Arcebispo português defende casais gays
D. Manuel Monteiro de Castro poderá ser uma lufada de ar fresco na cúria romana. O arcebispo português foi notícia por ser o "enviado do Papa" que "quebra a fileira sobre os casais gay". Ontem viu reforçada a confiança de Bento XVI, que o nomeou consultor da Congregação para a Doutrina da Fé. Após 40 anos ao serviço da diplomacia do Vaticano, tem nova missão: promover e defender a doutrina da fé cristã e a moral no mundo católico.
Em 2004, numa conferência de bispos espanhóis, Monteiro de Castro falou de "novos desafios" nos tempos actuais e defendeu direitos civis para casais homossexuais, relatou o "The Guardian". "Embora a lei em Espanha, e noutros países, defina o casamento como união de um homem e de uma mulher, há outras formas de coabitação e é bom que sejam reconhecidas", notou o prelado, que em Outubro foi nomeado secretário do Colégio dos Cardeais.
A posição da Congregação para a Doutrina da Fé, de 2003, é mais intransigente. Conclui que "a Igreja ensina que o respeito pelos homossexuais não pode levar, de modo algum, à aprovação do comportamento homossexual ou ao reconhecimento legal destas uniões". Para D. Eurico Dias Nogueira, bispo emérito da diocese de Braga - onde Monteiro de Castro é padre -, a postura aberta do português não vai influenciar a posição da doutrina cristã, e contrapõe que a Igreja aceita "pessoas com essa identidade" e "não condena uniões de facto".
"Todo o respeito é devido aos casais homossexuais, mas não ao ponto de arranjar uma instituição equiparada ao casamento e à família", esclarece Manuel Morujão, porta-voz da Conferência Episcopal Portuguesa.
Via Ionline