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Um olhar sobre o Mundo

Porque há muito para ver... e claro, muito para contar

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Um olhar sobre o Mundo

27
Jun10

Cameron Diaz: Posso fazer sexo com uma mulher

olhar para o mundo

Cameron dias e o sexo com mulheres

 

Cameron Diaz acredita que a sexualidade e o amor são muito diferentes e admitiu que podem se sentir atraída por as mulheres. 

A atriz, que já namorou os cantores Justin Timberlake e John Mayer, acredita que a sexualidade é difícil de definir. "A sexualidade e o amor podem ser coisas diferentes. Posso estar atraída sexualmente por uma mulher, mas isso não significa que eu queira fazer amor com ela. E, se eu tiver uma relação sexual com uma mulher, não significa que sou lésbica. Colocamos estas restrições e definições nas pessoas, mas é difícil de definir estas coisas", disse ela. 

Cameron também negou os rumores de que esteja namorando o jgador de beisebol Alex Rodriguez e afirmou que está feliz por ficarsolteira, pela primeira vez em sua vida. "Não, não, não. Eu namorei desde que eu tinha 16 anos. Nos últimos três anos, tomei uma decisão consciente de não me relacionar durante muito tempo. Tenho ficado longe de todas as armadilhas que possam me levar para o mesmo caminho. Eu quero ter um relacionamento comigo mesma agora" afirmou.

 

Via Gazeta Web

10
Jun10

Filhos de lésbicas são melhores na escola e menos agressivos

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Filhos de lésbicas são melhores alunos

 

Que a adolescência é difícil é um facto. Foi com esta premissa, associada à ideia de que o desenvolvimento é tão problemático para as crianças criadas por pais homossexuais como para as que vivem com casais heterossexuais, que Nanette Gartrell, investigadora da Universidade da Califórnia, embarcou há 24 anos num estudo inédito sobre filhos de mães lésbicas. As conclusões foram publicadas esta semana na revista "Pediatrics", da Academia Americana de Pediatria, e são uma surpresa para os investigadores. Estes adolescentes, hoje jovens adultos, não só não apresentaram grandes diferenças ao longo do seu desenvolvimento em relação aos filhos de famílias tradicionais, como os superaram pela positiva em indicadores psicológicos, sociais e académicos.

A equipa dirigida por Gartrell e Henny Bos, da Universidade de Amesterdão, conseguiu a participação de 154 lésbicas e futuras mães, e submeteu-as a questionários de avaliação psicológica sobre o crescimento dos seus filhos. Aos 10 e aos 17 anos, os jovens também foram convidados a participar, e responderam de viva voz às questões. Hoje permanecem no estudo 77 famílias, com 78 filhos (dois gémeos) - e as suas respostas foram comparadas com uma avaliação semelhante de 93 crianças/jovens da mesma geração, mas filhas de pais tradicionais. 

Foi usado o método "Child Behavior Checklist" (CBCL), um questionário que avalia competências e problemas comportamentais e emotivos das crianças. "Quando comparámos os adolescentes com o padrão, descobrimos que os filhos de mães lésbicas estão a sair-se melhor", disse Gartrell, uma forma simples de resumir uma tabela que confronta resultados para parâmetros como escola, ansiedade ou problemas sociais. Em 14 itens de análise, os filhos de lésbicas vencem em 12, sendo, por exemplo, menos agressivos e desobedientes. Quanto ao estigma de terem pais do mesmo sexo - sentido por 41% -, concluiu-se que o pouco efeito que tinha no desenvolvimento psicológico e social das crianças aos 10 anos dissipa-se pelos 17 anos.

Para explicar os resultados, há para já poucos argumentos. A ideia de que estas mães terão antecipado o estigma social com uma maternidade mais empenhada é uma das leituras avançadas. "As nossas conclusões demonstram que não há qualquer justificação para restringir o acesso a tecnologias reprodutivas ou custódia parental com base na orientação sexual dos pais", sustentam ainda os investigadores. 

