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Um olhar sobre o Mundo

Porque há muito para ver... e claro, muito para contar

Porque há muito para ver... e claro, muito para contar

Um olhar sobre o Mundo

03
Nov10

Pedroto e Pinto da Costa. E pronto, a dupla entra em acção

olhar para o mundo

Pedroto e Pinto da Costa... o inicio da História de sucesso

 

É normal que associemos o ano de 1982 ao Mundial de Espanha. Ao espantoso Brasil de Telé Santana. À inacreditável Itália de Rossi. À crueldade do alemão Schumacher numa entrada duríssima sobre o francês Battiston. À estreia do já veterano camaronês Roger Milla. Mas 1982 é também o início de uma era do FC Porto, com o primeiro mandato de Pinto da Costa como presidente. E o primeiro campeonato realizado nestas circunstâncias é marcado pelas polémicas. Que, verdade seja dita, sempre existiram. O problema agora é que a contestação sobe de tom, o FC Porto intromete-se contra o poder da capital exercido por Benfica e Sporting e a RTP começa a transmitir os resumos todos, com golos, penáltis e lances duvidosos.

Em tempo recorde, a dupla Pinto da Costa-Pedroto alimenta ódios ou paixões. E divide o país ao meio. A bronca estala definitivamente num FC Porto-Benfica, a sete jornadas do fim. Na semana anterior, o FC Porto empatara no Estoril (1-1). A 12'' do fim, penálti contra o Estoril e expulsão de Vítor Madeira. Durante 11 minutos, protestos contra o árbitro Graça Oliva e empurrões para lá e para cá. Com os ânimos mais serenos, Gomes atira... e Manuel Abrantes defende. Só que Vítor Madeira ainda estava em campo. O FC Porto pede repetição do penálti, o árbitro resolve com uma bola ao solo! Pedroto está irado. E lamenta: "Este Estoril correu mais que sei lá o quê. Não compreendo como não houve controlo anti-doping. Na Amora (1-2) e em Setúbal (1-3) foi a mesma coisa."

É neste clima de suspeição que se chega ao clássico decisivo para o título. A 27 de Março de 1983, FC Porto e Benfica estão separados por quatro pontos. E assim continuam depois de 90 minutos sem golos, apesar de Gomes falhar (novamente) um penálti. Fora do relvado, a bronca do costume com algumas nuances. Eriksson, primeiro, manteve a sua pose de gentleman. "Tivemos sorte, sobretudo no penálti, mas lutámos pelo 0-0." Depois o sueco foi aos arames quando Pedroto voltou a destapar o assunto doping. "Sem querer insinuar o que quer que seja, fomos descriminados mais uma vez. Houve controlo na Luz [3-1 para o Benfica]. Aqui já não houve. Nós pedimos, mas alguém recusou..." Sven-Goran reagiu. Com diplomacia mas ligeiramente incomodado. "Doping no Benfica só por cima do meu cadáver. Se alguma vez um jogador for dopado, aqui, no Benfica, ou sairá ele ou sairei eu." 

Também sem perder a pose, Pedroto contra-atacou. "O Benfica vai ser campeão? Sim, já o era antes de começar o campeonato. Na semana em que perdia pontos, os árbitros erravam contra nós. Num sábado, empataram no Bessa [2-2]. No dia seguinte, o Sporting-FC Porto acabou cirurgicamente 3-3, com dois penáltis para o Sporting. Sem esquecer que o Benfica veio jogar aqui às Antas como o Alcobaça [último classificado da liga]." Fim. Antes fosse. A confusão continua. Próximo capítulo: hoje, amanhã, depois, sábado, domingo...

 

Via Ionline

02
Out10

Os melhores sítios para comer tripas à moda do Porto

olhar para o mundo

Os melhores sítios para comer tripas

 

O provérbio diz que a necessidade aguça o engenho. A história do Porto demonstrou que também serviu para aguçar o apetite. Durante os Descobrimentos, pediram aos portuenses alimentos para abastecer as naus que iam tomar Ceuta. As carnes seguiram e a população ficou com as miudezas. A partir das tripas, imaginaram-se muitas alternativas na cozinha. Nasciam as "Tripas à Moda do Porto", que figuram na montra dos mais importantes símbolos da cidade. Raul Solnado elogiou-as e José Mourinho provou-as quase por correio. Descubra alguns dos melhores sítios para as comer.

