Vinhos portugueses são únicos
Durante o I Encontro e Prova Internacional de Vinho, que decorre até sábado em Celorico da Beira, a jornalista optou por não dizer qual a sua região vinícola portuguesa preferida, destacando antes a qualidade e a diversidade dos vinhos portugueses.
«São muito distintos, têm um sabor e um estilo muito interessante, que não se consegue encontrar em mais lado nenhum do mundo», afirmou, aludindo à mais valia resultante das diferentes variedades autóctones de uvas que os produtores têm mantido.
Na opinião de Jancis Robinson, que é das mais influentes críticas de vinho mundiais, a qualidade dos vinhos portugueses «cresce a toda a hora» e está a viver um bom momento, mas os produtores de vinho portugueses precisam «entender os seus mercados um pouco melhor».
Defendeu que, para que os vinhos portugueses consigam singrar nos mercados internacionais, é preciso os produtores terem estratégias de competição.
«A qualidade está a ser incrementada em todo o lado, por isso é importante para os produtores de vinho portugueses perceberem onde enfraquecem na competição com os outros», justificou.
Neste âmbito, Jancis Robinson sublinhou que não podem apenas«atirar os vinhos para o mercado», mas sim vê-los «do ponto de vista dos consumidores e porque os escolhem em vez dos argentinos, dos franceses ou dos australianos».
Durante a sua intervenção no congresso inserido no I Encontro e Prova Internacional de Vinho, a colunista, que esteve pela primeira vez em Portugal para escrever sobre vinhos em meados da década de 70, congratulou-se por os produtores portugueses terem conseguido «um equilíbrio óptimo do sabor a carvalho» e«resistido à tentação» de usar castas estrangeiras.
«Portugal conseguiu dar passos muito importantes para preservar as castas portuguesas», frisou, destacando como uma das mais importantes a Touriga Nacional, mas esclarecendo que é«apenas uma entre muitas».
Exortou os produtores a provarem outros vinhos além dos seus, inclusive estrangeiros.
A este nível, considera que «podem beneficiar de um espírito de cooperação técnica», inclusive na partilha dos custos de compra dos vinhos estrangeiros, saboreando-os depois em conjunto.
«Bebam os vinhos uns dos outros e façam críticas positivas»,apelou, por entender que se conseguirem ser sinceros todos saem a ganhar.
Via Sol