Há, contudo, algumas lacunas: a amostra não é aleatória - em 1986 a homossexualidade era menos assumida, pelo que o recrutamento das participantes foi muito localizado - e não estão representados pais homossexuais. Nada que invalide os resultados do trabalho, defendem, mas que obriga a mais estudos. "Apesar de três décadas de investigação a demonstrarem que o desenvolvimento das crianças não está relacionado com a orientação sexual dos pais, a legitimidade da paternidade biológica ou por adopção continua sob escrutínio", escrevem no artigo. E para Gartnell, não restam dúvidas: "estes pais são um sucesso", disse à imprensa.

 

Via ionline

07
Jun10

Declaro-as Mulher e Mulher

olhar para o mundo

O primeiro casamento homossexual em Portugal, Teresa e Helena

 

Helena Pires e Teresa Paixão tornaram-se esta manhã o primeiro par homossexual a casar-se em Portugal. Às nove horas em ponto bateram na porta da conservatória do registo civil da Avenida Fontes Pereira de Melo, em Lisboa, e oficializaram a relação.

É hoje que entra em vigor a lei do casamento entre pessoas do mesmo sexo e faz todo o sentido que as duas alentejanas queiram ser as primeiras, já que estão desde 2006 a tentar celebrar o seu casamento. Dia 7 de Junho será mais uma data histórica para a comunidade gay e lésbica, mas há outras datas que se vão tornar igualmente importantes a partir de hoje. 

Agosto será o mês de Abel Mota e do seu companheiro; Setembro o mês de João Paulo e do seu futuro marido. Os dois casais já estão em preparativos para a grande festa. Festa de arromba para João Paulo, que se vai casar numa quinta do Douro com fogo-de-artifício e espectáculo de transformismo; festa sem grandes alaridos para Abel Mota, que vai juntar os amigos e a família na sua casa de Gaia. Cerimónia, copo-de-água, lua-de- -mel e tudo mais a que têm agora direito. "Casamento por puro romantismo", explica Abel, professor do ensino secundário e "casamento por razões puramente práticas", esclarece João Paulo, editor do site Portugalgay.

Qualquer que seja o motivo estava mais do que na hora, avisam os dois casais. João Paulo e José Pedro (nome fictício) estão juntos há 15 anos. Abel Mota e Francisco (nome fictício) vivem em união de facto desde 2004. "Não nasci para viver sozinho e sempre quis casar-me", confidencia Abel. E, porque já perderam "demasiado tempo", começaram a preparar a cerimónia logo após a aprovação da Lei n.o 9/2010 no Parlamento, a 8 de Janeiro. Os fatos estão comprados, as alianças também, só resta mesmo ir à conservatória de Gaia para marcar o dia: "Entre a segunda e terceira semana de Agosto são as datas mais prováveis."

João Paulo e José Pedro têm muito mais em que pensar. A lista de convidados ultrapassa a centena e o casal quer uma festa com "mesa farta, música, espectáculo de transformismo e ainda fogo-de-artifício" ao cair da noite. "Visitei três quintas na zona do Douro, só nos falta tomar uma decisão", conta João Paulo. 

Em todas as quintas, o portuense perguntou pelos preços de aluguer, inspeccionou o salão de festas e avaliou todos os espaços exteriores sem nunca revelar que o seu casamento será pouco convencional: "Já me perguntaram pela minha noiva, mas preferi não dizer nada." Dirá que a sua noiva é afinal um noivo no dia em que decidir qual o melhor lugar para fazer a festa. "E, nessa altura, logo se vê. Se os proprietários quiserem fazer negócio irão aceitar; se não estiverem interessados, logo se vê."

Nada impede que o casal do Porto possa ter uma boa surpresa com os empresários do Norte. Pois se até a mãe de João Paulo está "entusiasmadíssima" com o casamento do filho e já comprou o vestido para a cerimónia, tudo o resto é possível: "Estamos a falar de uma mulher que demorou dez anos a aceitar a minha homossexualidade", conta o editor do site Portugalgay.