O Líder Manuel Moura, proprietário deste restaurante, não tem dúvidas que as tripas são um "ex-libris" da cidade do Porto. Nada pode faltar na receita: "A touca e o estômago do animal, mão de vaca, feijão branco, cenoura, refogado com cebola, bacon e toucinho fresco, chouriço, bom azeite, sal, pimenta e cominhos." Para acompanhar, arroz branco seco. É servido numa caçarola e decorado com salsa picada, frango desfiado e orelheira de porco fresca. E um bom vinho tinto, "seja maduro ou verde". Preços: por 16,5 euros comem duas pessoas. 

Alameda Eça de Queiroz.

A Cozinha do Manel Às quartas-feiras e sábados, os amantes das tripas podem rumar à Cozinha do Manel. No passado fim-de-semana, "mais de trinta pessoas pediram para levar tripas para casa", garante ao i Manuel Mendes. Tiveram mesmo de confeccionar tripas "adicionais" porque "o desejo do cliente é sempre uma obrigação". O proprietário avisa que as tripas têm de estar "bem lavadas e cozidas". Uma dose é servida por dez euros. Rua do Heroísmo.

Pombeiro O prato é "muito requisitado" neste local. Quando venceram o primeiro prémio num concurso, em 2002, pediram-lhes que passassem a cozinhá-lo "todos os dias", conta Manuel Pinto Pereira. Os ingredientes passam no teste da qualidade, "vêm da aldeia", e os fregueses, de todo o lado... "Vem gente de Lisboa comer as tripas. No tempo em que o Mourinho estava no Chelsea, os amigos levaram-lhe tripas. Ele ainda não passou por cá, mas sei que as comeu e repetiu. Também já as levaram para a Bélgica e um dos grandes admiradores deste restaurante foi Raul Solnado. Escreveu que fazíamos as melhores tripas do universo e o papel ainda está na parede", garante. Preços: 8,5 euros para uma pessoa e 15 euros para duas. Rua do Capitão Pombeiro.

O Buraco Há 40 anos que o ritual se repete no restaurante O Buraco. Todas as sextas-feiras as tripas enchem as mesas. "Qualquer estrangeiro que aqui vem pede tripas", refere o proprietário Manuel Azevedo. A casa é conhecida pelo peixe fresco, mas todos os dias há um "prato forte" de carne no menú. Diz quem sabe que depois de comer tripas o melhor é não ter muito que fazer. Sirva, por exemplo, com uma reserva duriense "Coimbra de Mattos" e a seguir vá "dormir uma soneca". Preços: seis euros para uma pessoa, 12 euros para duas. Rua do Bolhão.

Casa Correia Uma das mais-valias deste estabelecimento é o facto de ser uma tasquinha típica. Os clientes parecem gostar, porque "já há pouco disso", refere José Pereira Correia. Mas não só. Ele próprio torna-se um cliente regular das tripas que a mulher prepara às quintas-feiras. Gosta "muito" de um "pratinho muito apreciado no Porto". Um dos segredos está no "variedade de carnes". Preços: Meia dose por 8,5 euros e por 13,5 euros comem duas pessoas. Rua Dr. Barbosa de Castro.

Se ainda não se decidiu, esmiúce as restantes sugestões do Chefe Hélio Loureiro, presidente da Confraria Gastronómica das Tripas à Moda do Porto. "O Tripeiro", onde se comem tripas "muitíssimo bem confeccionadas"; o restaurante "Casa Aleixo", espaço emblemático mais conhecido pelo polvo, mas com uma "persistência de receituário" que torna as tripas "das melhores da cidade" e o espaço "Salsa & Loureiro", no Hotel Porto Palácio, que serve tripas à quarta-feira.

 

Via ionline

29
Set10

Para Igor o limite é o céu

olhar para o mundo

Quando era mais pequeno, Igor Ferreira tirava a roupa ao Action Man e fazia-o voar por cima da sua cabeça. Só tem 12 anos, mas um dia, quando for grande, quer voar como só gente grande sabe voar – quer ir para a NASA (Agência Espacial Norte-Americana). “Fascina-me tudo sobre o espaço. Quero ser astronauta – e escritor nos tempos livres.”

Rosália, a mãe, transpira orgulho. Chama-lhe “obra-prima” – a sua obra-prima. No 5º ano, o rapaz figurou no quadro de honra da escola. Teve cinco em todas as disciplinas, menos em Educação Física. No 6º ano, as notas baixaram um bocadinho. Um rufia desatou a implicar com ele.

