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Um olhar sobre o Mundo

Porque há muito para ver... e claro, muito para contar

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Um olhar sobre o Mundo

16
Mar10

Professor quis deixar as queixas em acta. O documento desapareceu

olhar para o mundo

Queixas do professor que se suicidou desapareceram

 

No dia 27 de Janeiro, o professor de música da Escola Básica 2+3 de Fitares, em Sintra, fez mais um pedido de ajuda. O último antes do suicídio. Na reunião do grupo da sua disciplina, L. V. C. alertou os colegas para a sua dificuldade em dar aulas a uma turma do 9º ano devido à indisciplina de alguns alunos. O relato deveria constar na acta, mas o professor de música - que foi destacado como o secretário daquela reunião -, morreu antes de redigir o documento. Após a sua morte, a tarefa foi delegada a outra colega que escreveu o relatório, mas terá omitido a queixa do docente.


Agora, são os outros professores que também estiveram presentes na reunião a exigir uma rectificação da acta. Querem que no documento seja incluída a queixa do professor de música que se atirou da Ponte 25 de Abril na manhã de 9 de Fevereiro. Querem que a Direcção Regional de Educação de Lisboa tenha acesso a toda informação sobre este caso no âmbito do inquérito instaurado na sequência da notícia publicada no i. E, portanto, pediram à direcção da escola uma reunião extraordinária entre o grupo disciplinar com um único ponto na agenda de trabalhos: rectificar a acta. 

A directora do agrupamento escolar de Fitares, porém, terá dito aos docentes que nenhuma alteração ao relatório poderia ser feita enquanto a escola não receber a visita do instrutor da Inspecção-Geral de Educação. Ontem, logo pela manhã, os professores tentaram consultar a acta. O documento, contudo, terá desaparecido da sala dos professores. Os dois últimos relatórios das reuniões entre o grupo disciplinar de L. V. C. - datados de 27 de Janeiro e 3 de Março - já não estarão arquivados no dossiê do departamento de música.

Na acta que agora se encontra em parte incerta estará quase tudo o que foi discutido na penúltima reunião dos professores de Educação Musical da Escola Básica 2+3 de Fitares. Está a discussão sobre as iniciativas a tomar para assinalar o centenário da República; estão também as medidas a tomar para preparar a visita de uma orquestra de música ao estabelecimento de ensino. 

Só falta a queixa do professor de música que terá desabafado que dar aulas a uma turma do 9º ano estaria a "tornar-se impossível". Após a confissão, um dos colegas terá perguntado a L. V. C. se entregou as participações disciplinares ao director de turma e terá obtido uma resposta afirmativa. Ao todo, explicou L. V. C., entregou sete participações de ocorrência disciplinar. Resta agora encontrar os documentos que comprovem isso.
 

Alertas. Tanto a Direcção Regional de Educação de Lisboa (DREL) como a Inspecção-Geral de Educação já teriam sido alertados para o o suicídio do professor de música, antes do caso ser divulgado na imprensa. O i apurou que no dia 4 de Março, foi enviado à DREL um e-mail dirigido ao director regional José Joaquim Leitão dando conta de alegadas irregularidades que terão ocorrido no agrupamento escolar de Fitares. Entre os episódios relatados, constará também o caso do docente que se atirou ao Tejo. No dia 10 de Março, foi a vez da Inspecção-Geral de Educação (IGE) ter recebido outro e-mail, desta vez com o único propósito de denunciar o suicídio do professor de música. Como resposta, a IGE terá informado que reenviou a queixa à directora do agrupamento escolar e solicitado mais informação sobre o caso. O Ministério da Educação não conseguiu confirmar estas informações até à hora de fecho desta edição.

Via ionline

12
Mar10

Quando a morte é a solução...

olhar para o mundo

 

Bullying, a morte não pdoe ser a solução

 

 

Noticia e imagem do Público

 

Na véspera das aulas com aquela turma, Luís ficava nervoso. Isolava-se no quarto e desejava que o amanhã não chegasse. Não queria voltar a ouvir que era um "careca", um "gordo" ou um "cão". Não queria que o burburinho constante do 9.º B e as atitudes provocatórias de alguns alunos continuassem a fazê-lo sentir aquela angústia. O peso no peito. O sufocante nó na garganta. Luís não era um aluno. Tinha 51 anos e era professor de Música na Escola Básica 2.3 de Fitares, em Rio de Mouro, Sintra. Era. Na semana antes do Carnaval, decidiu que não voltaria a ser enxovalhado. Pegou no carro e parou na Ponte 25 de Abril. Na manhã do dia 9 de Fevereiro, atirou-se ao rio.

 

Luís não avisou ninguém do acto radical. Mas radicalizou, segundo a família e os colegas, os apelos junto da direcção da escola para que resolvesse a indisciplina, em particular naquela turma. Fez várias participações que não terão tido seguimento. O PÚBLICO tentou ouvir a directora da escola, que justificou que só presta declarações mediante autorização da Direcção Regional de Educação de Lisboa. Fizemos o pedido e não recebemos resposta. Contudo, foi possível apurar que a Inspecção-Geral da Educação tem participações do alegado incumprimento da legislação sobre questões disciplinares por parte da direcção daquela escola.