 

Via Ionline

05
Abr10

Gays e lésbicas invadem o Algarve

olhar para o mundo

Gays e lésbicas invadem o o Algarve
Vai ser o maior  festival lésbico, gay, bissexual e transsexual (LGBT) de sempre, em Portugal. Essa é, pelo menos, a promessa da organização, apostada em fazer negócio, mas também em revitalizar o turismo na época baixa.

"A ideia surgiu porque entendemos que os festivais LGBT têm uma importância enorme e nós tentámos atrair esse sector vital do turismo para Portugal. Basta pensar no que acontece em Espanha, Itália, França e Grécia, que cada vez dão mais importância a este tipo de eventos", adianta ao Expresso Hugo Pereira, da organização.

E é assim que a 14 e 15 de Maio o recinto que habitualmente recebe a Fatacil, em Lagoa, vai receber o primeiro festival gay e lésbico do Algarve, com direito a red light - uma área com sex shopspiercings e tatuagens - , mas também stands de tarólogos, sexólogos, leitores de búzios e de mãos, para além de uma feira de stocks e uma área gourmet.

O Allove Festival (visitável em www.allovefestival.com ) terá um 'gayódromo', uma espécie de feira popular com direito a casa assombrada e touro mecânico e ainda um "pavilhão das artes" com cerca de mil metros quadrados com escultura, pintura e poesia, bem como uma zona onde cerca de 20 hotéis apresentam propostas gay-friendly, de turismo mais vocacionado para o mercado dos turistas gay.

Heterossexual? Não há problema!

 

Mas os heterossexuais também são benvindos, sugere Hugo Pereira: "Olhamos para isto como um negócio, mas é também uma celebração da diversidade sexual. Não é para ofender ninguém, não é reivindicativo e é totalmente aberto às camadas heterossexuais", garante.

Quanto à potencial polémica causada pelo evento, Hugo Pereira admite que o mais controverso poderá ser a realização de casamentos homossexuais durante o festival, por enquanto apenas simbólicos (caso a lei não o permita até lá) mas com direito a tudo: "Temos casamentos de luxo, com limousine, bolo de casamento e hotéis de cinco estrelas para a noite de núpcias", garante.

Bares de Lisboa também vão lá estar

 

O evento poderá juntar oito a 10 mil pessoas por dia, segundo as estimativas dos promotores. Conta com o apoio da Câmara Municipal de Lagoa, da Associação de Turismo do Algarve e a participação das associações Abraço e MAPS, e do Movimento de Apoio à Problemática da SIDA.

Entretanto, alguns dos bares mais famosos de Lisboa já confirmaram presença no Festival, caso do "As Primas", "Maria Lisboa" e o "Fiéis ao Bairro", que conta com um cartaz de animação onde se destaca o Supermartxé, um evento que mistura música com acrobatas, carregado de erotismo.

 

 

Via Expresso

13
Mar10

Lady Gaga. Sexo, lésbicas e violência

olhar para o mundo

 Lady Gaga

 

Lady Gaga chega à "Prison for Bitches" arrastada por duas guardas prisionais com ar masculino. Enquanto é atirada para a cela apenas de collants, uma das guardas comenta: "Eu disse-te que ela não tinha pila." A outra responde-lhe: "Que azar." Uma piada sobre os rumores de que Lady Gaga poderia ser hermafrodita na primeira cena do tão aguardado teledisco da estrela pop, lançado na quinta-feira à noite.


São nove minutos e meio com direito a quase tudo: beijos entre Lady Gaga e outra reclusa, óculos escuros feitos de cigarros, penteados em forma de telefone, envenenamentos em massa e Beyoncé, amiga da cantora pop. Há diálogos ao estilo Tarantino e até carros: a Pussy Wagon usada em "Kill Bill" foi emprestada para o teledisco. "Num almoço com o Tarantino, em Los Angeles, expliquei-lhe o conceito do vídeo e ele gostou tanto que me disse: 'Tens de usar a Pussy Wagon'", contou Lady Gaga ao site americano "E!".