A mãe tentou consertar tudo muito depressa, não fosse aquela experiência negativa comprometer o presente ou o futuro do seu filho: “O miúdo é muçulmano. Eu não podia falar com a mãe dele – ela anda toda enrolada num lençol. Eu falei com o pai dele, mas não se pode [contar com ele]. O diabo do homem deu umas lambadas ao miúdo. O miúdo ainda ficou mais revoltado!”

A violência não é uma realidade desconhecida, distante. Igor mora no Aleixo, um bairro batido pelo tráfico de droga e que a Câmara do Porto há dois anos decidiu deitar abaixo. E o que é o Aleixo? “De certa forma, é um bairro normal. A diferença está nas pessoas que lá vivem. Às vezes, andam lá a gritar umas contra as outras durante a noite”, resume o rapaz. A mãe também ouve: “Às vezes, vamos a subir as escadas e vemos polícia com armas apontadas.”

Um Action Man humano

Não se deixa contaminar pela desmotivação que semeia absentismo e abandono escolar no bairro: “Só estou lá quando estou em casa. E a minha casa não é o meu bairro. A minha casa é mais pequena do que aquilo tudo.” Passa grande parte dos seus dias fora daquelas cinco torres de 13 andares erguidas na década de 1970, como uma agressão à paisagem, ali, perto do lugar onde o Douro desagua. Sai por volta das 8h00 para entrar nas aulas às 8h25. Pratica judo às segundas, quartas e quintas e natação às terças e quintas.

Frequentou o 1º ano em Lordelo, como outros meninos do bairro. Lembra-se disso: “A professora faltava muitíssimo. Às vezes, não faltava ela e faltava eu a pensar que ela não vinha. Ela fazia-me perder tempo. Passei para o 2º ano sem saber ler nem escrever.” Mudou de escola. “Consegui aprender a ler. Leio muito. Quando mais me esforçava, mais gostava.”

A mãe fez tudo para o livrar das escolas de má fama. Deu uma morada de uma conhecida para o pôr na EB1 São João da Foz. Quem estuda ali transita para a Francisco Torrinha no 5º. Fez lá o 5º. No 6º foi para a Pires de Lima, que dá acesso à cotada Aurélio de Sousa. Depois, o rufia caiu-lhe em cima.

O que fazia o tal rapaz? “Violência física não. Lembro-me de numa aula de música ele estar a fazer barulho e de eu olhar para ele e de ele me puxar o cabelo. Quando eu olhava para ele, ele fazia caras de parvo e berrava nos meus ouvidos. Ele tem dupla personalidade. Parece um santinho e faz isto.” Rosália mudou Igor para a Pêro Vaz de Caminha.

Uma criança tem direito a estudar e a sonhar com um futuro. Igor estuda muito e sonha com viagens espaciais e com escrita criativa: “Gosto de inventar histórias. Leio tantas histórias que consigo inventar. Quero escrever ficção. Gostava de lhe juntar mistério, ciências. Sei que tenho de estudar muito. Se for preguiçoso, tenho sorte se chegar a trolha.”

Gosta da escola nova. “Tem um bom ambiente. Os professores também são simpáticos. Ensinam melhor. Uns professores dão a matéria atabalhoadamente, não se importam se os alunos aprendem ou não; os dali ensinam bem.” Não tardou a tornar-se o melhor aluno da turma.

Fala como gente grande, mas não larga o Action Man. Em Novembro, acontece sempre qualquer coisa ao herói – há uma perna ou um braço ou um pescoço que se parte. No Natal, a mãe oferece-lhe um boneco novo e o rapaz hesita – habituado que está ao “amigo velho”. Adora anatomia, o ramo da biologia que estuda a estrutura e a organização dos seres vivos. E o Action Man é, dos bonecos que conhece, “o que tem a forma mais humana”.

Livro atrás de livro

Gosta de Ciências: “Quero saber de planetas, de animais, de plantas.” Gosta de História: “Gosto de saber o que aconteceu antes para termos o que temos.” Gosta de Português: “Quanto mais vocabulário tenho, mais gosto de Português. Quando encontro uma palavra que não conheço, vou directo ao dicionário.” Gosta de tanta coisa, tanta que às vezes é difícil escolher.

