Imperiais é em Lisboa
"O copo seco e limpo. Um sistema de refrigeração revisto e actualizado. Não esquecer que tem de levar pelo menos um dedo de gravatinha: a espuma garante que o gás não desaparece ao primeiro gole e que a temperatura se mantém", diz Francisco José Viegas, o autor de "99 Cervejas + Uma ou Como Não Morrer de Sede no Inferno", explicando quais os truques para tirar uma boa imperial. Perguntámos-lhe onde se bebem as melhores de Lisboa. A resposta chega sem hesitações: "Nos bares irlandeses na zona do Cais do Sodré ou no English Bar. Depois, haja sorte nas cervejarias tradicionais. Eu gosto muito do Sem Palavras, uma cervejaria no Mercado de Alvalade, que recomendo pela comida e pela prontidão com que o Luís e o Paulo me colocam um copo na mão. O The Beer Hunter, em Oeiras, é uma referência para o Verão, uma vez que, além das pilsener habituais, tem algumas cervejas inglesas, amargas, que vão bem com a noite."
British Bar
Entrámos então no British Bar, o bar mais antigo de Lisboa, com 91 anos. Neste bar à inglesa com cheiro a maresia em pleno Cais do Sodré, Nuno Ribeiro, gerente, garante que existem mais de trinta cervejas diferentes. "Temos as imperiais nacionais à pressão Super Bock clássica e Stout, parecida com a Guiness irlandesa. Temos a cerveja de gengibre, a Guiness, uma belga Leffe e a Hoegaarden, que é uma cerveja branca de trigo. O segredo para tirar uma imperial? Depende da cerveja."
Sem Palavras
Fernando Anacleto, sócio-gerente do Sem Palavras, acrescenta algumas palavras ao segredos das melhores imperiais. "Já tivemos Super Bock, mas a cerveja de cervejaria é Sagres. Apesar do mercado estar a mudar, o cliente está habituado a este sabor, são muitos anos a beber Sagres. Os nossos copos estão numa câmara frigorífica, a cerca de 4 graus." A vossa cerveja deixa os clientes sem palavras? "Às vezes, até ficam com palavras a mais."
The Beer Hunter
Do Mercado de Alvalade para Oeiras. Batemos à porta do The Beer Hunter, o carismático bar onde não se vem apenas à caça de cerveja, mas também da mesa de snooker, dos petiscos e da música. O empregado João Rodrigues é o porta-voz: "A imperial é uma cerveja exclusiva da casa, uma mistura de cerveja belga com Boehmia da Sagres. O copo tem que estar seco e uma boa imperial tem dois dedos de altura de espuma, o que mantém a cerveja viva." As pipocas salgadas, tremoços ou amendoins com sal são companheiros inseparáveis da imperial.
Ramiro
Na marisqueira tradicional Ramiro, na rua Almirante Reis, em Lisboa, ouvimos o gerente Pedro Gonçalves: "É um namoro de há muitos anos, talvez 40. Começámos a trabalhar com a Sagres e nunca mais mudámos. O cliente está habituado a ter este sabor de cerveja com esta comida." Por falar em comida, "a boa cerveja acompanha sempre com tremoços, mas de acordo com a vontade do cliente fica bem com gambas "al ajillo", o nosso famoso prego de lombo no pão ou umas amêijoas à Bulhão Pato". Os copos são secos e refrigerados. "Temos um frigorífico especial e a sua temperatura depende da altura do ano. Neste momento está na casa dos 7, 8 graus."
Para terminar, não se esqueça: a companhia é fundamental. "Uma cerveja solitária é bom, claro ? mas com companhia é outra coisa", afirma Francisco José Viegas. Vai mais uma rodada?
Via Ionline