O vídeo de "Telephone", single do segundo álbum da cantora, "The Fame Monster", contou com mais de 500 mil visualizações nas primeiras 12 horas em que esteve online. As críticas giraram todas à volta da mesma premissa: um vídeo excelente para uma música que deixa muito a desejar.

A excêntrica Lady Gaga disse ao "E!" que está sempre a tentar "inverter a ideia que as pessoas têm de um videoclip pop". Aparentemente conseguiu. O realizador, o sueco Jonas Åkerlund, é o mesmo do anterior êxito "Paparazzi" e "Telephone" é a sua continuação. Uma espécie de curta-metragem que mistura ingredientes quase sempre bem sucedidos: violência, cenas lésbicas, vestidos extravagantes e coreografias arrojadas. Principalmente quando o público alvo da cantora são crianças e adolescentes curiosos. Åkerlund também já realizara o clip da estrela pop "Bad Romance", com 140 milhões de visualizações. "'Telephone' é muito melhor", garante a própria.

Além da co-protagonista Beyoncé, o vídeo conta com uma rápida aparição do rapper Tyrese Gibson. Rápida porque é envenenado por Beyoncé, com uma poção fatal preparada por Lady Gaga, também ao estilo Tarantino, e nem chega a cantar. Mas isso no vídeo é o que menos importa.

 

 

 

Via Ionline

03
Mar10

Donas de casas desesperadas...e lésbicas

olhar para o mundo

Donas de casa desesperadas e lésbicas

 

 O enredo da série “Donas de Casa Desesperadas” não pára de surpreender. Depois de vizinhos que escondem segredos implacáveis, jovens que engravidam precocemente e uma vida de aparências sempre prestes a ruir eis que chega a história do primeiro casal lésbico que vem apimentar uma das séries norte-americanas mais vistas.

As personagens Katherine e Robin são as personagens escolhidas para esta história. Robin chega a Wisteria Lane graças a Susan, que herdou um bar onde a jovem trabalhava como stripper. Robin vê em Katherine uma companhia para a sua nova vida no pacato bairro. Depois de uma troca de beijos num bar, Robin confessa que abriu os seus horizontes no que diz respeito às suas relações.
Não é a primeira vez que o tema da homossexualidade é tratado na série. O filho da rainha das aparências, Bree, assumiu a sua homossexualidade, chocando toda a família, que mais tarde acabou por aceitar a sua escolha.

 

 

 

Via Ionline

17
Fev10

3º sexo

olhar para o mundo

Raquel Lito

 

 Helena Martins, única mulher a fazer stand-up comedy lésbico em Portugal, desmancha-se a chorar de cada vez que se lembra da namorada ruiva, de olhos azuis, que lhe deixava a camisa manchada de sangue e o corpo repleto de nódoas negras. O actor Vítor de Sousa não suportou um desgosto de amor: rasgou cartas e fotografias, engoliu uma dose de comprimidos e só voltou a acordar no Curry Cabral. À noite, nos dias de folga, João abre a bagageira do carro, retira um vibrador e gel lubrificante, põe uma peruca loira, um body rendado e umas botas de cano alto - durante o dia estende a roupa que a mulher lavou e ajuda a filha a fazer os trabalhos de casa. Fernando Dacosta, escritor e jornalista, foi assediado por um inspector da PIDE e envolveu-se com um cónego numa sauna - no final, o religioso acabou a autoflagelar-se com uma toalha. 


Estas são algumas das confissões que Raquel Lito, jornalista da "Sábado", arrancou a 12 homossexuais portugueses. No livro "3º Sexo", editado pela HFBooks, a ser lançado amanhã, anónimos e quatro figuras públicas estão a nu. Pela primeira vez, figuras como o actor Vítor de Sousa, o ex-piloto de Fórmula 1, Nicha Cabral, o jornalista e escritor Fernando Dacosta e o chefe de cozinha Fausto Airoldi, relatam como é ser gay em Portugal.

Depois de um ano e dois meses de investigação, Raquel Lito quase chegou a um 13º depoimento: conversou com um padre, através do email do dirigente da Opus Gay, António Serzedelo. O sacerdote impôs anonimato, recusou encontros e até conversas telefónicas. Seria o mais corajoso e polémico dos depoimentos. O padre queria falar mas, no último instante, a consciência não deixou. 