Passa as tardes de sábado na Biblioteca Municipal Almeida Garrett, nos jardins do Palácio de Cristal, uns dos mais belos do Porto. A sua escritora favorita é Luísa Dacosta. Viu-a no ano passado e até lhe pediu para autografar o seu exemplar de Sonhos na Palma da Mão. Não perde um livro da colecção Arcanus, obra de Care Santos sobre 12 miúdos com poderes especiais. E está a começar a fazer o mesmo com A Saga de Deltora, de Emily Rodda.

Dentro do quarto de mobília escura – que partilha com a mãe no apartamento que acolhe também a avó e a bisavó – não parece caber nem mais um alfinete. Amontoam-se livros e DVD nos móveis aos pés da cama, atrás da televisão e da PlayStation, transbordam para os arrumos.

À noite, a mãe testa-o: “Eu faço-lhe perguntas e ele responde. Também pode falhar algumas coisas.” Sem deixar de ser a obra-prima dela: “Ele consegue ser mais correcto do que eu.” A mãe dá um exemplo: “A avó paterna é muito pelo pai. Ele não paga mensalidade e ela defende-o. Eu disse: “Oh! Vou insultá-la.” E ele respondeu-me: “Ó mãe, comportamento gera comportamento.”"

Ana Cristina Pereira
Público
28/09/10

 

Via meninos de ninguém

23
Set10

O amor acaba mal. Sexo, dinheiro e operações plásticas

olhar para o mundo

Amor e extorsão

 

Ele

 

João (nome fictício), cirurgião plástico casadoconhece Maria (nome fictício) no estabelecimento de diversão nocturna "Pérola Negra" no Porto, no final de 2007. 

Segundo a acusação, João e Maria passam a encontrar-se regularmente, algumas vezes em Braga, e iniciam uma relação de cariz sexual paga pelo médico. João, na altura com perto de 40 anos, chega a pagar 500 euros por mês a Maria. 

Em Julho de 2008, João quis acabar com o relacionamento e deixou de pagar a mensalidade. É aí que Maria lhe terá começado a fazer uma "perseguição implacável e por vezes violenta". Ameaça-o por telefone, começa a exigir-lhe quantias de dinheiro e operações plásticas e, a dada altura, chega mesmo a entrar em contacto com a mãe, a mulher e uma tia do cirurgião plástico. 

A perseguição, garante o médico, só terá terminado em Abril de 2009. Antes, João terá atécontratado um segurança para se proteger e evitar as investidas. Em Julho de 2008, entrega-lhe seis mil euros em notas. Meses depois, em Outubro, oferece-lhe uma operação plástica de aumento do contorno dos lábios.

 

Mas as exigências terão continuado: Maria pediu uma operação ao nariz, outra de correcção de uma tatuagem numa perna e uma terceira de correcção dos orifícios dos brincos nas orelhas. Depois de recusar-se a fazer as operações, João terá recebido uma SMS no telemóvel a pedir mais dois mil euros. Sabendo que o cirurgião fazia parte de um coro no Porto, Maria foi ao local e insultou-o publicamente, dizendo que a teria obrigado a fazer um aborto. As cenas ter-se-ão repetido diversas vezes e Maria terá tentado, até, abordar o padre do coro para denegrir João. Tambémriscou o carro da mulher do médico e ameaçou o casal de morte.

 

João quer uma indemnização de 10 mil euros e Maria será julgada por coacção e ameaça agravadas, perturbação da vida privada, dano e extorsão.

 

Ela

 

Maria conhece João, cirurgião plástico, num hotel do Porto, em Abril de 2007. Contrariando a versão do médico, a mulher, de 32 anos, garante nunca ter trabalhado em qualquer estabelecimento nocturno.

 

Maria diz também que não sabia que João era casado. Por isso, iniciam um relacionamento que só terminaria em Junho de 2007. Segundo a versão da mulher, natural da Póvoa do Lanhoso, terá sido dela a iniciativa de terminar a relação. O médico insistiu para que não terminasse o namoro e chegou a convencê-la a voltar para ele. De tal forma que em Janeiro de 2008 João assumia o namoro perante a família dela – sempre escondendo que era um homem casado.

A relação continuou a evoluir e o cirurgião plástico pediu Maria em casamento, dias antes de saber que a namorada estava grávida.


