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Um olhar sobre o Mundo

Porque há muito para ver... e claro, muito para contar

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Um olhar sobre o Mundo

03
Mar11

ABC censurou beijo entre Bardem e Brolin na cerimónia dos Óscares

olhar para o mundo
 
Os actores Javier Bardem e Josh Brolin trocaram um beijo rápido durante a cerimónia dos Óscares do passado domingo, escreve a Veja.

O beijo aconteceu segundos antes de serem entregues os Óscares das categorias de Melhor Argumento e Melhor Argumento Adaptado, mas a cadeia de televisão norte-americana ABC optou no momento por filmar a actriz Penélope Cruz, mulher de Bardem.

Vários sites da comunidade homossexual americana mostraram-se indignados pela opção do canal televisivo, que ainda não se pronunciou sobre o episódio.

 

Via SOL

01
Fev11

Primeiro político gay a casar é do PSD

olhar para o mundo

Primeiro político gay a casar é do  PSD

 

Foi dos presidentes mais controversos da JSD. Durante o seu mandato, Jorge Nuno de Sá bateu-se por temas tradicionalmente associados à esquerda, como a despenalização do aborto, a criação de salas de chuto nas cadeias ou a prescrição médica da canábis. Mas quando deixou aquela estrutura partidária - que assumiu entre 2002 e 2005 -, o seu protagonismo político caiu a pique. Ocupou um cargo invisível na Câmara Municipal de Lisboa, ao lado do vereador Sérgio Lipari Pinto, e sofreu uma derrota, em 2008, quando se candidatou à presidência da mesa da "jota". Em Novembro do ano passado, saltou novamente para as páginas dos jornais, ao ser o único conselheiro do PSD a não apoiar a candidatura de Cavaco Silva a Belém. No sábado passado, aos 33 anos, Jorge Nuno de Sá voltou a ser notícia, ao tornar-se o primeiro político português homossexual a casar.

No PSD, a notícia não foi uma surpresa. Há muito que a orientação sexual do ex-líder da jota não era sequer tema de conversa de corredor. "O mais surpreendente acabou mesmo por ser o casamento", disse ao i fonte do partido. Oficialmente, poucos são os que aceitam falar sobre o assunto. José Eduardo Martins, deputado que votou a favor do casamento entre pessoas do mesmo sexo, não quis comentar, limitando-se a desejar felicidades ao colega de partido. "Para mim é um casamento como qualquer outro, a quem desejo as maiores venturas e felicidades". Também o actual líder da JSD, Duarte Mendes, se escusou a comentar o caso, adiantando tratar-se "de um assunto do foro pessoal". "Devemos respeitar as opções de cada um, e como tal o meu único desejo é que seja feliz."

Jorge Nuno de Sá nasceu em Viana do Castelo há 33 anos. Na capital do Alto Minho, uma região tradicionalmente mais conservadora que os centros urbanos de Lisboa e Porto, a notícia não foi recebida com o mesmo desinteresse manifestado no seio do PSD. Ainda assim, o conservadorismo local não terá sido suficiente para impedir a decisão do ex-líder da JSD, cuja carreira política foi desde sempre marcada por uma certa rebeldia. 

Fim do serviço militar Embora a decisão de não apoiar a candidatura de Cavaco Silva a Belém tenha merecido maior atenção dos média, esta não foi a única vez que Jorge Nuno de Sá esteve em desacordo com o actual Presidente da República. O célebre episódio do cartaz de Santana Lopes, que nas legislativas de 2005 se viu obrigado a retirar a imagem de Cavaco Silva, justificou a indisciplina partidária de Jorge Nuno de Sá. Mas não só: também a polémica das escutas entre Belém e São Bento, nas legislativas em que Manuela Ferreira Leite saiu derrotada, pesou no afrontamento das linhas orientadoras do partido.

Apesar de tudo, a postura de Nuno de Sá recolhe vários elogios dentro do partido. "Foi um líder que actuou sempre próximo das bases, muito trabalhador, mas por vezes sem capacidade de marcar a agenda política", recorda um dirigente do PSD. Há quem lhe atribua os louros do fim do serviço militar obrigatório, uma causa pela qual sempre se bateu. "Parte do mérito é dele", acrescenta a mesma fonte. 

