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Um olhar sobre o Mundo

Porque há muito para ver... e claro, muito para contar

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Um olhar sobre o Mundo

26
Nov10

O Piquete de greve

olhar para o mundo

A instituição nacional do "piquete de greve" é das figuras mais autoritárias que o democratizante Abril criou. Chamar-lhe vandalismo é simpatia.

 

Como o leitor deverá ter notado, mais não seja por, provavelmente, não ter conseguido chegar a horas ao trabalho ou, quem sabe, por ter realmente faltado voluntariamente ao trabalho, ontem houve greve. Daquelas em grande, pretensamente históricas, que reúnem, à mesma mesa, os já bafientos e empoeirados líderes das centrais sindicais.

 

Pessoalmente, tenho sérias dúvidas quanto à legitimidade de um "direito" à greve. Do que não tenho dúvidas absolutamente nenhumas é da legitimidade do direito, sem aspas, a não aderir à greve. Se toleramos que um conjunto de pessoas incumpra as suas responsabilidades contratuais como forma de manifestação política, tudo bem - a Nação lá sabe para onde caminha. O que não podemos, de todo em todo, tolerar é que as pessoas que não querem aderir ao protesto sejam a isso forçadas por intimidatórios e muitas vezes bárbaros piquetes de greve.

 

Sejamos objectivos: o piquete de greve é uma figura anti-democrática. Intimidar as pessoas para que adiram a um protesto é precisamente o mesmo que intimidar as pessoas para que não adiram, apenas varia o sinal. Mais, vandalizar propriedade alheia, como lojas, bancos, escolas, o que for, por forma a impedir os acessos é, mais do que anti-democrático, criminoso. Os senhores Silva e Proença estão muito satisfeitos consigo próprios. Deviam, no entanto, ter vergonha por liderarem organizações que dão cobro a este tipo de comportamentos.

 

Tiago Moreira Ramalho

 

Via Aparelho de estado

23
Nov10

Lello. Os segredos da terceira melhor livraria do mundo

olhar para o mundo

Livraria Lello do Porto

 

A Lello não é uma livraria qualquer. É "a" livraria do Porto. E do mundo. Tanto é, que foi considerada a terceira melhor do mundo pelo popular guia de viagens "Lonely Planet''s Best in Travel 2011". Quinze anos depois da mudança de gerência, a livraria continua a aproveitar a estrutura arquitectónica que atrai milhares de visitantes e reforça uma reputação que mantém há mais de cem anos.

Esta não é a primeira vez que a Lello é destacada por uma publicação internacional. Há dois anos, o jornal britânico "The Guardian" já a tinha homenageado com o terceiro lugar no ranking de melhores livrarias do mundo. 

Antero Braga, proprietário e actualmente o homem forte por detrás do nome Lello, explica que a receita para o sucesso passa por encontrar o equilíbrio interior entre o seu papel de amante de cultura e o outro, mais austero, o de gestor. 

Directo ao assunto, Antero Braga explica que esta não é a sua livraria ideal, uma vez que não abrange todas as áreas temáticas que desejava, mas o lado de gestor diz-lhe que só fazendo concessões é possível tornar a livraria num negócio viável. "Se não o fizeres estás condenado, quase como acontece com o país", confessa. 

Há 41 anos a trabalhar em livros, Antero não esconde o orgulho que sente com o seu espaço, a sua profissão e com a reputação de qualidade da sua livraria. Foi há 15 anos que assumiu a gerência da Lello, e quando a encontrou estava longe de ser o marco que é agora. "A Lello enquanto editora foi muito mais conhecida do que propriamente enquanto livraria", explica. 

Foi o seu percurso de gestor na Bertrand que o ajudou a recuperar o espaço. "Fui o gerente mais novo da Bertrand, o director comercial mais novo da Bertrand, o administrador mais novo da Bertrand e sou cá do Porto", contou.

