Abusos sexuais: juristas querem acusar Bento XVI
Bento XVI deverá visitar o Reino Unido em Setembro, mas a sua passagem pelo país não será pacífica. Um grupo de juristas britânicos está a avaliar a possibilidade de responsabilizar o Papa pelos crimes de abusos sexuais levados a cabo por padres. A imunidade de Bento XVI, enquanto chefe de Estado, está a ser analisada no sentido de descobrir se pode ser acusado segundo o "princípio de jurisdição universal" pelo encobrimento sistemático dos crimes.
Ontem, na Missa de Páscoa do Vaticano, Bento XVI limitou o tema que tem marcado as últimas semanas a uma levíssima referência aos casos que têm abalado as estruturas da Igreja. O momento de instabilidade vivido pela Igreja "requer mudanças profundas a partir das consciências, uma conversão moral e espiritual". Dirigindo a mensagem Urbi et Orbi para a guerra, violência e perseguições no mundo inteiro", o Papa fixou-se no s conflitos no Médio Oriente, nas drogas na América Latina, na desgraça das vítimas dos terramotos no Chile e Haiti e na crise financeira. Tudo serviu para afastar o discurso do tema dos abusos sexuais de padres a crianças.
Mais directo foi o arcebispo Vincent Nichols, líder da Igreja Católica na Inglaterra e País de Gales. "Temos reflectido profundamente sobre os nossos pecados, que são de enorme gravidade, reconhecendo a culpa e a necessidade de perdão", disse, aproveitando depois para criticar a forma como a Igreja tem sido tratada pelos media.
Depois da polémica causada pela comparação entre os ataques à Igreja pelos casos de abusos sexuais a menores e o antissemitismo, o pregador do Papa pediu, também ontem, publicamente desculpas. "Se contra a minha vontade feri a a sensibilidade de judeus e vítimas de pedofilia, lamento-o sinceramente", disse Raniero Cantalamessa.
Via Ionline