Durante o seu mandato como deputado, eleito pelo círculo político de Viana do Castelo (primeiro ao lado de Durão Barroso, e depois com Santana Lopes) Jorge Nuno de Sá apresentou diversas iniciativas na Assembleia da República ligadas a temas como educação sexual, programas de voluntariado e questões relacionadas com a terra que o viu nascer. Mas foi a sua postura relativa à interrupção voluntária da gravidez - deu a cara na campanha pela despenalização - e às salas de chuto nas cadeias que o deixou em rota de colisão com o partido. Foi acusado de andar afastado da realidade dos jovens portugueses e, em 2005, quando tentava a sua reeleição, perdeu a eleição para Daniel Fangueiro.

 

Via Ionline

08
Set10

SIDA: Jovens ignoram sexo seguro

olhar para o mundo

Os jovens ignoram o sexo seguro

 

Portugal tem das taxas mais altas de infecção pelo VIH/Sida, uma taxa que é promovida pela ignorância patente no entendimento da infecção, e veículos de transmissão.

Recentemente na Bélgica, a Universidade de Ghent, apresentou as conclusões de um estudo levado acabo durante nove anos, observando quinhentos indivíduos.

 

Os pacientes que fizeram parte do estudo são do sexo masculino, homossexuais, e na sua grande maioria brancos, mas mais relevante ainda eram todos jovens.

Os pacientes tendem também a ser portadores de outras infecções sexualmente transmissíveis como a sífilis sugerindo assim, um comportamento de risco sem o uso do preservativo.

Nota de destaque sobre este estudo, o Reino Unido aponta-o como verdadeiro.

Nick Partridge, diretor-executivo do Terrence Higgins Trust (ONG do Reino Unido), aponta a sociedade gay como a mais propensa ao risco de infecção pelo VIH/Sida.

Por isso Partridge, pede maiores campanhas dirigidas aos jovens, e em específico aos jovens gays, dado que segundo ele, mais de um quarto das pessoas infectadas não estão diagnosticadas.

 

Via Portugal Gay

01
Jul10

Paguei oito mil dólares às pessoas que me trouxeram para a Europa

olhar para o mundo

Comecei aos 17 anos. Tinha um amigo que se prostituía no centro do Rio de Janeiro. Fiquei curioso, pedi-lhe que me levasse. Aquilo era um talho, um açougue, uma carniçaria. Numa rua, rapazes de pé, mostrando partes íntimas; clientes passando de carro, escolhendo.

Era muito perigoso ficar, de noite, naquela rua escura. Entrava nos carros e nem via quem vinha lá dentro. Por vezes, a polícia aparecia do nada e espancava quem lhe apetecia e levava o dinheiro. Os rapazes que trabalhavam ali também podiam espancar, roubar.

Não estava disposto a passar cinco anos a estudar para ter uma profissão e nem sequer a exercer, como via acontecer com familiares e amigos. Não estava disposto a trancar-me num escritório. E a verdade é que isto vira um vício.

As pessoas, às vezes, falam nos trabalhadores do sexo como uns coitados. Eu estou nesta vida porque quero. Não me sinto agredido com a profissão, não me sinto vítima. Conheci muitos países, aperfeiçoei o meu inglês, aprendi a falar espanhol e italiano; tudo graças à putaria.

Não digo que é fácil ser puta. Digo que aprendi a virar-me. Chego a uma cidade sem saber onde se apanha um autocarro e tenho de descobrir tudo. Se me soltarem no deserto do Sara, eu encontro uma torneira. Foi a vida que me ensinou. Não tive um cursinho, não.

A minha família não sabe. Até hoje, pensa que trabalho em restaurantes, cafés. Sempre lhe disse que trabalhava nisso. Seria muita confusão na cabeça da minha mãe. Não quero que arranque os cabelos. E ela também não pergunta de onde vem o dinheiro que eu lhe mando.

Já não tenho pai. O meu pai morreu quando eu tinha 17 anos. Ficámos com dificuldades. Eu não estava disposto a estudar e a procurar um trabalhozinho desses típicos, “o primeiro da vida”. E, como já tinha essa curiosidade, pedi ao meu amigo que me levasse para aquela rua.