A Lello é, aliás, um espaço tipicamente portuense, onde é cultivada e mostrada a essência da cidade. A máxima deste espaço passa por criar uma ligação "intensa de amizade"com os seus clientes. Antero Braga crê que é aqui que reside o espírito da Invicta. "No Porto é mais difícil por vezes penetrar no meio, mas depois tem-se amigos para a vida", diz.

O facto de ter preservado o ambiente íntimo e personalizado fez com que a livraria se tornasse um dos marcos de atracção da cidade, quer para o comum turista quer para figuras ilustres. Ao longo da sua vasta história, já por lá passaram nomes como Afonso Costa, Cavaco Silva (escolheu a Lello para lançar a sua autobiografia), Mário Vargas Llosa (ainda antes de receber o prémio Nobel), Alain Juppé, antigo primeiro-ministro francês, ou Marcelo Caetano, o último homem-forte do Estado Novo. 

"Cada um tem o seu feitio, e as pessoas gosta de ter um interlocutor, alguém que os aconselha", diz Antero Braga. Na Lello têm o tratamento personalizado que está a desaparecer do comércio contemporâneo. O gestor da livraria conta que várias personalidades, como Diogo Freitas do Amaral, usam o seu gabinete, onde guarda algumas raridades. 

Antero Braga orgulha-se das amizades que cultivou ao longo da sua carreira. Conta com carinho a o encontro que teve com José Saramago, em que lhe confessou que o seu livro preferido do autor era o "Levantado do Chão" e não o "Memorial do Convento". Ao que o Nobel português respondeu: "Também é o meu."

As distinções que a Lello vai acumulando fazem dela um ícone da cidade. Se cada visitante que se extasia com a sublime escadaria do espaço comprasse um livro, em termos comerciais era um êxito fenomenal. Assim, é uma livraria que resiste com o passar dos tempos e que o mundo reconhece. Mais do que os portugueses, diga-se.

Exclusivo i /Semanário Grande Porto

 

Via Ionline

10
Nov10

Benfica. ... Todos ralham e ninguém tem razão

olhar para o mundo

Benfica, Todos ralham e ninguém tem razão

 

O filme está desfocado para os lados de Jorge Jesus. A paixão dos adeptos definha a cada derrota e há quem o confronte cara a cara pelas suas opções: a lua-de-mel parece que afinal não é eterna e os primeiros arrufos do matrimónio começam a vir à tona. Na madrugada que se seguiu à humilhação no Dragão, dois adeptos criticaram o treinador pelas suas opções e a resposta dele foi esta: "Coragem tiveram os que foram ao Dragão!" Tudo bem. Só que esses sócios tinham ido ao estádio do FC Porto e mostraram-lhe o ingresso como comprovativo - Jesus engoliu em seco e pediu desculpa. Ontem, no aeroporto, o técnico foi interpelado pelos mesmos benfiquistas quando a equipa seguia para as portas de embarque: "Mister, os que foram ao Dragão estão aqui a dar a cara outra vez. E achamos vergonhoso ir a Angola durante a semana numa altura destas." Ao ouvir isto, Jesus encolheu os ombros, pediu calma por lá estarem "jornalistas" e acabou por ser um responsável do clube a encerrar o assunto, explicando-se ao par de sócios: "Há aqui jogadores que não sabem o que é o Benfica e quando se apercebem da dimensão não conseguem lidar com a pressão." De Luís Filipe Vieira, nem um palavra.

