Terapia sexual
A sexualidade faz parte de uma boa qualidade vida, conforme a Organização Mundial da Saúde (OMS). Entretanto, problemas de saúde e muitas vezes fatores ligados às emoções fazem com que muitas mulheres se queixem das disfunções sexuais.
Uma pesquisa realizada pelo ProSex (Projeto Sexualidade do Instituto de Psiquiatria do Hospital das Clínicas de São Paulo) já confirmou a relação entre depressão e o comprometimento da libido feminina. Metade das mulheres que procuram o instituto sofre de baixo desejo sexual.
Além da falta do desejo, o contrário, ou mesmo dores durante as relações, são consideradas disfunções.
Publicidade
A perda da excitação, representada pela ereção no homem e pela lubrificação na mulher, ou mesmo do orgasmo, isto é, ejaculação precoce ou retardada no homem, e anorgasmia na mulher, também fazem parte desta lista.
De acordo com Sylvia Faria Marzano, diretora do ISEXP (Instituto Brasileiro Interdisciplinar de Sexologia e Medicina Psicossomática), as queixas mais freqüentes em ambos os sexos nos consultórios envolvem a diminuição do desejo sexual e, em seguida, a falta deorgasmo.
Outra questão observada é a discordância entre os casais em relação a freqüência de relações. Na maioria dos casos, os homens querem praticar sexo mais vezes que a mulher. “Mas existem fases da vida dessa parceria, que pode fazer com que essa procura seja invertida”. Neste caso, o melhor método é o aprendizado da assertividade. “É poder contar ao outro seus desejos, anseios e dificuldades, sem medo de magoar ou não ser entendido. Dialogar é o melhor remédio, mas para isso precisamos desfazer crenças errôneas e mudar comportamentos”, esclarece.
Este é apenas um dos passos utilizados durante a terapia sexual, que começou em no início da década de 60 com a contribuição dos estudiosos Masters e Johnson. “Eles descreveram a resposta sexual humana”. Depois, nos anos de 1970, houve grande contribuição de Helen Kaplan, no sentido de propor métodos melhores.
O tratamento envolve não apenas os conselhos da terapeuta, mas sim um estudo sobre a história de vida de cada um - suas crenças, mitos e o que aprenderam com a família ao longo da vida. “Também levantamos as dificuldades de relacionamento com a parceria, a procura de conflitos intra-psiquicos. Depois disso, o paciente é orientado a fazer tarefas sexuais em sua residência, algumas sozinho e outras com a sua parceria, digo isso pois essa terapia se aplica a hetero ou homossexuais”, explica.
A terapia sexual segue linha psicoterapia focal breve que, em geral baseia-se na Terapia Comportamental Cognitiva “ou seja, desfazer crenças e mudança dos comportamentos não apropriados entre os casais”. Segundo Marzano, é comum os profissionais também usarem outras ferramentas como, técnicas psicodramáticas, que muito contribuem na abordagem dos pacientes com queixa sexual.
Ao contrário do que se imagina, a terapia pode ser realizada por solteiros. “Quando houver a participação da parceria, isto é, os dois querem uma melhora do relacionamento conjugal e sexual, mesmo que não sejam casados, pode haver uma maior chance de mudanças. Mas é muito comum o homem com queixa de ejaculação precoce, ou a mulher, com vaginismo, procurarem uma terapia sexual separadamente e beneficiarem-se muito desse tratamento”, completa a terapeuta.
Via Vila Dois