Quando saí da rua, fui trabalhar para uma pessoa que tinha um apartamento: pagava-lhe metade do que ganhava. Ao fim de um ano e meio, aluguei o meu primeiro apartamento – era perto da praia. E, com isso, consegui a minha independência profissional – fazia os meus horários.

Há um processo. Depois de trabalhar num apartamento, ninguém quer voltar a trabalhar na rua. Não deixa de ser perigoso (recebe-se dentro de casa gente que nunca se viu), mas é bem mais confortável. Então, você quer comprar o seu apartamento. Viaja para a Europa para ganhar dinheiro.

A maior parte dos trabalhadores do sexo brasileiros que se anunciam na Internet e nos jornais, em Portugal, são assim. Vieram para trabalhar um tempo, para juntar um dinheiro para comprar um apartamento, montar um negócio. Muitos mandam dinheiro para ajudar as famílias.

Paguei oito mil dólares [cerca de 6500 euros] às pessoas que me trouxeram para a Europa. Há um sistema [de angariação de pessoas para trabalho sexual]. Eles vêm para a Europa, fazem contactos, voltam ao Brasil, trazem outros: “Pago a sua passagem, arranjo um lugar para você ficar, dou-lhe uma certa ajuda.”

Hoje, as pessoas vêm mais por conta própria. Em 2001, havia quem pagasse 12 mil dólares para vir; eu paguei oito mil por vir com um amigo. Quem está aqui não acredita, mas a Europa é o paraíso para quem sai do Brasil. Em seis meses, paguei os oito mil dólares e juntei 30 mil reais [actualmente, cerca de 13.600 euros].

Portugal, Espanha, Itália…

Fiz a minha estreia na Suíça. Nunca sentira tanto frio. A comida era horrível. Era um trabalhador clandestino. Mal me atrevia a sair. As pessoas que nos trazem botam medo na cabeça da gente para a gente não ganhar asas: “A polícia apanha-te; se te apanha, deporta-te.”

Trinta mil reais é muito dinheiro no Brasil. Achava que tinha direito de gastá-lo. Pobre nunca comeu melado; quando come, se lambuza. Passei seis meses andando de táxi, pegando praia. A minha mãe tinha a mesma mesa e o mesmo guarda-roupa desde o casamento e eu comprei-lhe mobílias novas. Quando a conta começou a ficar curta, pensei: está na hora de voltar.

Quem vem para cá trabalhar num instante aprende onde comprar um telemóvel, onde arrendar um apartamento, onde botar um anúncio. E acha que já sabe tudo, mas é preciso tempo para entrar nesse circuito. Tive de tactear, sem costas quentes, sem proxenetas de luxo. Só juntei seis mil reais em três meses.

Voltei para o meu apartamento no Rio. Mantivera-o por não saber no que esta aventura ia dar. Mas depois daquele segundo regresso, quis entregá-lo. A minha cabeça começava a mudar. Deixei as minhas coisas na minha mãe e voltei para a Europa, a pensar: “Agora, vivo no mundo.”

Nessa terceira vez, fiquei quatro anos seguidos. Dei-me a liberdade de conhecer. Andei por Portugal, Espanha, Itália, França, Inglaterra. Parei essa paranóia de só juntar dinheiro. Comecei a viver.

Estive em Espanha uns dois anos. Encontrei-me lá. É o meu país favorito. As pessoas falam alto. O clima é óptimo. Ao ver o bairro gay de Madrid, fiquei maravilhado. Aquilo para mim era a Disneylândia. E, mais uma vez, trabalho não faltava. Quando faltou, fui para Barcelona.

Tive uma experiência nova em Barcelona. Eu e outros 50 rapazes andávamos de toalha enrolada numa sauna. O cliente escolhia um e ia para uma cabine. Aos olhos do dono da sauna, aquilo não acontecia. Eu pagava a entrada como qualquer cliente. Entrava às horas que queria e saia às horas que queria.