Não são só os adeptos a torcer o nariz ao raid encarnado a Angola por ocasião das comemorações do 35.º aniversário da independência do país - aos jogadores e equipa técnica também não caiu bem a decisão presidencial de forçar a equipa a um desgaste suplementar e desnecessário. A viagem relâmpago a África está contextualizada numa suposta despedida oficial de Mantorras (no jogo Angola-Benfica, hoje às 19h) aos relvados e num encaixe chorudo para os cofres da Luz - 1,4 milhões de euros, pouco menos do que duas vitórias na Liga dos Campeões. Que é o que se pede a Jesus neste momento crítico: ganhar ao Schalke 04 (na Luz) e ao Hapoel (em Telavive) garante a passagem aos oitavos-de-final da Champions, um dos objectivos mínimos para quem até falou em conquistar a competição em Wembley. Se a meta não for alcançada, a contestação interna aumentará e Jesus ficará em palpos de aranha, agarrado à cláusula de rescisão astronómica (5 milhões de euros, pelo menos) que acordou com o clube. E é por isto e pelo capital de confiança que (ainda) tem junto de Vieira, que o despedimento de Jesus é cenário distante. Mas caso o Benfica decida prescindir do treinador, a solução passa pela entrada em cena do agente Jorge Mendes que procurará colocar Jesus no estrangeiro, satisfazendo ambas as partes.

ENTRE MUROS Jesus tem um estilo e o estilo é este: aperta com os jogadores até mais não, grita com eles em alta voz e muitas vezes insulta-os. Os jogadores que treinou no passado já se queixaram das "orelhas a ferver no treino" mas sempre lhe elogiaram a capacidade táctica; os futebolistas que dirige no Benfica dizem o mesmo dele. Ou diziam. 

Este ano, já se viu Luisão, de braçadeira, a discutir com Jesus em pleno relvado; já se viu Cardozo desagradado por não sair de campo quando se encontra esgotado e o resultado construído ("O descanso só faz é mal", diz Jesus); e Saviola com ar de poucos amigos sempre que é substituído. No futebol, como na vida, quando se ganha, tudo se suporta mas o inverso também é verdade. Nesses momentos questionam-se as opções tácticas, os métodos, os tiques e a cabeça começa a pesar mais do que as pernas. O Benfica é a formação mais indisciplinada da Liga, com 37 amarelos e dois vermelhos directos - contas feitas, as águias não podem contar com Luisão, Maxi Pereira e Carlos Martins para o encontro com a Naval (domingo). 

MEDO DO LOBO MAU Na preparação para o jogo do FC Porto, ficou evidente a preocupação de Jesus em montar um esquema que anulasse Hulk, como se o Incrível fosse lobo mau. Em 2009/10, foi Peixoto quem o defendeu na vitória caseira com o golo de Saviola - nem um nem outro jogaram no passado domingo mas um e outro tinham sido titulares nos últimos encontros. Como escreve o "Record", a coisa não caiu bem a Peixoto, a Saviola e nem aos restantes elementos do balneário que viram um Jesus medroso em vésperas de clássico.

 

Via Ionline

09
Nov10

Crise, aprender como comprar!

olhar para o mundo

Como comprar melhor

 

Em tempos de crise, não há como contornar a questão: quanto mais barato comprar, melhor. Por isso, é preciso estar bem atento a todas as opções. No supermercado, nas lojas e na internet, não faltam opções para adquirir aquilo de que necessita a preços mais baixos, e com a mesma qualidade. Na maioria dos casos, os truques são simples e o seu orçamento familiar agradece. Tome nota das dicas.

Compre com lista O segredo para não gastar mais do que deve no supermercado é garantir que só compra aquilo de que realmente precisa. Faça uma lista das necessidades da sua casa e discipline-se: compre só o que determinou, fuja aos produtos em promoção, vá espreitando os preços nos panfletos na caixa do correio, use cesto em vez de carrinho e marque dias específicos para ir às compras, de maneira a gastar tudo o que tem em casa antes de comprar mais. Desta forma também conseguirá poupar nas deslocações ao supermercado. Outra regra a seguir passa por não ir às compras quando estiver com fome: isso vai condicionar as suas compras e fazê-lo comprar produtos de que não necessita. Tenha atenção ao prazo de validade dos produtos.