A gravidez, conta Maria em sede de contestação, terá caído mal ao médico. Assim que soube, João pediu-lhe para desaparecer e entregou-lhe seis mil euros. Dias mais tarde, pediu-lhe para abortar e ofereceu-se para a recompensar, oferecendo-lhe uma cirurgia plástica de preenchimento do contorno dos lábios.

O caso, que corre na terceira vara do tribunal de São João Novo, no Porto, começa a ser julgado no dia 11 de Outubro. Entretanto, Maria apresentou uma queixa, em Braga, contra o cirurgião plástico por alegada violação. O caso, adiantou ao i fonte próxima do processo, ainda está em fase de inquérito.

“Não há no processo nenhuma prova da gravidez”, garante o advogado do cirurgião, Luís Vaz Teixeira, acrescentando que os incidentes “prejudicaram gravemente a vida profissional e familiar” do seu cliente.

 

Via ionline

18
Set10

Hard Club Nova casa, novo conceito

olhar para o mundo

Hard Club agora no porto

 

Habituado nos últimos tempos a ver fugir para a outra margem do Douro algumas referências da cultura da região, o Porto conquistou a Gaia uma das melhores salas de concertos do país. Após avanços e recuos, que alimentaram atrasos, atravessou o rio e abriu as portas no coração do centro histórico portuense. No Ferreira Borges, o mercado que nunca o chegou a ser efectivamente, (re)nasce um novo Hard Club.

É uma nova casa que traz consigo um novo conceito. A música que lhe deu o nome aqui e lá fora, por onde passaram milhares de nomes da música nacional e internacional, continua lá, intacta, e até com sons mais variados. O rock, o hip hop, o heavy metal, o trash metal, o drum''n''bass, o house, o pop, continuam todos lá e alguns já se apresentam nos quatro dias de inauguração que se prolongam até domingo e que tem nos portugueses Moonspell o grande cabeça de cartaz. Essa é a matriz do Hard Club e vai continuar a ser, explica ao i Paulo Ponte, um dos promotores do projecto. Mas não será a única a partir de hoje.

Sem esquecer a sua missão e sem perder a sua identidade, o Hard Club deixou de ser apenas uma sala de espectáculos para passar a ser uma sala para toda a cidade, com as portas do Ferreira Borges abertas todos os dias às nove da manhã, ao contrário do que acontecia em Gaia. Não fazia por isso sentido que "não houvesse uma programação mais diversificada virada para vários tipos de público".

No novo Hard Club, onde foram investidos 2 milhões de euros, já não entram só os adultos. As crianças também têm via verde. "Queremos que os pais venham cá tomar um café ou o pequeno-almoço e que tragam os filhos, que podem ser ocupados com programas infantis ligados ao cinema, ao teatro, à música e à arte digital."

A enorme sala de concertos será também uma sala de recepção da cidade, o ponto de partida e o porto de chegada de uma viagem dos milhares de turistas que todos os anos enchem o Porto. Ali poderão começar por ver um filme sobre o Porto, partir à descoberta da cidade e depois regressar para almoçar no varandim exterior com vista privilegiada para a Praça do Infante ou jantar no restaurante no piso superior, terminando ali o dia com um concerto, um ciclo de cinema ou uma peça de teatro.

Comparar o velho com o novo Hard é mesmo como comparar um vinil com um CD. Se em Gaia cabia nuns parcos 600 metros quadrados distribuídos por duas salas, no Porto a área total atinge mais do dobro: uma sala com capacidade para acolher mil pessoas e um auditório capaz de receber 120 pessoas sentadas (ou 300 de pé), divididos por um enorme corredor, onde se pode beber um copo, conversar ou ocupar os olhos com uma exposição. E ainda há salas de ensaio e de estúdio, com condições raras, que se encontram em poucos lados.

"Aqui uma banda vai poder ensaiar, gravar a sua actuação, fazer o trabalho de pós-produção e sair com uma ''master'' pronta a ser editada", explica Paulo Ponte.

No entanto, os espectáculos musicais continuarão a ser a imagem de marca do Hard Club. Foi ela, a música, que levou a Gaia entre 1997 e 2006 mais de 500 mil espectadores em 1300 espectáculos, num total de mais de 5 mil artistas vindos de 34 países, e cuja tradição, no Porto, quer manter. Com novos horizontes, novos públicos e uma ambição renovada.