Acabei por me estabelecer em Portugal, o país com que me identifico mais, em 2004. Apaixonei-me. Comecei a criar raízes. Quando dei conta, vivia aqui. Mas já se sabe como é esta vida. O dinheiro pára de entrar de uma hora para a outra. Às vezes, faço temporadas noutros países. Não vou com um prazo. As coisas estão bem, vou ficando. As coisas estão mal, saio.

Aqui, há uma espécie de comunidade. Todo o mundo se conhece. Sabe quem é quem, quem brigou com quem, quem foi preso, quem voltou para o Brasil. As pessoas trabalham juntas. Algumas ficam amigas. Depois, uma está num sítio e diz à outra: “Vem para cá trabalhar.” E a informação circula.

Sou mediador no Porto G, um projecto da Agência Piaget para o Desenvolvimento, que tem uma equipa que vai ao encontro de trabalhadores do sexo e dos seus clientes aos apartamentos, numa lógica de redução de riscos e minimização de danos.

Quero colaborar o máximo com essa equipa interdisciplinar, constituída por duas psicólogas, uma assistente social e dois enfermeiros. Não é só levar camisinha. Também é levar muita informação – sobre práticas sexuais de menor risco; sobre direitos civis. E encaminhar para serviços de comunidade.

Eu não sabia que imigrante irregular tinha direito a ir a hospitalzinho, a ter conta no banco. Tantas vezes fiquei doente e tive medo de ir ao hospital por estar irregular. Da terceira vez que vim para Portugal, tive sífilis e sofri imenso – isso não foi trabalhando; tenho muito cuidado, não apanho doenças no trabalho. Isso foi namorando.

Nunca deixei de cobrar

Tenho um namorado. No início, ele não lidava bem com a minha profissão. Ele pensava que prostituição era coisa de vagabundo. É assim que as pessoas pensam: prostituto é preguiçoso, burro, sujo. Eu não. Podia ter estudado qualquer coisa. Gostei de ser puta. Gosto de não ter um patrão, um horário, de viver a minha vida desse jeito. Não é uma vida tão sofrida como se pensa.

Distingo bem a minha vida pessoal da minha vida profissional. Nunca me apaixonei por um cliente. Nunca me iludi. Nunca deixei de cobrar. Não me venha dizer que está stressado com o trabalho, com a família. Não vejo uma pessoa. Vejo uma nota de 50 euros.

Cobro 50 euros pelo básico: 15 minutos a fazer anal e oral. As raparigas cobram menos porque há muita oferta. Basta abrir um jornal para ver: são quase uma praga! Comigo, máximo 20 minutos, mínimo 40 euros.

Há trabalhadores do sexo que viajam com o cliente, jantam com o cliente, dormem com o cliente – até no interesse de serem apadrinhados. Eu é só o acto. Mais do que isso agride-me. Prefiro fazer dez clientes desconhecidos do que estar com um fingindo que estou apaixonado. Não tenho estômago para isso. Mas há pessoas que gostam disso, que têm talento para isso, que dão graças a Deus quando encontram um velhote que as queira manter.

Tenho um apartamento no Porto – divido-o com amigos. Com esta crise não está dando para trabalhar aqui. Tenho ido para outras cidades “fazer praça”. Tenho estado em Aveiro. Pago uma diária de 15 euros num apartamento. Durmo lá a semana toda. Ao fim-de-semana, gosto de vir para a minha casa descansar. Já não estou nessa de ser escravo do telefone.

Já se ganhou muito mais dinheiro nesta profissão. O movimento tem caído de há quatro anos para cá. A putaria foi cortada, como as roupas caras, os perfumes. Hoje, um bom dia para mim é fazer cinco clientes. Isso era muito comum. Era quase o mínimo. Havia dias de fazer dez ou onze. Hoje, num dia, quando faço três já fico satisfeito. Com a crise que aí está!

Estou com 34 anos. Isto é como uma carreira de modelo. Não vou ficar cobrando com 40 anos! Quando tiver 40 anos, se calhar, tenho de pagar! Quero casar, estabilizar. Há uns anos comprei uma vila – um terreno com cinco casinhas – no Brasil. Penso vendê-la. Já não tenho vontade de ter investimentos nem de voltar para lá. Nem sei o que vou fazer. Faço show travesti. Talvez vá por aí. Posso fazer show travesti até ser uma bicha velha. Há muita bicha velha a fazer show travesti por aí.