"Nuestros hermanos" Se vive perto da fronteira com Espanha, não hesite. Comprar produtos em supermercados espanhóis vai ajudá-lo poupar, sobretudo a partir de Janeiro. A maioria dos produtos à venda em Espanha deduzem 18% do IVA: em Portugal, o Orçamento do Estado para 2011 prevê um aumento deste imposto para os 23%, o que se vai reflectir no preço final dos produtos.

Outra opção é comprar produtos de marca branca: em alguns casos podem custar metade do preço dos de marcas de referência (como os supermercados gastam menos em marketing, conseguem produtos a preços mais baratos sem prejuízo da qualidade). Além das marcas próprias, opte também por comprar em quantidade sempre que possível, sobretudo produtos com prazos de duração mais alargados, e compare preços com quantidades.

Cozinhe em casa Aproveite para apostar numa alimentação mais saudável e habitue-se a confeccionar as suas refeições em casa. Mesmo que leve comida para o trabalho, o facto de a confeccionar em casa vai poupar-lhe algum dinheiro: não se esqueça de que pode fazer comida para duas ou três refeições, e fazê-la render mais. 

Cozinhar pode ser uma excelente forma de relaxar e de rentabilizar as sobras de comida. Fazer o próprio café, em vez de ir bebê-lo à pastelaria da esquina, pode garantir a poupança de alguns euros por semana. Por exemplo, num agregado familiar de quatro pessoas em que cada uma beba dois cafés por dia fora de casa (oito cafés por dia a 0,50 cêntimos), em 365 dias pode poupar até 1460 euros.

Invista online "Comecei por comprar banda desenhada pela internet há dois anos e meio, porque faço colecção. Na internet há muita oferta, mas na altura era difícil convencer o meu pai, que achava estranho por causa do cartão de crédito", conta Daniel de Sousa Rodrigues, 22 anos, ao i. "Agora compro roupa, jogos, livros, de tudo um pouco, e cerca de uma vez por semana", acrescenta Daniel, que usa sobretudo o eBay. 

Para compor o armário, Nádia Torquato, 23 anos, começou há um ano a comprar roupa no ASOS.com. "Tive vontade de procurar coisas diferentes e apercebi-me de que as coisas eram mais baratas e a oferta muito maior. Assim passei a andar com coisas diferentes das das outras pessoas. Procuro sempre as pechinchas. Os produtos normalmente chegam na mesma semana em que se encomendam", conta ao i.

As opções são mais que muitas: o Plubee - online desde Junho - tem todos os dias promoções, entre produtos de beleza, bem-estar, restaurantes e lazer. A ideia do site é facilitar a compra de bens não-essenciais, mesmo em tempo de crise. Na mesma linha destaca-se o Groupon, que conta com campanhas de curta duração, principalmente ofertas em restaurantes a menos de 70% do preço. Em matéria de roupa e acessórios, o Club Fashion é a opção portuguesa mais conhecida. Com descontos entre 30% e 80%, é possível comprar roupa, sapatos e acessórios de marcas conhecidas a preços mais baixos.

 

Comprar online: o que se poupa em taxas e nas alfândegas

 

Um dos pontos essenciais a ter em atenção quando compra algum produto pela internet é a cotação da moeda do país onde está a fazer compras. No caso, por exemplo, de comprar um produto no Reino Unido, tenha em consideração que a libra vale mais do que o euro e, por isso, é necessário converter o preço em euros para saber se a compra compensa realmente. As compras a partir dos Estados Unidos serão, neste momento, mais protegidas, já que o valor do dólar é inferior ao da moeda única europeia.
No entanto, no caso de encomendas vindas de espaço norte-americano, há que ter em conta as despesas de transporte e os valor de desalfandegamento (IVA e direitos aduaneiros) – o que, a somar ao valor do produto, o pode tornar mais caro do que se fosse comprado em alguma loja em Portugal. 
O valor pago na alfândega – em produtos encomendados fora do espaço europeu há grande probabilidade de por lá passarem – depende da categoria do produto, determinado na pauta aduaneira. Por isso é essencial calcular todas as despesas decorrentes da compra online  antes de efectuar o pagamento do produto em questão: no site da Direcção-Geral das Alfândegas e dos Impostos Especiais sobre o Consumo (DGAIEC) pode consultar a pauta aduaneira, de maneira a saber a que classe pertence o produto que deseja encomendar e que taxa terá de pagar. 
No caso do IVA, a quantia é calculada sobre o valor total da encomenda mais os direitos aduaneiros. Estas despesas aplicam-se apenas a compras online fora do espaço europeu: normalmente as encomendas dentro da Europa não exigem este tipo de pagamento.

