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Um olhar sobre o Mundo

Porque há muito para ver... e claro, muito para contar

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Um olhar sobre o Mundo

18
Jan11

A bíblia é um livro chato

olhar para o mundo

A bíblia é um livro chato

 

A liberdade de expressão há-de ter sempre um limite: a religião. É assim quando alguém diz umas verdades sobre o Corão e é assim quando alguém diz umas verdades sobre a Bíblia. Claro que Saramago não foi alvo de uma fatwa e, em princípio, não precisará de um batalhão de guarda-costas, como Rushdie. Mas a História prova-nos que a Igreja Católica evoluiu à força. Não deixou de queimar gente na fogueira por vontade própria ou por ser moralmente superior ao Islão, mas sim porque foi posta no seu lugar, quando perdeu poder com o (re)nascimento dos Estados laicos - coisa que ainda não aconteceu no mundo muçulmano. Não, não me convencem. Se a Igreja ainda tivesse uma fracção do poder que tinha há 200 anos, Saramago não se safava apenas com umas bocas imbecis a sugerirem que entregue o passaporte português.

(Sabiam que a inquisição espanhola durou até 1834? Já rolavam comboios em Inglaterra e nos EUA nessa altura...)

Vamos então à Bíblia: Saramago disse que estava cheio de episódios cruéis e cenas de carnificina. Factualmente, não mentiu e só quem não leu pode dizer o contrário. Eu li.

(Aliás, ter lido a Bíblia foi um dos mais importantes passos que dei na direcção do meu ateísmo. E estou convencido de que muitos dos que se intitulam orgulhosamente católicos só o fazem porque nunca se deram ao trabalho de a ler. Os inquéritos mostram que nove em cada dez portugueses nunca o fizeram, o que para um país com - supostamente - mais de 90% de católicos me parece pouco.)

O Velho Testamento apresenta-nos um deus odioso, macabro, que exige sacrifícios de animais a torto e a direito, que chacina multidões e primogénitos com um estalar de dedos, que se impõe pelo medo e pelo terror. E não me venham com a eterna desculpa das parábolas e das metáforas. Tretas. Com argumentos desses, é possível ver bondade até nos discursos do Hitler.

A Bíblia não é sagrada, é mundana. Uma boa parte (precisamente a parte de que os padres evitam falar) não passa de um chatíssimo manual de costumes, com descrições detalhadas sobre o modo de degolar cabras no altar e de como verter o sangue em ânforas. E não há mal nenhum nisso. Tudo foi escrito com propósitos políticos e sociais fundamentais para a época, com a religião em pano de fundo. Nada de estranhar, num tempo anterior à eclosão da ciência. De estranhar é gente inteligente e do século XXI continuar a socorrer-se desses textos para nortear a sua vida.

Mais interessante é a fé cega de tanta gente em algo escrito por homens comuns. Sim, a Bíblia foi escrita por homens como os outros, com a diferença de espalharem aos quatro ventos que deus falava com eles.

Mas alguém me explica, por favor, porque é que os que acreditam de olhos fechados nesses tipos são os mesmos que gozam com a Alexandra Solnado, quando a mulher publica um livro a relatar os seus diálogos com Jesus? Que justificação há para crer que uns falam com deus e que outros são esquizofrénicos?

A fé não é motivo para orgulhos. Ter fé no que está na Bíblia e chamar malucos aos que hoje dizem ouvir a voz de deus é ter dois pesos e duas medidas sobre assuntos exactamente iguais. E, se querem que vos diga, até preferia que acreditassem mais nas palavras da Alexandra Solnado. Pelo menos o deus dela não faz mal a ninguém.

 

Via Visão

09
Nov09

O erotismo da biblia

olhar para o mundo

A biblia está cheia de elementos eróticos

 

 

O biblista frisou que o Cântico "é o maior exemplo dessa linguagem que, ainda assim, é transversal às escrituras",mas avisou que, "longe de ser condenável e muito menos desprezível, a dimensão erótica assume-se fundamental para revelar e definir o Homem e a relação com Deus". 

Estas foram algumas das conclusões retiradas da comunicação do especialista no II Congresso Internacional de Pedagogia sobre "Sexualidade e educação para a felicidade" que encerra hoje na Faculdade de Filosofia de Braga, da Universidade Católica. 

Tolentino Mendonça, que abordou o tema "Elementos bíblicos para uma erótica cristã", começou por referir que a estranheza que a abordagem desta temática ainda causa é algo com "raízes profundas no interior e exterior do espaço eclesial, é um problema cultural". 

Erotismo é da natureza humana

Em sua opinião, "o mais normal é que o homem como animal erótico seja desprezado pelos discursos. Mas isso é o mesmo que negar a própria humanidade do homem". 

O orador chamou a atenção dos presentes para o facto da Bíblia descrever, desde o Génesis, um homem sexuado sem que isso esteja ligado à condição do pecado: "A sexualidade bíblica não é contra a erótica nem se resume a enumerar o proibido, registando um elogio ao amor, aos corpos e ao relacionamento", referiu. 

Não sendo o Deus do Antigo Testamento uma entidade representável corporeamente - em antítese aos deuses (ídolos) dos povos vizinhos dos hebreus -, o perito acentua que "Deus também se pode dizer pela dimensão erótica". 

É que, - sublinhou - "o carnal é, antes de uma avaliação moral, condição identitária do vivente". 

Para o sacerdore, a erótica é "o reconhecimento do que sou e do que o outro é", já que "tudo tem uma conotação sexual porque tudo tem uma conotação humana". 

Recomendando a leitura do "Cântico dos Cânticos", Tolentino Mendonça sustentou que "a erótica define-nos por dentro e não pela nossa função" e que aquele livro bíblico "não nomeando Deus consegue fazê-lo depreender" com claridade. 

 

Via Sic

 

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