Onde comer os melhores bifes
Bife à Café de São Bento
Muitos dizem que é o melhor da cidade. Pela carne (do lombo, sempre), pelo molho, e pelas discussões importantes que se conseguem escutar durante a refeição. Vicissitudes de um restaurante que tem tanto de pequeno como de concorrido. O facto de não aceitar reservas por vezes complica arranjar uma mesa para provar o bife. Ou complicava, até há cerca de um ano, altura em que o conceito se estendeu ao Casino do Estoril. Aí já com reservas possíveis e cozinha aberta até às duas da manhã. Rua de S. Bento 212, Lisboa. 213 952 911/Pç. José Teodoro dos Santos Estoril. 214 669 835. Preço: €19 Bife XL Calçada da Estrela 57, Lisboa. 213 956 118. Preço: €18,70 Bife do lombo à Toni (dos Bifes) Avenida Praia da Vitória 50 F, Lisboa. 213 536 080. Preço: €15 Bife do lombo à Café do Paço Rua Paço da Rainha 62 A, Lisboa. 218 880 185. Preço: €16 Naco na Pedra do Edmundo Av. Gomes Pereira 1, Lisboa. 217 154 502. Preço: €11,50 (novilho) €16,80 (lombo) Bife Kobe do Olivier Café Rua do Alecrim 23, Lisboa. 213 422 916; Preço: €35 Bife à Cortador do Tachadas Rua da Esperança 174-176, Lisboa. 213 976 689. Preço: €9,80 Rosbife Spazio Avenida Sacadura Cabral 53B, Lisboa. 217 970 760. Preço: €16, 80 Bife do lombo com pimenta do Vaskus Rua Passos Manuel 30, Lisboa. 213 522 293. Preço: €18,50 Bife de chorizo do La Paparrucha Rua D. Pedro V 18, Lisboa. 210 462 673. Preço: €19 Cervejaria João Gordo Rua D. Carlos I, n.º 29, 2415 – 406 Leiria; www.joaogordo.com Toca do Coelho Rua 5 Outubro, n.º 72, São Martinho do Bispo, 3040, Coimbra. Preço: €9,6 O Gargalo Largo do Pé da Cruz, 30, 8000-154 Faro. Preço: €13,5 Adega Nova R Francisco Barreto 24, 8000-344, Faro. Preço: €12,5 Munich II Rua do Brasil, n.º 344, 3030-175 Coimbra. Preço: Entre €9,50 e €15 Penedo Avenida 25 de Abril, 3270-162 Pedrogão Grande - Leiria, Preço: €12,5 Adega da Marina Avenida dos Descobrimentos, nº 35, 8600 Lagos. Preço: €8,15 Via Ionline
Talvez por estarem separados por apenas 300 metros, diz-se que o bife do restaurante XL vive na sombra do do vizinho Café de São Bento. Discutir se tal consideração é justa ou injusta far-nos--ia desviar do essencial. E o essencial é que o Bife XL é bom. Dos melhores da cidade. Carne tenra, um molho de natas e alho forte q. b. e batatas pequenas e caseiras a acompanhar. Nem sempre é fácil arranjar mesa, e o ambiente semi-exclusivo pode assustar os estreantes. Mas não há que temer.
Quando se põe bifes e Lisboa na mesma frase é quase um ultraje terminá-la sem falar do Toni. Dos bifes, isto é. Se o Café de São Bento é um clássico, o Toni dos Bifes é um Clássico com maiúscula. São muitos anos não a virar frangos, mas a servir bifes, do lombo e não só, no Saldanha, em frente ao Monumental. Quando este último ainda era teatro, os ditos saíam frequentemente da cozinha para os camarins dos grandes actores da época. Hoje em dia o Toni pode já não ter o glamour de outros tempos, mas continua a ser uma das paragens obrigatórias no mundo das carnes vermelhas.
Não figura habitualmente nos roteiros para o melhor bife da cidade, mas tal é só uma questão de tempo. O Café do Paço é uma casa recente que segue, contudo, o velho trâmite da porta fechada, que só se abre depois de tocada a campainha. Lá dentro está uma sala de aspecto clássico, poltronas vermelhas e mobiliário conservador. O ar austero do espaço contrasta com a simpatia dos empregados, gente com experiência nestas andanças que não hesitará em recomendar o óbvio: o excelente bife do lombo à casa, com um molho que o vai fazer gastar todo o pão que estiver na mesa. E tudo isto disponível até perto das duas da manhã.