 

Via ionline

08
Nov10

Scuts, como não pagar!

olhar para o mundo

Scuts, há quem tenha encontrado estratégias para não pagar

 

O antigo ministro das Obras Públicas João Cravinho foi o primeiro a propor portagens nas Scut, que tinham sido pensadas para não ter custos para o utilizador, mas ficou-se por aí. O governo de Sócrates apadrinhou o modelo, conquistou terreno e foi feliz na finta à oposição. O modelo de pagamento nas primeiras três Scut (Costa da Prata, Grande Porto e Norte Litoral) arrancou a 15 de Outubro, mas nem todos os portugueses se resignaram.

O que mudou no dia-a-dia dos milhares de pessoas que usavam as Scut para chegar ao trabalho? A maioria dos utentes ouvidos pelo i não encontrou outra solução que não pagar. No entanto, há quem tenha descoberto uma maneira de não aumentar o orçamento das deslocações. 

Cristiana Vanzeler, de 32 anos, lembrou-se que as dez viagens de isenção para aqueles que residem nos concelhos a menos de dez quilómetros da Scut, poderiam duplicar e até triplicar. A professora vive com a família em Santa Maria da Feira, mas é obrigada a deslocar-se diariamente a uma escola em Aveiro. "Pela A29 são cerca de oito euros por dia, uma roubalheira! Pela estrada nacional demora quase duas horas, portanto arranjei uma estratégia." Cristiana não evitou a A29, mas fez o pedido e registo do DEM (dispositivo electrónico de matrícula) nos dois carros que tem em casa e está a usufruir das dez primeiras viagens a custo zero em ambos. "Na primeira semana levei o meu, depois o outro e na terceira semana vou levar o do meu pai, que não se importa de mo emprestar." Apenas na última semana de cada mês a professora terá de pagar pelas deslocações até Aveiro e mesmo assim irá usufruir dos 15% de desconto. 

Inês Nunes, de Vila do Conde, ainda não tem o DEM, mas não pensa pagar as portagens. "A maioria das pessoas paga, mas eu não", diz ao i a estudante de 19 anos da Faculdade de Arquitectura do Porto. A A28, que antes era a tábua de salvação dos moradores do Litoral Norte, é agora um bicho de pórticos. A N13, que seria a segunda opção, transformou-se num "monstro", relatam alguns moradores. Porém, os "pequenos desvios", no caso da Inês, foram benéficos. "Vou pela A28 até à saída de Mindelo, faço um desvio de cinco minutos pela aldeia e volto a entrar na Lavra", conta a estudante, que depois segue pela A28 até ao Porto sem encontrar mais pórticos. Inês Nunes garante que é a melhor estratégia e permite poupar 95 cêntimos por viagem. 

Para José António Viana, de 54 anos, não há muitas alternativas. "As auto-estradas são muito caras, a nacional é um trajecto cheio de desvios e semáforos e demora o dobro do tempo." Ainda assim, o residente em Esposende recorda a Avenida 25 de Abril, entre a Póvoa do Varzim e Vila do Conde, que permite evitar um pórtico. "É uma boa estrada, segura e plana - tem o problema das sete rotundas." 