Personalidade frágil
Na escola, impera o silêncio e os funcionários fazem um leve encolher de ombros. Alguns, sob anonimato, asseguram, tal como a família, que Luís era alvo de bullying e estava "profundamente desesperado e deprimido". A irmã de Luís, também professora, admite que o irmão era "uma pessoa complicada, frágil e reservada", mas assevera que era "um professor competente", cujos apelos "a escola ignorou". "Apenas lhe propuseram assistir a aulas de colegas para aprender a lidar com as provocações", diz.

A irmã descreve a profunda tristeza do professor nos últimos meses, ao longo dos quais "desabafou muito" com os pais, com quem ainda vivia. Nunca deu indícios do acto. Foram encontrados, depois da morte, no seu computador. "Se o meu destino é sofrer dando aulas a alunos que não me respeitam e me põem fora de mim - e não tendo eu outras fontes de rendimento -, a única solução apaziguadora será o suicídio." A frase encontrada não deixa dúvidas. Há vários desabafos escritos em alturas diferentes que convivem lado a lado com as participações sobre alguns alunos.

Luís somava à Música uma licenciatura em Sociologia e chegou a ser jornalista durante alguns anos. Era também cronista no Boletim Actual da Câmara de Oeiras, onde, no ano passado, dedicou algumas palavras aos problemas das escolas: "O clima de indisciplina nas escolas está a tornar-se insustentável. E ainda há quem culpe os professores, por falta de autoridade. Essas pessoas não fazem a mínima ideia do ambiente que se vive numa escola. Aconselho-as a verem o filme A Turma". No último boletim, o autarca Isaltino Morais dedicou-lhe um texto onde recorda a "perspicácia e apurado sentido crítico" de Luís.

Os alunos dividem-se sobre o professor, mas concordam que "era muito calado" e que "não convivia muito nem com alunos nem com professores". Uns recordam com saudade as aulas onde puderam tocar instrumentos e ver filmes relacionados com música e dança. Outros insistem que "ele era estranho" e que "não impunha respeito". Mas não negam que eram "mal comportados". "Portava-me sempre mal, mas não era por ser ele. Somos assim em todas as aulas, é da idade", reconheceu um dos alunos que tiveram mais participações por indisciplina.

Outra aluna, a única que, no fim das aulas, ficava para trás para conhecer melhor o silêncio de Luís, lamenta a partida "prematura" e arrepende-se de não ter ficado mais tempo a conversar com ele. "Tive medo do que as pessoas podiam dizer se me aproximasse. Sinto-me muito mal por não ter ajudado mais. Uma vez arrancámos-lhe um sorriso. Quando sorria era outra pessoa."

03
Mar10

E será que eles não tem vergonha?

olhar para o mundo

Tanto a associação de pais, como o conselho directivo da escola deveriam ter vergonha, como é possível que agora venham dizer que não sabiam de nada e que ninguém sabia de nada?

 

Vergonha.

 

Noticia do Público

 

O Ministério da Educação informou hoje que foi aberto um processo de averiguações ao caso da criança desaparecida no rio Tua em Mirandela para apurar o que "poderá ter ocorrido no recinto da escola antes do sucedido”.


O caso foi também remetido para as autoridades judiciais competentes para o efeito, segundo indicou à Lusa o gabinete de imprensa da ministra Isabel Alçada.

O Ministério da Educação refere que "é com consternação que recebe esta notícia" e avança que tem "no terreno meios para dar todo o apoio que, no âmbito da sua competência, a escola, a família, a comunidade educativa necessitem para ultrapassar esta situação".

O Ministério informa ainda que "no ano passado, a Escola Básica 2,3 Luciano Cordeiro, em Mirandela, registou apenas duas ocorrências, uma no primeiro período, outra no segundo, de injúrias a um funcionário".

A reacção do Ministério da Educação surge na sequência do desaparecimento, terça-feira, no rio Tua de uma criança de 12 anos que frequentava aquela escola de Mirandela.

O caso foi associado a uma alegada situação de "bullying" na escola não confirmada pelas autoridades que, que acreditam na possibilidade de acidente.

Nem a escola, nem a Comissão de Protecção de Menores e Jovens têm registo de casos de "bullying" (actos de violência física ou psicológica, intencionais e repetidos, praticados por um indivíduo ou grupo de indivíduos com o objectivo de intimidar ou agredir outro indivíduo ou grupo de indivíduos).

O presidente da Associação de Pais, António José Ferreira, corroborou hoje a mesma informação, afirmando que neste órgão não existe qualquer queixa em relação à criança em causa.

O Ministério da Educação referiu ainda à Lusa que tem um Gabinete Coordenador da Segurança Escolar que monitoriza, dia-a-dia, a situação de segurança/violência, em todas as escolas do País.

"Quando haja indícios ou se identifica uma situação, é activado um conjunto de mecanismos para, seja a nível preventivo, seja ao nível da sua resolução, dar resposta aos casos concretos", segundo o Ministério.

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