O google, a censura e a blogofera
Está disponível online para quem queira ver e é uma resposta clara às organizações que têm pedido mais transparência: a Google criou um mapa com os pedidos de informação sobre uti- lizadores e de remoção de conteúdos feitos por dezenas de governos. Este mapa revela os pedidos feitos entre 1 de Julho e 31 de Dezembro de 2009.
"Somos novos nisto e ainda estamos a aprender qual é a melhor maneira de reunir e apresentar esta informação", escreve a Google na página onde o mapa foi disponibilizado. "Vamos continuar a melhorar esta ferramenta e a afinar os tipos de dados que apresentamos", promete a empresa.
Portugal é um dos países que aparecem no mapa. Embora não tenha solicitado a remoção de conteúdos, o governo de Sócrates fez 45 pedidos de informação sobre utilizadores. De que tipo? Não sabemos. De uma forma geral, explica a Google em comunicado, "a maioria destes pedidos são válidos e a informação em causa é necessária para investigações criminais legítimas". No entanto, muitas vezes também configura uma tentativa de censura. A guerra que a Google tem travado com a China não é alheia a esta iniciativa. Aliás, a empresa usa o mapa para dar um beliscão na controvérsia. A China aparece no mapa, mas em vez de ter números tem um ponto de interrogação à frente, com a seguinte nota: "Os responsáveis chineses consideram que as ordens de censura são segredos de Estado, por isso não podemos revelar essa informação neste momento."
Noutros países também há dados interessantes. Por exemplo, a Google recebeu mais pedidos de informação sobre consumidores privados no Brasil que nos EUA. Porém, no que toca ao pedido de remoção de conteúdos - o que muitas vezes está relacionado com conteúdos ilegais, de pornografia, xenofobia, racismo - a Alemanha é campeã absoluta, com 188 pedidos. A Google explicita a percentagem que foi efectivamente retirada, identifica o serviço em causa (Blogger, YouTube...) e indica em que casos houve ordem do tribunal.
"Pensamos que maior transparência e responsabilidade irão conduzir a menos censura e maior responsabilidade na vigilância governamental", remata a Google.
Via ionline