Não um, mas três, é o número de pórticos que José Guilherme, de 36 anos, teria de pagar diariamente se optasse pela A17. O professor desloca-se de Mira para Aveiro, mas escolheu um percurso alternativo. "Entro na A17 cinco quilómetros depois de Mira, na aldeia de Santo André. Depois saio em Vagos e sigo pela estrada nacional." José assegura que os poucos quilómetros que acrescem ao trajecto são compensatórios no combustível. "Antigamente demorava 35 minutos, agora demoro 40 mas não pago 4,30 euros por dia."

 

Via Ionline

06
Nov10

Os melhores locais para ir ver o Porto - Benfica

olhar para o mundo

Onde ver o Benfica Porto?

 

Esta lista só existe porque um dia alguém decidiu que era boa ideia ter um canal que só passasse bola - e que uma assinatura desse canal custaria quase o mesmo que os outros 40 todos juntos. Começou a ser difícil ver um jogo em casa, com uma cerveja na mão e a família a pedir para mudar de canal.

Assistir ao jogo na televisão deixou de ser uma coisa que qualquer pessoa com uma antena no telhado pode fazer. Os jogos estão agora ao nível do chão, em salas de luzes brancas decoradas com aquários cheios de sapateiras com tenazes presas por elásticos: as cervejarias. Elencámos dez, entre Lisboa e Porto, para ajudar o leitor a decidir o melhor lugar para ver o Benfica-Porto e para utilizar o verbo "elencar" na primeira pessoa do plural do pretérito perfeito. 

Uns mais caros que outros, mais confortáveis que outros. Apenas uma garantia: não vai faltar cerveja de pressão, tirada com aquela precisão de um samurai - dois dedos de espuma - e salgados para fintar a fome. Nenhum dos lugares é directamente conotado com nenhum clube, mas a distinção geográfica Lisboa-Porto deve ser suficiente para saber onde vão estar benfiquistas e portistas.

 

1. British Bar

As histórias deste bar no Cais do Sodré, Lisboa, são suficientes para encher esta página ? e o que fica de fora pode vir a dar um livro ou documentário. Um dos mais antigos e emblemáticos bares de Lisboa, o British Bar, tem a maior carta de cervejas da capital (loiras, pretas ou ruivas, sobretudo belgas) e uma televisão discreta sempre sintonizada nos canais que interessam. Há salgados e o mítico ovo cozido em cima de um monte de sal. Rua Bernardino Costa, 52, Cais do Sodré, Lisboa. Tel. 213 422 367

 

2. Grupo Excursionista "Vai Tu"

Na sala de convívio deste grupo excursionista a intensidade com que se vive o futebol é inversamente proporcional ao preço da cerveja. Tem uma televisão grande, área de fumadores (é mesmo uma área, expressa em metros quadrados, sem separação física) e um benfiquista lendário que, quando a sua equipa ganha e o árbitro faz ?bem? o seu trabalho, ofende o realizador da transmissão televisiva: ?Este plano é uma merda, não se vê nada.? Rua da Bica de Duarte Belo, 6 - 8, Lisboa. Tel. 213 460 848

 

3. Barraquinha da Praia da Granja

A Barraquinha da Praia da Granja, em Vila Nova de Gaia, tem uma vantagem óbvia. Como fica em cima do areal, o derrotado da noite pode sempre dar um passeio a pé junto ao mar para afogar (apenas) as mágoas. Dispõe de um ecrã gigante e serviço de snack bar. A paisagem é excelente, o estacionamento é abundante e fica longe dos tradicionais aglomerados de adeptos. Esplanada Fernando Ermida, Granja, Vila Nova de Gaia

 

4. Maracanã

Um clássico das cervejarias lisboetas, o Maracanã é célebre pelos mariscos, petiscos e uma esplanada à beira da Avenida Fontes Pereira de Melo na qual beber um café à tarde é quase um desporto radical. Lá dentro há uma televisão grande que, aos dias de semana, serve para passar as letras do menos concorrido karaoke da capital. Felizmente, a comida e bebida estão vários furos acima dos cantores amadores que insistem em guinchar o reportório de Céline Dion. Rua Pinheiro Chagas, 1, Saldanha, Lisboa. Tel. 213 526 934