O tema já estava em cima da mesa quando Raquel Lito recebeu o convite da HFBooks. Pesquisou o que tinha saído na imprensa sobre homossexualidade no espaço de um ano e descobriu a lacuna: não havia, em Portugal, relatos confessionais de gays. A jornalista não queria um discurso militante nem frases politicamente correctas. "Queria relatos de pessoas com vidas cheias", conta. 

Começou por lançar um pedido no fórum da associação LGBT Rede Ex-Aequo e publicar um anúncio nos classificados do site "Portugal Gay". Só ao fórum da Associação LGBT chegaram respostas de 70 homossexuais. Raquel Lito lançou uma espécie de concurso, com seis perguntas, para poder seleccionar os melhores relatos - no final, restaram quatro. 

Naquele dia de Setembro, quando a autora viajou até uma vila perdida do Norte para a primeira entrevista, estava às escuras. "Não sabia que pessoa iria encontrar, nem sequer se valeria a pena contar a sua vida neste livro", lembra agora, enquanto se socorre de fotocópias do livro para contar a história de Daniel Ferreira com todos os pormenores. Na marcha de Carnaval de 2008, na tal vila, triste e melancólica, Daniel não se mascarou de palhaço nem de "pierrot": desfilou com um saco de papel a cobrir a cara, correntes a tapar a boca e uma T-shirt estampada com a palavra "gay" e o slogan "direito à diferença". No dia-a-dia era um inadaptado: fechado no quarto, automutilava-se e esboçava uma teoria bizarra sobre reencarnação para desculpar a vizinhança cruel. 

Perante a insistência de um homossexual casado, que queria desabafar pela primeira vez a sua vida dupla, Raquel Lito mudou o ângulo do livro, que inicialmente se centrava em gays assumidos. "Não é fácil ser homem, casado, e gostar de homens", escrevia João, num email antes da entrevista. Ninguém da família suspeitava que João era homossexual e tinha fetiches com lingerie feminina. João não conseguia contar. 

Depois dos anónimos, Raquel passou à segunda fase: as figuras públicas. Tinha uma lista de nomes, mas não sabia como fazer a abordagem. "Estou a escrever um livro assim assim e tive indicação de que me poderia dar um testemunho interessante", dizia, meio a medo, pelo telefone. Nunca ouviu um "está enganada, eu não sou gay", mas muitos recusaram. Só quatro figuras públicas nada temeram - de Vítor de Sousa a Nicha Cabral, ex-piloto de fórmula 1, que confessou adorar ter flirts com heterossexuais, passando por Fernando Dacosta ou o chefe de cozinha Fausto Airoldi, que namorou ao mesmo tempo com um rapaz e uma rapariga, antes de se assumir, aos 18 anos.

Raquel Lito descobriu um mundo em que "há sempre sofrimento, sobretudo nos meios pequenos ou quando as famílias não aceitam". Uns passaram por desgostos e tentaram o suicídio, outros frequentavam às escondidas os bares "bas-fond", João tinha uma vida dupla, Daniel auto-mutilava-se, Ana não era capaz de contar a verdade no meio militar em que trabalhava, Dacosta foi censurado e assediado pela polícia de Salazar. Foram 40 horas de entrevistas gravadas e outras tantas de conversas telefónicas e trocas de emails de que Raquel Lito perdeu a conta. Ainda hoje há quem lhe ligue a chorar desgostos de amor. Ou a "esbanjar felicidade, porque conseguiu, finalmente, satisfazer as suas fantasias."

 

Via Ionline

28
Jun09

As histórias de quem saiu do armário e assumiu a homossexualidade

olhar para o mundo

Eles sairam do armário

 

Quando começou a perceber o interesse da assistente, Jorge, um professor universitário então com 27 anos, resolveu abrir o jogo: "Há um problema, sou homossexual", confessou-lhe. Talvez com a esperança de que o "problema" fosse tratável, a mulher insistiu. As cedências de parte a parte resultaram, após seis meses de namoro, numa gravidez não planeada e no casamento. Vinte anos depois, com três filhos e várias traições pelo meio, veio o irremediável divórcio. Mas Jorge não voltou a ter mulheres. Afinal, parece que o "problema" era o mesmo. E não tinha cura. 