Por Ana Cristina Pereira
A partir de várias conversas com um mediador do Porto G, um projecto da Agência Piaget para o Desenvolvimento

Público

 

Via Meninos de ninguém

07
Jun10

Declaro-as Mulher e Mulher

olhar para o mundo

O primeiro casamento homossexual em Portugal, Teresa e Helena

 

Helena Pires e Teresa Paixão tornaram-se esta manhã o primeiro par homossexual a casar-se em Portugal. Às nove horas em ponto bateram na porta da conservatória do registo civil da Avenida Fontes Pereira de Melo, em Lisboa, e oficializaram a relação.

É hoje que entra em vigor a lei do casamento entre pessoas do mesmo sexo e faz todo o sentido que as duas alentejanas queiram ser as primeiras, já que estão desde 2006 a tentar celebrar o seu casamento. Dia 7 de Junho será mais uma data histórica para a comunidade gay e lésbica, mas há outras datas que se vão tornar igualmente importantes a partir de hoje. 

Agosto será o mês de Abel Mota e do seu companheiro; Setembro o mês de João Paulo e do seu futuro marido. Os dois casais já estão em preparativos para a grande festa. Festa de arromba para João Paulo, que se vai casar numa quinta do Douro com fogo-de-artifício e espectáculo de transformismo; festa sem grandes alaridos para Abel Mota, que vai juntar os amigos e a família na sua casa de Gaia. Cerimónia, copo-de-água, lua-de- -mel e tudo mais a que têm agora direito. "Casamento por puro romantismo", explica Abel, professor do ensino secundário e "casamento por razões puramente práticas", esclarece João Paulo, editor do site Portugalgay.

Qualquer que seja o motivo estava mais do que na hora, avisam os dois casais. João Paulo e José Pedro (nome fictício) estão juntos há 15 anos. Abel Mota e Francisco (nome fictício) vivem em união de facto desde 2004. "Não nasci para viver sozinho e sempre quis casar-me", confidencia Abel. E, porque já perderam "demasiado tempo", começaram a preparar a cerimónia logo após a aprovação da Lei n.o 9/2010 no Parlamento, a 8 de Janeiro. Os fatos estão comprados, as alianças também, só resta mesmo ir à conservatória de Gaia para marcar o dia: "Entre a segunda e terceira semana de Agosto são as datas mais prováveis."

João Paulo e José Pedro têm muito mais em que pensar. A lista de convidados ultrapassa a centena e o casal quer uma festa com "mesa farta, música, espectáculo de transformismo e ainda fogo-de-artifício" ao cair da noite. "Visitei três quintas na zona do Douro, só nos falta tomar uma decisão", conta João Paulo. 

Em todas as quintas, o portuense perguntou pelos preços de aluguer, inspeccionou o salão de festas e avaliou todos os espaços exteriores sem nunca revelar que o seu casamento será pouco convencional: "Já me perguntaram pela minha noiva, mas preferi não dizer nada." Dirá que a sua noiva é afinal um noivo no dia em que decidir qual o melhor lugar para fazer a festa. "E, nessa altura, logo se vê. Se os proprietários quiserem fazer negócio irão aceitar; se não estiverem interessados, logo se vê."

Nada impede que o casal do Porto possa ter uma boa surpresa com os empresários do Norte. Pois se até a mãe de João Paulo está "entusiasmadíssima" com o casamento do filho e já comprou o vestido para a cerimónia, tudo o resto é possível: "Estamos a falar de uma mulher que demorou dez anos a aceitar a minha homossexualidade", conta o editor do site Portugalgay.

 

Via Ionline

22
Abr10

Sou gay. E então?

olhar para o mundo

Duas adolescentes de dezoito anos, loirinhas tal qual princesas da Disney, estudantes promissoras, de "boas famílias"... matam, com a ajuda de um amigo de 19 anos, um homem ao pontapé em pleno Trafalgar Square, em Londres. Porquê? Porque o homem, de 62 anos, era gay.

