Adolescente descobre doença que nenhum médico via
Jessica Terry, 18 anos, passou a última década de consulta em consulta à procura de uma explicação para vómitos, febres altas e diarreias constantes. Passava grandes temporadas sem poder ir à escola, fechada em casa. Mas o primeiro diagnóstico para a sua doença só chegou em Janeiro, e foi feito pela própria numa aula - numa experiência de ciências, a professora pediu para olharem para a sua pele ao telescópio. Jessica descobriu um granuloma, uma inflamação específica de algumas doenças crónicas. O passo foi fundamental para os médicos perceberem que tinha a doença de Crohn.
"É estranho resolver o meu próprio problema médico. Ninguém me dava respostas, eu estava sempre doente", disse a adolescente à "CNN".
O caso divulgado este mês pela imprensa americana surpreende a comunidade médica: Como é que uma adolescente a olhar para um microscópio de escola consegue ver o que nenhum médico viu?
Mary Margaret Welch, a professora que presenciou a descoberta, recorda o episódio: "Ela chamou-se a dizer que lhe parecia ter descoberto algo. Parecia-me um granuloma. Tirei uma fotografia e enviei-a a um patologista. Em 24 horas, respondeu de volta a confirmar".
Corey Siegel, especialista americano neste tipo de doenças, explica que os granulomas, que indiciam a doença de Crohn, são difíceis de encontrar e nem sempre estão presentes. "Elogio o trabalho meticuloso da Jessica", frisou à mesma cadeia televisiva.
A doença de Crohn é uma inflamação crónica numa ou mais partes do tubo digestivo. O diagnóstico ocorre geralmente entre os 20 e 30 anos. Em Portugal, estima-se que a doença inflamatória do intestino, que engloba ainda as colites ulcerosas, afecte 13.500 pessoas, com 140 novos casos por ano.
Via ionline