No café, o professor agora com 51 anos espera por nós, incógnito. "Estou vestido de casaco castanho", avisa ao telefone. Embora assuma a sua homossexualidade, opta por não dar a cara na reportagem. Tem três filhos menores e não quer expô-los. O ponto de encontro é a Brasileira, café emblemático de Braga, cidade conhecida como a Roma portuguesa, conservadora e católica. Jorge atalha: "Pode ser conservadora, mas é também a cidade dos três P: dos padres, putas e paneleiros." Verdade ou mito, ele acaba a confessar os seus pecados: "Já namorei com três padres." 

Um homem a mais Antes, muito antes disso, o professor viveu no interior do país. Foi para lá dar aulas na universidade, numa altura em que mantinha dois relacionamentos homossexuais. Ser gay nunca foi um problema - jamais o escondeu, apenas não gosta de empunhar essa bandeira. 

"Foi um processo muito gradual, feito por etapas", explica. Aos 11 anos começou a perceber que as conversas sobre raparigas não lhe despertavam interesse. "Dava-me bem com elas e era até bastante popular, mas nunca passava disso, eram amigas", conta. 

A popularidade da adolescência prolongou-se pela idade adulta, a ponto de despertar interesse na assistente com quem trabalhava na universidade, "uma mulher bonita e inteligente". Depois de se envolverem, ela engravidou. "Não lhe escondia nada, mas achamos por bem casar. Acreditei que seria possível compatibilizar a minha orientação sexual", conta Jorge. Nenhum dos dois foi feliz. Ele não venceu a sua natureza e as infidelidades constantes desgastaram a relação até à ruptura inevitável. "Se o teu relacionamento fosse com outra mulher, saberia que armas usar. Com um homem não posso competir", dizia-lhe a mulher. De facto nunca o conseguiu, apesar de terem tido mais dois filhos de gravidezes não planeadas. 

Quase vinte anos volvidos sobre o casamento, e cinco após o divórcio, Jorge reconhece que hoje talvez não se tivesse casado. O que o levou a aguentar um casamento de 17 anos? A resposta é imediata: "Os filhos." 

Verdade escondida A filha foi o preço que João Mouta, de 48 anos, pagou pela sua liberdade. "Há sempre um preço a pagar e o meu foi esse", lamenta o director de marketing de uma empresa ligada ao ramo automóvel. A batalha jurídica pelo poder paternal, feita de lágrimas e violência, empurrou-o para o activismo: é um dos dirigentes da Pais Para Sempre, uma associação de defesa dos interesses do pai. Hoje, diz, é muito mais fácil falar sobre homossexualidade. Não só falar, como ser. "Se formos autênticos, as pessoas respeitam-nos", garante. 

Mas nem sempre foi assim. "Tive consciência disso aos cinco anos." No entanto, "a família, a sociedade e os valores estabelecidos levaram-me a reprimir a minha identidade". João Mouta namorou três anos e esteve casado durante oito. "A relação com a minha mulher foi--se deteriorando, e quando se consumou a separação fui viver com um homem." 

O processo de divórcio arrastou-se durante vários anos. "Uma separação é sempre complicada, diz-se que o sentimento é o que mais se aproxima da morte de um familiar. No meu caso foi ainda mais difícil", diz, embora nunca tenha assumido perante a mulher que iria viver com um homem. 

Mas o que o levou a embarcar num processo que sabia ser emocionalmente muito violento? "Há várias coisas: o desejo de ser autêntico e não ter de esconder mais, o desejo de ser feliz sem contingências, não lutar mais contra a sua própria natureza. Encontrar paz interior de alguma forma."