 

É difícil tirarem-me do sério. Mas há noticias que me deixam verdadeiramente mal-disposta. A violência é algo que, por mais que tente, não consigo perceber. Vinda de um grupo de adolescentes - não são supostamente eles que têm uma mente mais aberta? - com motivações discriminatórias, ainda pior.

Há comportamentos que deviam ir para ao caixote do lixo
Há comportamentos que deviam ir para ao caixote do lixo

Tenho vários amigos e amigas homossexuais. Muitos deles já foram alvo de comentários menos felizes na rua. Muitos deles tinham bom tamanho para dar três pares de estalos a quem opta pelo insulto barato. Muitos deles, arriscaria a dizer todos, prefere não partir para violência. Mais facilmente me vêem a mim a exaltar-me com a idiotice alheia e a usar o meu dedo do meio em resposta, disso tenho a certeza.

Insultada por ser heterossexual?

 

Custa-me a entender que ainda se ache que um homem é menos homem ou uma mulher é menos mulher porque gosta de pessoas do mesmo sexo. Nas mil e uma noites que já passei em bares e discotecas gays nunca ninguém me apontou o dedo ou insultou por eu ser heterossexual.

Casos como o de Ian Baynham (sim, o homem tinha nome, família, toda uma vida deitada por terra por três meninos que beberam uns copos a mais e acharam por bem espancar um "paneleiro de merda", expressão usada pelos próprios), ou como o de Gisberta, o travesti do Porto também morto por um grupo de adolescentes, fazem-me pensar: Que raio de sociedade teremos daqui a uns anos? Que miúdos, futuros adultos, são estes? Será culpa da educação ou do preconceito eternamente enraizado? Se no tempo dos nossos pais histórias destas já eram reprováveis, nos ditos "tempos modernos" perdem totalmente o sentido. Não há justificação. Ponto final.

 

Via A vida de saltos altos

10
Abr10

Testemunhos. Sou gay, católico e acredito que Jesus estaria do meu lado

olhar para o mundo

Sou gay e católico, e acredito que jesus estaria ao meu lado

 

José Ribeiro recebeu-nos no seu gabinete na Universidade em Évora, deixou--se fotografar e conversou abertamente. José L. marcou encontro na Praça do Giraldo, mas acabamos a conversar num jardim sem ninguém. Preferiu não revelar o nome completo nem ser fotografado. Sempre que se ouviam passos, olhava para o lado. José Ribeiro e José L. são ambos professores e membros da Associação Rumos Novos, que congrega homossexuais católicos. Concordam com a aprovação do casamento civil entre pessoas do mesmo sexo. E não vêem incompatibilidade entre a sua orientação sexual e a Igreja Católica - melhor, e os ensinamentos de Cristo.

José Ribeiro 

59 anos, professor Universitário

"Sou cristão e homossexual. Tornei-me cristão quando já tinha a minha identidade sexual mais que aceite. Não tive problema nenhum quanto a isso. Tive a sorte de ter uma educação absolutamente solta. Nunca passei pelas agruras de muitos amigos, que tiveram uma educação tradicional católica. Fiz tatuagens com os peixinhos cristãos há seis anos, quando me tornei cristão. Vim para o cristianismo porque procurava um sentido para a vida. Ser homossexual e católico faz muita confusão às pessoas. As pessoas têm uma concepção da Igreja como de um partido, com um comité central que estabelece uma doutrina. Mas não é isso. A Igreja é um conjunto de pessoas ligadas a Jesus. O que o conselho de administração reflecte são apenas as convicções desse conselho. Os católicos socorrem-se dos escritos de Paulo, que estão muito ligados à sociedade em que ele viveu. À luz da época em que viveu, a homossexualidade era uma prática desviante, mas hoje já sabemos que não é assim. A actividade principal da Igreja parece ser determinar as condições em que é lícito que duas pessoas dêem uma queca. No site do Vaticano, 80% dos documentos da Congregação para a Doutrina da Fé ocupam-se disso. Em Jesus não encontra nada assim. No fundo, a Igreja olha os seres humanos como um engenheiro zootécnico olha, em termos de reprodução, o gado - vacas parideiras e bois de cobrição. Ora os homossexuais não podem ter filhos, logo não fazem parte dos planos de Deus. Assim, a única maneira de sermos agradáveis a Deus é não exercermos a nossa sexualidade. Não conheço nenhum homossexual católico que não seja praticante. E olhe que conheço muitos. Não faz sentido essa distinção. Mas como Igreja arranjou uma tabela de pecados, uma espécie de "jogo da salvação", tipo Monopólio, e as pessoas sentem-se culpadas. Tu fazes uma boa acção e andas não sei quantas casinhas, fazes uma má acção e andas para trás. Depois há absolvições... O católico tem tendência a fazer as suas relações com Deus na base no jogo da salvação. Depois as pessoas dão uma queca porque não resistem e vão-se confessar. Depois volta a acontecer. É jogo muito destrutivo psicologicamente. Quem tem culpa é facilmente controlável. Fui para a Rumos Novos para ajudar estas pessoas. Vamos à missa juntos, fazemos encontros onde lemos a Bíblia e apoiamos quem mais precisa." 

