O Anatomista: amor de vênus
Acabo de ler O Anatomista de Federico Andahazi e fiquei pensando... em mim mesma como um acessório do meu clitóris!
Estou brincando, é um livro até passável. Mas não é erótico de maneira alguma. Quem for com essa sede ao pote vai se dar mal. Não é nem pornográfico e nem erótico; fica assim em algo difícil de definir.
Se ele coloca a jornada de Mateo na descoberta da sua América, numa solução literalmente palpável para o obscuro caráter do amor feminino, não fala sobre o obscuro caráter do amor masculino. Que parece puramente carnal, anatômico, estético.
Mas isso não me decepciona em nada. Afinal, quem nunca leu poesia na vida? (silêncio no auditório... um monte de gente com vergonha de levantar as mãos...)
Mas o que o livro me lembrou de novo foi a falta de olhar para o sexo feminino, para a genitália mesmo. O clitóris sempre esteve lá, mas nunca um homem havia se dado ao trabalho de observá-lo com cuidado, tocá-lo e ver para quê servia, menos ainda documentá-lo apropriadamente, diz o personagem masculino principal. Claro que muitas lésbicas estavam cansadas de conhecê-lo, bastava ele ter perguntado a uma e ela responderia.
O negócio é que muitas mulheres não sabem se masturbar e muitos homens não querem nem saber de aprender.
Como eu digo, um pau grande consegue suprir parcialmente qualquer incompetência, pois ele roça no clitóris e a mulher chega ao orgasmo... isto é se ele mantém a ereção por tempo suficiente.
Outros acham que meter ad eternum é o bastante e não é. E tem muita mulher que acha também e me pergunto se elas já gozaram na vida, de verdade. Um múltiplo daqueles de perder os sentidos...
Na verdade a maioria esmagadora dos homens nem sabe quando a mulher goza, ela pode fingir até os espasmos internos e ele se acha o máximo... um otário! Só que para mim ela é outra otária.
Custa o cara olhar para a vagina da mulher? Se o filho da puta não gosta de buceta, não é melhor virar viado de uma vez, ou comprar uma de plástico, contratar uma puta, sei lá?!
Tem clitóris de tudo o que é jeito, e cada um precisa de uma abordagem diferente. Alguns são maiores, e outros menores, outros mais ou menos expostos. Eu, por exemplo, gosto que se chupe vigorosamente, com a boca toda, roçando bem a língüa nele, nada de pontinha de língua, sem contato todo. Gosto de homem que se lambuza de mim.
Para a maioria das mulheres sair enfiando três dedos ou um punho enquanto chupa ou masturba é bobagem, pois a vagina por dentro tem pouca sensibilidade, é algo mais psicológico. Claro, a não ser que o homem seja muito bom no negócio e goste de explorar e tente achar um ponto específico que é mais sensível, o tal ponto G, que combinado ao clitóris, dá um orgasmo diferente e incrível.
Outra dica: dá para gozar mais de uma vez metendo, mas um múltiplo de perder os sentidos (tipo quatro vezes seguidas sem parar, ou mais), é mais fácil com sexo oral, e depois pode ser seguido de penetração, mas tem de ter a seguinte sensibilidade - o clitóris fica muito enrijecido durante e depois do primeiro orgasmo, então ao invés de lascar a língua ou o dedo nele diretamente, lamba em volta e vá aos poucos se aproximando dele até que seja suportável. Agora a mulher tem de gostar de suportar uma certa dor, pois dói mesmo. Neste ponto, colocar bolinhas tailandesas, um vibrador pequeno dentro, ou uns dois dedos é ótimo pois o espasmo é forte. Não pode deixar o orgasmo cair, que é o que normalmente acontece quando se está metendo, pois o orgasmo cai e volta, então se goza uma e duas vezes pois o homem não controla tanto quanto quando está fazendo oral. Se ele se propõe a nocautear a mulher ele pode fazê-lo, e se ela se permite ser nocauteada de prazer. No múltiplo que estou descrevendo, é algo como passar horas no pico de um orgasmo e isso é... digamos... uma porrada no cérebro! E É MA-RA-VI-LHO-SO! Não tem droga que se compare!
Se a mulher desmaiar, não se assustem meus queridos, a gente apaga mesmo. Só que tem mulher que cansa e fingue desmaiar...
Ah, eu já perdi os sentidos algumas vezes! E o melhor foi ter sido acordada com uma penetração daquelas!!!! (Nem por isso eu fiquei com esse Grande Provedor de Orgasmos...)
Às vezes o pênis, em uma posição bate nesse ponto, e é muito gostoso, mas depende da mulher.
Tem de tocar o corpo todo antes, saber erotizar a mulher. O sexo feminino é menos genital do que parece. Não temos UM órgão sexual, temos o corpo inteiro, do cérebro, à pele e finalmente a genitália, e o homem esperto captura uma mulher assim, mas se ele não tiver prazer nisso... é melhor nem começar.
Muitas mulheres gostam de homem que fala, que vai estimulando-a não apenas chamando-a de meu amor ou de cachorra, mas falando coisas gostosas que excitam a imaginação. Outras detestam isso. Sexo é química. Eu falo prá caramba!!!!
Agora, também é verdade que de tão difícil que é para tantas mulheres conseguirem gozar elas acabam se apaixonando por um homem que as fazem gozar. Confundem o prazer sexual puro com amor, e isso o Andahazi acerta. Da incapacidade do orgasmo pode nascer o amor e a paixão: não pelo homem, não pela pessoa, mas puramente pelo orgasmo, e isso não é nada.
O orgasmo pode ser físico sim, e é melhor que seja físico e afetivo, mas pode ser físico.
Tem homem que também gama em mulher que "faz de tudo", e ele é muito burro, pois está apaixonado pelo sexo e isso ele pode conseguir com outra desde que tenha diálogo, que saiba se expressar. Muitas vezes o que ele vê como paixão, tesão e orgasmo é manipulação ou uma superficialidade que não sustentam um relacionamento bom e construtivo emocionalmente. Mas ele se atira nisso e perde um tempo precioso, faz filho numa mulher filha da puta... é um terror.
Mulheres e homens se apaixonam pelo orgasmo físico, quando o orgasmo que realmente satisfaz e constrói é saber olhar o clitóris, isto é, saber olhar o corpo, a capacidade de dar e de receber e levar adiante os limites cada vez mais.
Amar a aparência é ruim, amar apenas o corpo é pior ainda.
Via Vila Mulher