A estas razões, o psiquiatra Júlio Machado Vaz acrescenta o cansaço. "Já ouvi pessoas de 50 ou 60 anos confessarem--se exaustas, após uma vida de fingimento. Não dos afectos que as unem aos familiares, mas da verdade que (pres)sentem dentro de si", explica. 

Lésbica ou mãe? Não foi o caso de Teresa, que descobriu a sua homossexualidade já adulta. E depois de se divorciar do marido, com quem tem dois filhos. "Sou muito distraída. Ignorei completamente todos os sinais, a forma como me relacionava com os rapazes, as brincadeiras, o jogar à bola e ao berlinde", conta. E bonecas? "Destruía-as, riscava-as, cortava-as, coitadas." Teresa esteve casada durante dez anos, sem nunca ter questionado a sua orientação sexual. Hoje, consegue olhar para trás e admitir que o interesse pela professora de Francês na secundária era afinal uma paixão de adolescente. "Foi por causa dela que escolhi esta profissão [professora]."

O episódio ficou por ali, e Teresa diz ter seguido o percurso tido como normal: "Na faculdade relacionei-me com rapazes. Em termos amorosos nunca deu grande resultado, mas ficavam sempre grandes amizades." Fartava-se rapidamente quando passava a fase da paixão. Foi assim com quase todas os relacionamentos, incluindo com o ex-marido.

A verdade chegou muitos anos depois, aos 36, após o divórcio. "Comecei a perceber que as mulheres eram muito mais bonitas e bem mais interessantes", lembra. "Essa é a grande dificuldade, olhar ao espelho e assumir." Teresa ouviu conselhos em associações de lésbicas e procurou informação necessária para pôr um ponto final às "questões existenciais" que a atormentavam. Mas sentiu na pele as consequências. Um dia, a educadora de infância da filha perguntou às crianças da sala "se queriam ser lésbicas ou mães". A conversa deixou marcas até hoje. "A minha filha diz que preferia que a mãe tivesse um homem, quer ser igual às outras." Hoje, partilha a casa com a companheira e os dois filhos. 

Amor à primeira vista "Vi uma mulher e apaixonei-me por ela." Filipa, 55 anos, 30 dos quais casada, tem dois filhos adultos e viveu até há bem pouco tempo um romance com uma mulher. Garante que até há seis anos, altura em que conheceu a ex-companheira, nunca olhara para o sexo feminino com outro olhar que não fosse "amizade ou admiração". Tal como a maioria, não se deixa fotografar e recorre a um nome fictício. "Por respeito aos filhos", justifica. Quando conheceu - num consultório médico - a mulher com quem se viria a juntar, Filipa percebeu logo o que estava a acontecer. "Houve uma altura em que não pensava noutra coisa se não no dia em que teria a próxima consulta." Foram precisos 40 anos de vida para descobrir que afinal gostava de mulheres. Nunca teve o mínimo indício? "Não estou muito preocupada em encontrar respostas." Depois de se divorciar, Filipa juntou-se com a sua ex-companheira. Nunca disse à família que estava a viver um amor no feminino. Mas não se livrou da condenação de um dos filhos, que ainda hoje não lhe fala.

Para João Mouta, hoje estão criadas as condições para as pessoas "serem mais autênticas, sem pagarem um preço tão alto como antes". Por outro lado, há um paradigma geracional que ainda afecta muitos homens e mulheres escondidos no armário. É uma questão de coragem? "Não, é preciso ser  inconsequente.

 

Via Ionline

16
Jun09

Só para lésbicas!!!!

olhar para o mundo

 Só para lésbicas

 

Uma clínica de fertilidade espanhola em parceria com uma agência de viagens especializada em turismo para lésbicas, gays, bissexuais, travestis, transexuais e transgéneros (LGBT) apresentaram, na sexta-feira, um pacote turístico completo para lésbicas. O pacote inclui hotel de cinco estrelas, um circuito de bem-estar e a possibilidade de regressar grávida. 