 

5. República da Cerveja

Diz-se, e com toda a propriedade, que a melhor vista do Porto se tem a partir de Gaia. Daí que a República da Cerveja, no Cais de Gaia, seja um regalo para a vista. Não faltam televisores para dar uma espreitadela ao clássico. Para os mais nervosos é sempre possível vir cá fora fumar um cigarro e deliciar-se com o postal ao vivo que constitui o centro histórico do Porto. Bifes, francesinhas e muita cerveja são presença obrigatória em qualquer menu. Avenida Ramos Pinto Loja 170, Cais de Gaia, Vila Nova de Gaia Tel. 223 747 400

 

6. Tonga- Restaurante Tasca

Pode uma tasca ser moderna? À partida, não. Mas nos últimos anos o nome tornou-se cool e pode ir-se jantar a uma tasca, como o Tonga, sem pensar em salgados ensopados em óleo e o mata-mosca Cri-Cri a servir de iluminação estroboscópica de cada vez que cai um insecto. Situado em Benfica, o Tonga tem ecrãs de plasma grandes, comida tradicional portuguesa em versões modernizadas (petiscos chamam-se agora tapas) e uma considerável reserva de cerveja. Avenida do Uruguai, 26A, Benfica, Lisboa. Tel. 214 051 351

7. Lizarran

O ambiente é assim como que a atirar para o espanhol. Tapas, cañas ou cidra são algumas especialidades da casa, que tem como originalidade fazer a conta final pelo número de palitos deixados num recipiente na mesa. Para ver o clássico sem perder pitada, uma tela enorme não deixa escapar nenhuma incidência da partida. Ideal para os benfiquistas que esperam ver o espanhol Javi Garcia parar o meio-campo do FC Porto. Avenida dos Combatentes da Grande Guerra, 508, 4450 Leça da Palmeira Tel. 224 026 537

8. Shakesbeer

A Rua do Campo Alegre é a artéria por excelência das cervejarias no Porto. Às históricas Galiza e Capa Negra, junta-se agora a Shakesbeer, mesmo junto ao túnel de acesso à auto-estrada. Não falta a televisão de dimensões generosas (plasmas), assim como todo um arsenal gastronómico que não permite sair de lá com a barriga a dar horas. A cerveja é de excelente qualidade, como atestam as cubas mesmo à vista dos clientes. Rua do Campo Alegre 359/365, 4150-178 Porto Tel. 912 175 353

 

9. Cufra

É uma das mais antigas cervejarias do Porto. Em plena Avenida da Boavista, e com parque de estacionamento, dispõe de uma tela onde, religiosamente, são projectados os jogos que apenas podem ser vistos na SportTV. Por entre uma francesinha, um prego ou um prato de marisco, o clássico terá uma cor mais azul-e-branca, não sendo mesmo difícil  encontrar por lá alguns portistas famosos.Avenida da Boavista 2504, 4100 Porto
Tel. 226 172 715


10. Café Império

Ele está no meio de nós ? nós, os lisboetas. No centro geométrico de Lisboa, mais coisa menos coisa, paredes meias com o grande templo da Igreja Universal do Reino de Deus, o centro de outra coisa qualquer. A cozinha funciona até tarde e é de lá que sai o célebre bife à Império, um dos melhores da capital. No piso inferior há um projector e televisões grandes em vários ângulos, para que não se perca pitada do jogo quando se tem de virar para chamar o empregado. Avenida Almirante Reis, 205, Lisboa. Tel. 212 471 765

 

 

Via Ionline

 

05
Nov10

o André pode dar uso às vossas tampas

olhar para o mundo


 

«O André tem 6 anos e mora em Benavente. O André nasceu com paralisia cerebral e entrou para a primária este ano. Com a entrada para a escola vieram os primeiros problemas, a mobilidade do André.