José L.

40 anos, professor do secundário

"Vou à missa todos os domingos, mas nunca disse que era homossexual na minha paróquia. Estou naquela situação de 'todos sabem e todos calam'. Nunca me senti discriminado. Sempre fui católico e sou baptizado. Mas quando tive uma relação mais estável, que durou dez anos, estava afastado da Igreja. Não sei bem porquê... Depois senti necessidade de voltar. Estou noutra relação e agora não me imagino a não ir à Igreja. A comunhão em fé é uma parte importante da nossa personalidade. Confesso-me, mas só nas épocas litúrgicas. Sou mais favorável a falar directamente com Deus. Em Maio de 2008 arrancámos formalmente com a Associação Rumos Novos porque acreditamos na Igreja criada por todos os fiéis e na palavra que Cristo nos deixou: "Amai-vos uns aos outros como eu vos amei." Ele não disse "se fores amarelo podes vir a mim, se fores verde também, mas se fores encarnado não podes". Somos católicos, estamos relacionados com a Igreja Católica e uma parte importante dos padres não segue as noções da hierarquia nesta área. Temos irmãos no grupo que são catequistas, os párocos sabem que eles são homossexuais e eles continuam a ser catequistas. Muitas pessoas não se sentem à vontade, porque estão a ir contra o que lhes diz a fé, a mentir e esconder. Há jovens de 16 e 17 anos a viver verdadeiros dramas porque na Igreja dizem que são pecadores, que vão para o Inferno e andam a autoflagelar-se para se redimir. A hierarquia da Igreja diz que acolhe os homossexuais, mas devia completar a frase. Acolhe-os, mas exige-lhes uma vida de castidade e exige-lhes que "juntem o seu sofrimento às chagas do Cristo sofredor na cruz" - uma imagem um bocado tétrica. A nossa filosofia não é, em muitos pontos, diferente da da Igreja Católica. Defendemos casais homossexuais estáveis, duradouros, castos (no sentido da fidelidade). É o mesmo princípio, só o tornamos mais abrangente. Dizemos que, se estas duas pessoas vivem um amor puro, se se amam, se são fiéis, onde está o pecado?"

 

Via ionline

30
Mar10

Metade dos americanos aceitava presidente gay... a outra metade emigrava?

olhar para o mundo

 

Metade dos americanos aceitava presidente gay, a outra metade imigrava?

 

 

Metade da população americana diz que apoiaria de bom grado um presidente gay, embora fosse ligeiramente mais a favor de um juiz do Tribunal do Supremo gay, ou um secretário de estado, dizem os resultados de um novo inquérito. A investigação foi encomendada pela revista Vanity Fair e pelo programa 60 minutos, e chegou-se à conclusão que as diferenças entre liberais e conservadores estão cada vez mais profundas. A questão da homossexualidade tem estado em voga nos Estados Unidos, após o Pentágono ter emitido novas regras que dificultam a quitação doserviço militar aos homossexuais. O movimento para revogar a lei, que está em vigor desde 1993,e  tem sido atacado por alguns grupos de direita que dizem que gays no exército podem comprometer a eficácia das unidades operacionais.

 

Via ionline

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