"Há cinco anos que notamos um crescimento de casais lésbicos a consultar-nos. Quisemos facilitar a estadia e as viagens e, por isso, procurámos esta agência especializada", diz Rafael Bernabeu, fundador do Instituto Bernabeu - que tem clínicas de fertilidade em Alicante, Elche, Cartagena e Benidorm (Espanha). O objectivo é "facilitar a informação e o conhecimento" dos tratamentos personalizados de fertilização que a clínica oferece, "sempre com um tratamento gays friendly" baseado na "qualidade" e no "anonimato".

Enquanto se procede ao tratamento de fertilidade, as pacientes podem desfrutar da estadia com vista para o mar Mediterrâneo. O hotel é de cinco estrelas, sempre à beira-mar, e incluí um circuito de beleza e relaxamento: sauna, massagem corporal, tratamento facial, tudo para acalmar os nervos antes da inseminação. 

María José Rico, sócia da Rainbow Tourism, revela que o pacote de turismo depende do tipo de tratamento: "O normal são sete dias de alojamento com pequeno-almoço incluído, em quarto duplo, num hotel de cinco estrelas. As pacientes passam um ou dois dias na clínica e o resto são férias. "Muitas pacientes vinham cá nas férias de Verão ou no Natal e, agora, já têm a logística facilitada", afirma Rafael Bernabeu. 

A estadia de uma semana no Hotel Sivi San Joan, em Alicante - unidade com que a agência iniciou o pacote de lançamento - custa 600 euros por pessoa. Os tratamentos de fertilidade variam entre mil e 7500 euros. O mais barato consiste na inseminação com sémen do doador. Os mais caros requerem doação de óvulos e inseminação in vitro

 

Resto do texto aqui

 

Via ionline

 

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01
Jun09

De Saramago a Sousa Tavares, todos pelo sim ao casamento gay

olhar para o mundo

Casamentos gay.

 

Vêm das artes, ensino, justiça, política. A lista do Movimento Pela Igualdade (MPI), que defende a legalização do casamento entre pessoas do mesmo sexo, tem figuras de praticamente todos os quadrantes. Entre elas estão José Saramago, Daniel Sampaio, António Costa, Ricardo Araújo Pereira ou Miguel Sousa Tavares. 


O número de subscritores já quase ultrapassou o milhar e alguns estarão presentes amanhã, pelas 16h00, no Cinema São Jorge, onde decorrerá a apresentação oficial do MPI.

"É um assunto que interessa a toda a sociedade civil", justifica Paulo Vieira, activista da Não Te Prives, uma associação de defesa dos direitos dos homossexuais, sedeada em Coimbra. O MPI "nasceu da vontade das 11 associações que organizam as marchas gay de Lisboa e Porto, sem uma estrutura muito concreta". E se, nos finais de Abril, reunia sobretudo pessoas ligadas à causa, um mês depois inclui centenas de figuras públicas e anónimos. 

"Começámos por contactar pessoas que foram recolhendo assinaturas. É um trabalho com uma dinâmica de rede não hierarquizada, que vai muito além dos activistas LGBT", explica Vieira, para quem "o tipo de pessoas que aderiu" demonstra a urgência do debate. "A abrangência na defesa da igualdade mostra que a sociedade portuguesa quer esta mudança". 

O MPI assume-se como um movimento de pressão da sociedade civil sobre o poder político, também ele representado na lista através de Ana Drago, Edite Estrela, Ana Gomes, entre muitos outros. 

Questionado sobre a inexistência de políticos com uma orientação sexual gay - pelo menos de forma assumida -, Paulo Vieira refere que tal se deve "ao facto de a homofobia ainda ser um elemento muito importante na cultura portuguesa". "Ser homossexual ainda é mal visto e as estruturas partidárias não estão isentas dessa discriminação. São um reflexo da sociedade", lamenta o activista.

Portugal é um dos 14 países que ponderam regular o casamento entre pessoas do mesmo sexo (ver caixa). Em Janeiro, perante os militantes socialistas, José Sócrates deixou claro que chegou a altura de promover a discussão sobre os casamentos homossexuais. Trata-se, disse, de "eliminar uma discriminação histórica que não honra nenhuma sociedade aberta". 

 

Via ionline

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