 

Ele precisa de uma cadeira eléctrica mas infelizmente estamos em Portugal e essas coisas que não se deviam pagar, tem de ser pagas, para isso está a decorrer uma campanha com o apoio da Câmara Municipal de Benavente intitulada tampinha colorida. Tem como principal objectivo juntar 40 toneladas de tampinhas e plásticos para se conseguir comprar a referida cadeira e eléctrica e adaptada ás dificuldades do André.»

 

colaborem!

 

Via Twitt-tribu

03
Nov10

Pedroto e Pinto da Costa. E pronto, a dupla entra em acção

olhar para o mundo

Pedroto e Pinto da Costa... o inicio da História de sucesso

 

É normal que associemos o ano de 1982 ao Mundial de Espanha. Ao espantoso Brasil de Telé Santana. À inacreditável Itália de Rossi. À crueldade do alemão Schumacher numa entrada duríssima sobre o francês Battiston. À estreia do já veterano camaronês Roger Milla. Mas 1982 é também o início de uma era do FC Porto, com o primeiro mandato de Pinto da Costa como presidente. E o primeiro campeonato realizado nestas circunstâncias é marcado pelas polémicas. Que, verdade seja dita, sempre existiram. O problema agora é que a contestação sobe de tom, o FC Porto intromete-se contra o poder da capital exercido por Benfica e Sporting e a RTP começa a transmitir os resumos todos, com golos, penáltis e lances duvidosos.

Em tempo recorde, a dupla Pinto da Costa-Pedroto alimenta ódios ou paixões. E divide o país ao meio. A bronca estala definitivamente num FC Porto-Benfica, a sete jornadas do fim. Na semana anterior, o FC Porto empatara no Estoril (1-1). A 12'' do fim, penálti contra o Estoril e expulsão de Vítor Madeira. Durante 11 minutos, protestos contra o árbitro Graça Oliva e empurrões para lá e para cá. Com os ânimos mais serenos, Gomes atira... e Manuel Abrantes defende. Só que Vítor Madeira ainda estava em campo. O FC Porto pede repetição do penálti, o árbitro resolve com uma bola ao solo! Pedroto está irado. E lamenta: "Este Estoril correu mais que sei lá o quê. Não compreendo como não houve controlo anti-doping. Na Amora (1-2) e em Setúbal (1-3) foi a mesma coisa."

É neste clima de suspeição que se chega ao clássico decisivo para o título. A 27 de Março de 1983, FC Porto e Benfica estão separados por quatro pontos. E assim continuam depois de 90 minutos sem golos, apesar de Gomes falhar (novamente) um penálti. Fora do relvado, a bronca do costume com algumas nuances. Eriksson, primeiro, manteve a sua pose de gentleman. "Tivemos sorte, sobretudo no penálti, mas lutámos pelo 0-0." Depois o sueco foi aos arames quando Pedroto voltou a destapar o assunto doping. "Sem querer insinuar o que quer que seja, fomos descriminados mais uma vez. Houve controlo na Luz [3-1 para o Benfica]. Aqui já não houve. Nós pedimos, mas alguém recusou..." Sven-Goran reagiu. Com diplomacia mas ligeiramente incomodado. "Doping no Benfica só por cima do meu cadáver. Se alguma vez um jogador for dopado, aqui, no Benfica, ou sairá ele ou sairei eu." 

Também sem perder a pose, Pedroto contra-atacou. "O Benfica vai ser campeão? Sim, já o era antes de começar o campeonato. Na semana em que perdia pontos, os árbitros erravam contra nós. Num sábado, empataram no Bessa [2-2]. No dia seguinte, o Sporting-FC Porto acabou cirurgicamente 3-3, com dois penáltis para o Sporting. Sem esquecer que o Benfica veio jogar aqui às Antas como o Alcobaça [último classificado da liga]." Fim. Antes fosse. A confusão continua. Próximo capítulo: hoje, amanhã, depois, sábado, domingo...

 

Via Ionline

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