O que procura?.. o sexo. Fácil e sem compromisso.
Os predicados do Brasil são mais que muitos e podiam ser enumerados por ordem alfabética sem saltar letras. Fiquemo-nos pelos mais óbvios: o clima, a beleza natural do país, as praias paradisíacas, ou a folia do carnaval. Mas se perguntarmos a um grupo de homens que se prepara para umas férias em terras brasileiras o que os levou a escolher aquele destino, a resposta é unânime: o sexo. Fácil e sem compromisso. Ver resto da noticia aqui Via Ionline
Depois de seis meses a viver no Brasil, "Jorge" chegou a Portugal com a sensação de quem está deslocado. "Sinto que pertenço a Fortaleza, é como se fosse a minha cidade." A convicção era tal que, poucos dias depois da chegada, este advogado de 32 anos correu para um concerto do brasileiro Netinho, no Montijo. Resultado? Uma enorme desilusão. "Uma rapariga passou por mim e eu dei-lhe a mão. Virou-se e disse-me em voz alta: "Estás-te a passar?". Era portuguesa.
Quem beija mais? Os seis meses de vida brasileira já lá vão - está cá há mais de quatro anos - mas o país da Copacabana, das caipirinhas e do samba ficou-lhe no imaginário. Desde que regressou, Jorge já foi ao Brasil cinco vezes. "Sempre com amigos", conta. E quase sempre na altura do Carnaval. As férias não são baratas - "cada um gasta uma média de dois mil euros" - mas o investimento compensa: "É uma semana de diversão em que praticamente não vamos à cama, só praia, copos e miúdas."
Numa das noites de folia, os cinco amigos fizeram até um concurso para ver quem conseguia beijar mais mulheres. Houve quem chegasse às vinte. "Muitas vezes, trocam-se beijos sem sequer ouvir a voz das mulheres. É tudo muito liberal, posso andar aos beijos com várias pessoas, chegar ao fim da noite e ir embora com uma mulher que nem beijei", garante.
A mesma opinião tem "Pedro", que também viveu no Brasil. A disponibilidade da mulher brasileira ajuda, sobretudo quando se tratam de estrangeiros generosos e com hormonas em excesso. "Basta ir a um shopping que há flirt em quase toda a parte. Um dos meus amigos, um engenheiro português, foi comprar prendas para a família. Antes de ir embora, ficou com o número de telefone da lojista", recorda. O caso não teve grandes desenvolvimentos, mas é frequente os turistas, sobretudo italianos, arranjarem "namoradas" com quem vivem romances de férias. Nalguns casos, o amor de praia não fica enterrado na areia: depois de regressarem, alguns enviam dinheiro e bilhetes de avião para as receberem no seu país de origem.
"Chamam-se pirguetes, são raparigas que só querem estrangeiros", conta. Não são prostitutas, apesar de muitas acompanharem um turista durante a estadia, receberem presentes, jantares em restaurantes finos e dormidas em hotéis de luxo.
"É uma forma de alimentar a fantasia de poder vir a mudar a sua realidade", explica Alfredo Hervías y Mendizábal. Para o escritor espanhol radicado no Brasil há três anos, é a discrição e facilidade em ter sexo que leva muitos portugueses a atravessar o Atlântico. "Não é sexo pago, mas há muita malandrice", afirma. No Brasil a prostituição abunda, mas "tem pouco a ver com o conceito de prostituição europeu: muitas vêm no gringo [nome dado ao turista ] uma oportunidade de sair do Brasil, para outras é um troféu". No fundo, "há muita gente a sobreviver do sexo".