 

Via ionline

13
Jul10

No Porto Red Bull não dá asas... mas pode dar casas!

olhar para o mundo

Rui Rio e o dinheiro da RED BULL

 

O presidente da Câmara do Porto disse ontem que os 200 mil euros que a autarquia tinha para o festival aéreo Red Bull deste ano, entretanto cancelado, irão “para a habitação, com alto grau de probabilidade”, como recomendou a CDU.

 

Rui Rio deu esta informação na Assembleia Municipal, realizada ontem, após uma recomendação apresentada pela CDU e criticada pelo deputado social-democrata Paulo Rios, que a considerou “um exemplo acabado daquilo que é um sound byte. A recomendação da CDU tinha como pressuposto o facto do orçamento municipal reservar 200 mil euros para a realização de um festival aéreo que veio a ser anulado. A CDU propôs que essa verba fosse aplicada no Bairro Rainha D. Leonor, que “necessita de obras urgentes de requalificação, as quais não estão contempladas no plano para 2010 da empresa municipal DomusSocial”. “É uma proposta que não tem sentido nenhum pois não dá para requalificar coisa nenhuma nesse bairro”, contestou Paulo Rios, líder do PSD na Assembleia Municipal. Artur Ribeiro, da CDU, insistiu referindo que “o Bairro Rainha D. Leonor não foi requalificado e não está previsto que o seja”. “Eu sei porque não e o senhor também: é porque tem boas vistas para o rio Douro”, rematou, dirigindo-se a Paulo Rios. Foi então que Rui Rio aproveitou para informar que, “com alto grau de probabilidade”, aqueles 200 mil euros serão para habitação social, porque esta “é a primeira das prioridades” do seu executivo. Apesar disso, a proposta da CDU foi chumbada com os votos contra do PSD e CDS/PP. O PS absteve-se, alegando a sua “inocuidade”, e o BE votou-a favoravelmente.

 

Via Público

23
Jun10

São João

olhar para o mundo

São João no Porto

No Porto e em Braga, hoje é noite de festa. Saiba onde comprar os manjericos mais frescos, onde comer as melhores sardinhas e prepare-se para os martelinhos

 

 

Dona Amélia

Dona Amélia tem um ar jovial, mais fresco que os manjericos que ordeiramente encarreira no chão do Mercado do Bolhão, no Porto. Faz cerimónias para tirar a fotografia, mas não demora a pôr-se a jeito. É tudo uma questão de charme. Mulher que se preze não se deixa convencer à primeira. “Assim está bem?”, pergunta, enquanto penteia o cabelo branco, deixando antever um par de brincos de ouro. “Aqui é a minha casa, menina. Venho para aqui desde os dez anos”, ri e agarra-nos o braço, queixando-se da crise. “Olhe, o que eu ganho, nem dá para o bilhete”, suspira. “Está a ver aquele leque? Está cá há 15 anos, trouxe-o da minha casa. Ninguém lhe pega”, diz, soltando uma gargalhada farta.

 

Maria de Castro

De rádio sintonizada numa estação de música, Maria de Castro, 57 anos, está atrás do balcão em paz com a vida. A crise não chegou às sardinhas. “Agora ainda é cedo, filha. As pessoas não vão comprar já as sardinhas senão elas até ao São João ficam todas engrameladas, filha.” Engrameladas? “Sim, filha, como é que eu hei-de dizer, moídas, percebes? Mas as minhas são tão frescas, que até parece que se mexem.” “Quando acabei a 4.a classe vim directinha para cá, este foi o meu primeiro emprego. A peixaria já era da minha avó”, conta. Pedimos para tirar uma fotografia. Voltou a ser difícil, talvez seja um pré-requisito das mulheres do Bolhão. “Anda lá, filho, tira a fotografia. Ó valha-me Deus”, diz impaciente.

 

José Pinto

José Pinto, presidente do grupo de folclore de Braga a Rusga de São Vicente, vai a correr trajar-se para a fotografia. É um entusiasta que não deixa morrer a tradição. “Queremos pôr toda a gente a dançar. A ideia é transmitir às pessoas que o folclore tradicional não tem necessariamente de estar aliado a roupa a cheirar a mofo. Quem vier dançar connosco vai ter um arco próprio para desfilar.” A Rusga de São Vicente faz 45 anos na noite de São João. “Achámos que era uma boa altura para lançar um repto aos bracarenses enquanto foliões, para que interagissem com a cultura tradicional.” Se quer aprender a dançar é agora. “Às vezes as pessoas ficam tão entusiasmadas que até prejudicam o andamento”, diz.

