Dama na sociedade, mulher na cama
Depois de Julia Roberts, em "Uma Linda Mulher", Giovanna Antonelli, a Capitu de "Laços de Família", e Camila Pitanga - a ousada Bebel em "Paraíso Tropical", agora é a vez de Alinne Moraes retratar a vida de uma prostituta. A atriz estará na série "Amor em quatro atos", que entra no ar em janeiro de 2011, e vai deixar o seu cliente, interpretado por Vladmir Bricha, mais do que apaixonado.
Assim como na ficção, o final feliz também aconteceu com Bruna Surfistinha, que conheceu o seu atual marido, Pedro, justamente na noite.
Não é difícil encontrar homens por aí que se rendem aos encantos das prostitutas. O Vila Dois contou o caso de Estêvão Romane, que viveu um intenso amor em Nova York até descobrir que a namorada era uma garota de programa. A história foi até parar nas livrarias e recebeu o título "Eu amei Victoria Blue".
Muitos homens acreditam na máxima de que a mulher ideal é "princesa na vida social e prostituta na cama". Mas parece que esse conceito está caindo por terra. É o que explica Arlete Gavranic, psicóloga e sexóloga.
Durante os anos 30 e 40, a mulher não era só submissa, ela também concordava com a palavra do homem. E não conseguia expor a sua sexualidade com medo de ser recriminada pela sociedade preconceituosa. "Ela tinha medo de ser enxergada como uma mulher vulgar ou ser ‘taxada’ como uma mulher da vida e reprimia os seus desejos", diz.
Mas de lá até hoje muita coisa mudou. Parte dessas transformações se deve ao desenvolvimento da pílula. Segundo a sexóloga, o anticoncepcional oficializou não só a possibilidade do sexo sem riscos, também representou uma maneira de a mulher experimentar mais o sexo e conhecer o que realmente gosta na cama.
"Antes disso, elas usavam a tabelinha, e de forma errada, por sinal. O método foi inventado entre os judeus como uma forma de saber quando se está no período fértil para engravidar, e não o contrário. A tabelinha dá mais chances de erros do que acertos para evitar a contracepção, pois todas nós sabemos que ciclo e hormônios têm mudanças por conta de várias alterações, principalmente emocionais", detalha.
Ao mesmo tempo em que essa nova mulher descobre o prazer e permite ser mais "egoísta" na cama, ou seja, busca o prazer pessoal, ela também se preocupa como seu desempenho, e ainda em agradar ao parceiro. A sexóloga ressalta que a mulher de hoje não sofre com a repressão sexual, entretanto convive com alguns conflitos, um deles é atingir ao orgasmo.
"Quando chegam aos consultórios dos ginecologistas não tem as suas questões respondidas, porque grande parte desses profissionais não é capacitado para responder as suas dúvidas", aponta. Mesmo assim, por elas terem mais parceiros ao longo da vida - "ao invés de ser a escolhida, agora ela também escolhe" - e também por descobrir melhor o próprio corpo, a qualidade do sexo entre os casais melhorou, segundo a sexóloga.
Os homens, por sua vez, têm dificuldades em lidar com essas mulheres mais resolvidas e seguras sexualmente. E ainda convivem com as próprias questões sexuais que vão desde a disfunção erétilaté a ejaculação precoce, que, segundo a sexóloga, são cada vez mais freqüentes no mundinho masculino. "Hoje em dia, elas deixaram os pudores e tabus de lado, eles começam a lidar com essa nova mulher", que fala abertamente sobre sexo e não esconde mais o que quer.
Por Juliana Lopes
Via Vila dois