Se nunca acertam no ponto em que pretendem o bife não há nada como seguir a norma do it yourself. E não estamos a falar de viagens ao talho e estadias na cozinha. Não. A solução chama-se naco na pedra. Do lombo ou do novilho (se for fim do mês), este é sempre um dos pratos mais pedidos na cervejaria Edmundo, em Benfica. A carne vem crua em cima de uma pedra previamente aquecida e cabe ao comensal cozinhá-la a gosto. É acompanhada de molhos e batatas fritas caseiras. Se o Edmundo estiver cheio saiba que a iguaria também é recomendável no Pregoeiro ou no Coreto, em Carnide (que parece ser, estranhamente, a capital nacional da especialidade).
Chamam-lhe o Rolls Royce dos bifes. O champanhe dos bovinos. E quem prova diz que nunca comeu nada assim. Chama-se bife Kobe porque vem, originalmente, da homónima região japonesa, o berço das vaquinhas Wagyu. Dizemos vaquinhas porque as ditas são mimadas diariamente com sessões de massagem, música clássica e várias doses de cerveja japonesa. Delas resultam os melhores nacos de carne vermelha do planeta. Paga-se caro, é certo, mas que todo o amante dos bifes não pode passar sem experimentar. Em Lisboa, Olivier da Costa é um dos (poucos) adeptos da especialidade, e no seu Olivier Café, serve-a acompanhada de manteiga wasabi e lima.
O bife não é especialmente tenro nem prima por um sabor distinto. E o restaurante não tem um requinte especial. Ou, de todo, qualquer requinte. Mas o Tachadas e o respectivo bife à Cortador estão nesta (distinta) lista por uma razão. Pelo bruá. O bruá é uma palavra inventada por jornalistas desportivos que chegou a altura de aplicar a outras secções da imprensa. Designa surpresa. E surpresa é o que acontece cada vez que um bife à Cortador chega a uma das mesas do restaurante. Não é em vão que também lhe chamam bife A4. É a medida que todos conhecem, admiram e partilham no Tachadas. Com gosto.
E agora diz o leitor indignado: "mas o rosbife não é bife, ensinou-me a minha avó em 1963". Pois não é. Mas discriminar a peça só porque é cortada e vai ao forno também não é bonito. E o facto de haver quem domine esta especialidade em Lisboa, como Justa Nobre, faz com que seja imperativo abrir uma excepção. É ao Spazio, o mais recente poiso do casal Nobre, que o rosbife continua a atrair uma clientela fiel desde os tempos da Ajuda. E o rosbife continua igual a si mesmo, saboroso, com as batatas assadas que servem de acompanhamento ideal.
O conceito de steakhouse é das poucas coisas que nos faltam importar dos Estados Unidos. Ou, pelo menos, importar em massa, já que até existem, pecam apenas por ser poucas e passar despercebidas. O Vaskus é uma dessas excepções. Por lá encontram-se bifes em diferentes contextos, da picanha ao bife do lombo, que é a escolha certa, principalmente quando acompanhado do molho especial de pimenta. E , já que estamos numa de recomendações, as caipirinhas e a picanha também são de experimentar.
Pode pensar-se na Argentina como uma espécie de paraíso para muitos homens. Tem mulheres bonitas, futebol espectáculo (ou com perfume selvagem, como diria Gabriel Alves) e carne de qualidade. No La Paparrucha não se podem confirmar as duas primeiras, infelizmente, mas os famosos bifes de chorizo - o equivalente ao que nós, portugueses, chamamos vazia - são parte integrante do menu. A carne, geralmente com dois dedos de altura e idealmente servida mal passada, é uma excelente representante diplomática do país. E a vista panorâmica sobre Lisboa ajuda à digestão.
O segredo do Bife à Marrazes está nos enchidos de porco preto e no acabamento com Sagres Boémia.
Aberto de segunda a sábado, até às duas da manhã. Preço: €9,5
Bife especial na frigideira: vem numa caçoila de barro, depois de preparado na frigideira. É envolvido num molho à base de natas e whisky.
O Fileto Pimenta Verde é um delicioso bife de vaca grelhado com molho de pimenta verde. Vem com batatas gratinadas e salada de couve roxa.
Naco de novilho, que pode ser da vazia ou do lombo e é trazido cru para a mesa, sendo o cliente que cozinha, à sua vontade o bife numa chapa quente. Vem acompanhado de batatas fritas e salada.
Em Coimbra, quem quer bom bife vai ao Restaurante Munich II. A iguaria, servida numa caçarola de barro, é composta por bife da alcatra com ovo a cavalo, regada com um molho especial (segredo do chef…) e acompanhada por batatas fritas aos palitos.
“Mais simples não podia ser”, resume Pedro Silva ao descrever o famoso “bife na pedra” que serve diariamente no restaurante. Vai para a mesa cru, apenas com tempero de alho e sal. É sobre pedra quente que o “bom naco de lombo de vitela” adquire o ponto certo.
Na Adega da Marina, em Lagos, pode provar um belo naco de novilho na brasa. O bife do lombo é grelhado no carvão. Vem acompanhado com batatas fritas.