 

Américo Cachadinha

“Vai um copinho de vinho?”, pergunta Américo Cachadinha, 68 anos, que desde os 20 monta a tenda junto à ponte e vende bacalhau, sardinhas e caldo verde aos foliões do São João bracarense. “Ofereço de coração, mas não bebo porque estou a trabalhar. Fui agora a Monção buscar duas pipas”, diz, esperando o entusiasmo da plateia para continuar a história. “Uma vez duas senhoras precisavam de boleia. Quando entraram no carro veio um cheiro tão grande a aguardente que até fiquei zonzo. Para mal dos meus pecados fui parado por um polícia. E ele disse: ‘Ó Cachadinha, o seu carro parece um alambique.’ E pronto, lá fui eu fazer o teste sem culpa nenhuma.”

 

João Reina

“Não há festa mais bonita que o São João no Porto, então aqui a bordo ainda é mais linda”, diz o mestre João Reina, ao leme do barco da Douro Azul que conduzirá pelas águas do rio na noite da festa. No barco rabelo poderá jantar o menu tradicional: caldo verde, sardinhas, fevras e vinhos, e dar ainda uns passinhos de dança, antes do fogo-de-artifício. “Já andei por muitos sítios deste mundo, de Moçambique ao Gabão, e nada é mais lindo que isto. Uma vez, estava na Noruega a pescar bacalhau e apanhei tamanho susto, valha-me Deus. Estava sozinho a comer uma sandes, a nevar em cima de mim e quando olhei para o fundo vi um monstro. Até podia ser uma foca, mas eu pirei--me a sete pés cheio de medo”, ri.

 

 

Francisco Araújo

Francisco Araújo começou a esculpir santos e anjinhos na oficina do pai quando tinha 11 anos. Mas depois de 36 a trabalhar a madeira, começou a apaixonar-se pelo mármore. “É mais difícil, mas não podemos ficar atrás da concorrência, não é?” De qualquer das formas, clientela não lhe falta e as figurinhas religiosas (não estivéssemos nós na cidade dos arcebispos) vendem-se como pãezinhos quentes. “Já me pediram de tudo, até uma mulher enorme toda nua”, ri. O São João em Braga é conhecido pelas barraquinhas que se estendem avenida afora. Na Associação de Artesãos do Minho há bombos, pífaros, brinquedos tradicionais, louça típica, pandeiretas e castanholas.

Programa de festas

PORTO

10h00 -Percursos turísticos pedestres dirigidos a turistas que visitam o Porto. Participação gratuita

 

22h00- Começam os concertos: Orquestra Nacional do Porto, Trabalhadores do Comércio e Blind

Zero. Os Buraka Som Sistema actuam às 3h00

 

Todo o dia - Cascata de S. João em movimento. Entrada livre

 

BRAGA

22h00- Cortejo de Rusgas, Bandas Filarmónicas, Gigantones e Cabeçudos, Gaiteiros, Bombos e Zés P’reiras

 

01h00 - Tradicional sessão de fogo-de-artifício no alto do Monte do Picoto sobre o Terreiro de S. João e Rio Este

 

20h00 - A fadista Ana Moura encerra as festas no dia 24 de Junho

 

Via Ionline

14
Jun10

O que pode ver no Porto por menos de sete Euros

olhar para o mundo

Fundação serralves

 

Pagar sete euros para entrar num castelo só para conseguir uma vista privilegiada sobre uma cidade não é algo a que a maioria das pessoas esteja receptiva. Daí que, pensando em todos aqueles que se sentem defraudados perante tal exorbitância, o i apresenta aqui um pequeno roteiro de fim-de-semana para o Porto, onde pelo mesmo dinheiro pode visitar diferente sítios emblemáticos da cidade Invicta. Aliás, com as nossas propostas, gasta 6,5 euros. Os 50 cêntimos que sobram compram o Andante, o bilhete recarregável do Metro do Porto.

