Áustria: padres demitidos após acusações de abuso sexual
Três padres de um mosteiro no Norte da Áustria foram demitidos após terem sido acusados de abusos sexuais a alunos na década de 80, tendo o diário Der Standard indicado que as vítimas integravam o coro dos Pequenos Cantores de Viena.
O caso surge após outras demissões e suspensões de vários religiosos, na sequência de uma série de revelações sobre abusos sexuais, desde 09 de março na Áustria. Os três religiosos, um dos quais reconheceu os factos, foram afastados das suas funções após acusações de abusos físicos e sexuais sobre cinco crianças, declarou hoje à imprensa o abade Ambros Ebhart, do mosteiro de Kremsmünster. Além disso, o diário Der Standard traz, na sua edição de sexta feira, os testemunhos de dois antigos membros do coro, um cirurgião de Berlim de 33 anos e um psicólogo de Munique de 51 anos, que afirmam ter sido abusados, um por um educador nos anos 80 e o outro por um responsável do coro entre 1966 e 1970. Terça-feira, um austríaco de 53 anos tinha declarado à rádio ter sido abusado por três religiosos quando era criança e apontou um dos abusadores, entretanto chefe do mosteiro de Salzburgo, levando-o a demitir-se. Um dia depois, um padre de 74 anos foi suspenso devido a abusos sobre alunos num internato católico de Vorarlberg entre 1970 e 1982. De acordo com o atual diretor da escola, o assunto foi silenciado na altura, tendo o padre sido enviado para outro estabelecimento e forçado a seguir uma terapia. Entretanto, outro eclesiástico, que teria abusado de cerca de 20 crianças em Styrie, nos anos 70 e 80, demitiu-se na quarta feira. As diferentes dioceses austríacas indicaram hoje ter havido um salto no número de situações denunciadas desde a semana passada, embora nem todos os casos incluam necessariamente abusos sexuais e tenham de ser confirmados. Revelaram ainda temer o afastamento de mais católicos da Igreja, pois o número de praticantes já é baixo. As autoridades religiosas austríacas pediram hoje desculpa às vítimas, afirmando-se chocadas com o número de casos divulgados em tão pouco tempo. Na quarta feira, o cardeal-arcebispo de Viena, Christoph Schönborn, apelou ao exame das causas que podem levar a atos pedófilos por parte dos religiosos. Via Ionline