, e que não tinha dinheiro para os tratamentos.
Os donativos foram chegando e o esquema de Kirilow foi ganhando notoriedade.
Em 2009 a jovem canadiana criou a sua instituição de caridade, a "Change for a Cure" (Mudança para a Cura). Esta falsa instituição, que consistia numa página do Facebook, citava-a como exemplo e, tal como a página pessoal, deixava instruções de como fazer as doações não só para o falso tratamento de Ashely Kirilow, como para a falsa insituição de caridade, fundada por Ashley Kirilow.
A "Change for a Cure" organizou vários eventos e concertos destinados a angariar fundos. Um destes eventos conseguiu angariar cerca de 9 mil dólares (cerca de 6 500 euros) e uma instituição de caridade (esta é real) deu-lhe uma viagem à Disneyland, que aparentemente era o último desejo da falsa vítima de cancro às portas da morte.
Polícia soube um mês antes de Ashley ter confessado
O esquema funcionou até o pai de Ashley ter descoberto a mentira que a filha vivia. Segundo o jornal "The Star" , o pai (que não é viciado em drogas e, aparentemente, não está morto) fez-lhe um ultimato: ou confessava tudo, ou seria o próprio a contar toda a farsa.
Ashley não confessou e em julho Jamie Counsell, que já tinha ajudado na organização dos eventos para ajudar Kirilow, escreveu no seu blog que "fomos contactados por familiares de Ashley Kirilow . Disseram-nos que Ashley nunca teve cancro. Ela levou-nos a acreditar que sofria desse mal para começar esta caridade".
A polícia foi alertada para o facto, mas não abriu nenhuma investigação. Só a 6 de agosto foi conhecida a verdade, quando a jovem, agora com 23 anos, se entregou à polícia e contou tudo, no mesmo dia em que o "The Star" fez capa sobre o assunto.
Ashley admitiu ter fingido cancro somente para angariar cinco mil dólares para caridade. Às autoridades a jovem disse que a sua fraude se ficava pelos quatro mil dólares (2850 euros), mas o valor das queixas das vítimas rondam os 60 mil dólares (cerca de 43 mil euros).
Quando se entregou à polícia, Ashley desculpou-se com o fato de ser bipolar, mostrando ao "The Star" as receitas do médico para a sua condição, e culpou a sua infância problemática, altura em que os seus pais se divorciaram e houve uma longa disputa pela custódia de Ashley e os seus três irmãos.
Agora irá enfrentar um total de sete acusações de fraude, sendo que se for considerada culpada pelo delito menos grave enfrenta uma pena de cadeia de dois anos e pela pena mais séria 14 anos de prisão.
Via Expresso