Torre dos Clérigos O principal emblema da cidade. Desenhada por Nicolau Nasoni, tem seis andares, 76 metros de altura e 225 degraus. A construção começou em 1754 e ficou concluída nove anos depois. Após a escalada até ao cimo, tem acesso aos varandins de onde pode desfrutar da mais deslumbrante vista do Porto que o dinheiro pode pagar. Ao lado tem a Igreja dos Clérigos, construída entre 1739 e 1749, com os cadeirais de jacarandá ou o extraordinário sacrário. Um último ponto de interesse: Nasoni está lá sepultado algures... Preço: 2 euros

Igreja de S. Francisco Começou a ser edificada em 1383, por alturas do início da crise que levaria D. João I, Mestre de Avis, ao trono de Portugal. Logo na frontaria, a rosácea e o portal. O interior apresenta-se ao visitante todo revestido a talha dourada barroca e rococó, é constituída por três naves. Estima-se que no recheio da igreja estejam aplicados 600 quilos de ouro. Destaque ainda para o fenomenal retábulo da Árvore de Jessé, dos escultores António Gomes e Filipe Silva. Preço: 3 euros

Museu de Arte Sacra e Arqueologia Instalado no Seminário Maior, em pleno Centro Histórico. Possui uma rica colecção de escultura e alfaias litúrgicas. Na maioria são peças de madeira e calcário do período medieval. Na porta ao lado, e com vista a partir do museu, está a Igreja dos Grilos, do conjunto de edifícios religiosos denominados Igreja e Colégio de S. Lourenço. Construído pelos jesuítas, em 1577, é hoje uma referência da zona da Sé do Porto. Pormenor histórico: durante o Cerco do Porto foi ocupado pelas tropas liberais de D. Pedro. Foi lá que ficou o batalhão Académico, que integrava o escritor Almeida Garrett. Preço: 1,5 euros

Serralves Nada como passar por Serralves ao Domingo. A entrada no parque e no fantástico Museu de Arte Contemporânea gizado por Siza Vieira é gratuita. Delicie-se a passear pelo Jardim dos Aromas, Jardim da Casa ou Quinta do Mata-Sete. Pode admirar a Casa de Serralves, mandada construir pelo Conde de Vizela, Carlos Alberto Cabral, e concluída em 1940. É um notável exemplo da Art Déco em Portugal e foi idealizada pelo arquitecto Marques da Silva, o mesmo que esteve na génese da Estação de S. Bento ou do Teatro Nacional S. João. Preço: gratuito aos domingos.

 

Via Ionline

09
Jun10

II Festival Erótico Medieval

olhar para o mundo

Sonia Baby e o segundo festival erótico medieval

 

http://www.festivaleroticomedieval.com

II VIAGEM ERÓTICA AO PASSADO

O II Festival Erótico Medieval irá decorrer de 8 a 11 de Julho, em Carvalhos, Vila Nova de Gaia. Esta é uma iniciativa do The Lingerie Restaurant, o único restaurante erótico em Portugal.

 

A vila nortenha de Carvalhos recebe, de 8 a 11 de Julho, a 2ª edição do Festival Erótico Medieval, o único festival português que explora a temática do erotismo na Idade Média. Este Festival é promovido pelo The Lingerie Restaurant, o único restaurante português dedicado ao erotismo.

O evento, que se dirige somente a homens e mulheres com mais de 18 anos, estará dividido em quatro áreas distintas: aÁrea de Espectáculos, com quatro palcos onde se poderá assistir a shows de striptease, lésbicos, transformismo e BDSM; oPicadeiro, onde decorrerão torneios a cavalo, luta na lama e luta de gladiadores; a Área Mercantil, que será animada pelo corrupio dos mercadores e pelo murmurinho dos artesãos a trabalhar ao vivo; e a Área Gastronómica, onde não faltará, o porco no espeto, o pão rústico, a sangria, os doces, as compotas e mel.

As novidades desta edição são:

- 8 e 9 Julho Workshop Ginástica genital e como quebrar a rotina da intimidade do casal 8 e 9, das 18h às 02h, 25€ com direito a entrada no festival

- 10 Julho Erotic Party e erotismo até ficar dia.

- 11 Julho CISM – 1º Concurso Internacional de Strip Masculino

http://www.festivaleroticomedieval.com/programa.html

 

O II Festival Erótico Medieval será ainda alegrado pelos pregões dos almocreves e dos jograis, pela melodia dos trovadores, pela vivacidade dos saltimbancos, malabaristas e cuspidores de fogo e pelas inesperadas lutas de varapaus.

Com uma pitada de erotismo, este Festival Medieval decorrerá de quinta-feira a sábado, das 16:00 às 02:00, e no domingo encerrará às 00:00. O preço dos bilhetes varia entre os 15€ (singles), os 20€ (casal) e os 30€ (passe de três dias).

A não perder… já em Julho!

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