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Um olhar sobre o Mundo

Porque há muito para ver... e claro, muito para contar

Porque há muito para ver... e claro, muito para contar

Um olhar sobre o Mundo

12
Mar11

"É de esperar grandes sismos onde já ocorreram"

olhar para o mundo

 

O alerta soou um minuto antes do sismo, porque só depois dos primeiros sismogramas detectarem o epicentro. O sismo que ontem abalou o Japão era "previsível", mas não foi possível prevê-lo. O paradoxo continua a dar luta aos cientistas, concordam os sismólogos contactados pelo i. Depois de tentativas de previsão e evacuação nos anos 1970, a opção apoiada pela ciência foi evitar alarmes falsos. Susana Custódio, sismóloga da estação do Instituto Geofísico da Universidade de Coimbra, nomeia três problemas: os métodos não precisos o suficiente, evacuar uma determinada região em falso pode ter efeitos tão dramáticos - em termos de perda económica e de vidas - como o próprio desastre e corre-se o risco de "descredibilizar" as autoridades.

Vários trabalhos têm reforçado a tese de que é possível prever um sismo, sobretudo os de grande dimensão. A dificuldade está em perceber os sinais exactos que indicam um sismo iminente. "Neste caso do Japão houve mais de 15 sismos com magnitude superior a 5 nos últimos dias, entre eles um de magnitude 7,2. A forma como definimos sismo precursor, sismo principal e réplica ainda é empírica", diz ao i Susana Custódio. "Só o conseguimos fazer a posteriori." A ideia de que os grandes sismos se repetem em intervalos regulares também tem lacunas, como a ausência de medições precisas até há 50 anos. Onno Oncken, especialista do Centro de Investigação em Geociências da Alemanha, revelou ao i a última tese na área, ainda sem grande fundamentação: clusters de sismos violentos, que sugerem uma correlação entre placas. "Sismos como este, o do ano passado no Chile ou o de Samatra há sete anos parecem cair neste intervalo de uma a duas décadas. Já foi possível identificar outro cluster nos anos 50 e 60 (o do Chile ou o do Alasca) e outro no início do século passado (o terramoto de São Francisco, entre outros)." Danijel Schorlemmer, geocientista da Universidade da Califórnia do Sul, é mais pragmático. "A melhor coisa a fazer é estar preparado, ter mantimentos e água para vários dias." Construir tendo em conta o risco sísmico e usar alertas precoces, mal se detectam os primeiros abalos, para desactivar infra-estruturas sensíveis como centrais nucleares são outras recomendações. Susana Custódio também aposta no lado pedagógico: pequenos e grandes sismos servem para alertar a população que tende a esquecer-se das regras básicas. "Se este sismo fosse em Portugal as consequências seriam muito maiores." E o risco existe: "Em Portugal temos falhas de todos os tipos", diz a sismóloga. Schorlemmer resume: "Não conseguimos medir quando uma falha está ''pronta''. Ainda assim, em todos os sítios onde este tipo de eventos já foram observados, é de esperar que voltem a acontecer. Só não sabemos quando." M. F. R.

 

Via Ionline

02
Fev11

Contra a iliteracia científica

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Contra a iliteracia cientifica

 

Consumidores em Portugal vão tomar uma “overdose” de “medicamentos” homeopáticos em público

"Ativistas de direitos do consumidor em Portugal anunciaram hoje a sua intenção de tomar uma “overdose” homeopática no próximo mês em parceria com um protesto global contra estes remédios alternativos.

Os manifestantes vão consumir dezenas de comprimidos homeopáticos na manhã de 5 de Fevereiro de 2011, às 10:23, no Jardim do Príncipe Real em Lisboa, com o objetivo de sensibilizar o público para a ineficácia dos “remédios” homeopáticos. Pretendemos também questionar a opção do Infarmed de permitir que estes produtos sejam classificados como medicamentos nas farmácias, o que os legitima aos olhos dos clientes."

 

 

Via Dias que voam

15
Jan11

Os bebés e o leite materno

olhar para o mundo

Estudos sobre o leite materno

 

Quase dez anos depois de a Organização Mundial de Saúde (OMS) ter declarado que a amamentação em exclusivo até aos seis meses beneficia os bebés, um estudo publicado no British Medical Journal vem dizer o contrário. O grupo de investigadores reconhece os benefícios do leite materno, mas defende que este deve ser completado com outros alimentos.

 

No estudo, a que o PÚBLICO teve acesso, investigadores do Reino Unido, conduzidos por Mary Fewtrell, do Instituto de Saúde Infantil da University College London, fizeram uma revisão da evidência científica que suporta as actuais orientações sobre aleitamento e consideraram que é altura de ponderar os pressupostos. De acordo com as conclusões do grupo, apesar dos benefícios da amamentação, o facto de o bebé só mamar durante seis meses pode não ser do seu pleno interesse no que diz respeito, por exemplo, a introduzir outro tipo de alimentos ou a desenvolver algumas patologias e alergias.

Em 2002, a OMS estabeleceu recomendações mundiais no sentido de os bebés serem exclusivamente alimentados com leite materno durante os seis primeiros meses de vida, podendo a amamentação prolongar-se como complemento até aos dois anos. Muitos países ocidentais não seguiram estas recomendações mas, em 2003, o Reino Unido, de onde são os autores do estudo, adoptou as guidelines da OMS, à semelhança de Portugal. Contudo, Fewtrell e os colegas defendem que a amamentação exclusiva deve ser sim recomendada nos países menos desenvolvidos, onde o acesso a água potável e a alimentos seguros é limitado, representando um risco superior para o bebé de morte ou doença.

A situação portuguesa

Em Portugal, nos últimos anos, a tendência tem sido a de incentivar o aleitamento materno exclusivo. O próprio Plano Nacional de Saúde 2004-2010, que agora termina, definia um período de duração do aleitamento materno como meta prioritária. Também a Direcção-Geral da Saúde (DGS) refere que, “de acordo com as estatísticas disponíveis, à data da alta hospitalar a larga maioria das puérperas e seus recém-nascidos terão como plano alimentar esperado o aleitamento materno exclusivo, o que permite falar numa taxa de 90 por cento de iniciação”. No entanto, a DGS reconhece que “a elevada taxa de aleitamento materno exclusivo à alta parece ter um acentuado declínio logo no primeiro mês de vida para ser inferior a 50 por cento aos três/quatro meses”.

Contactada pelo PÚBLICO, a secretária da mesa do Colégio de Especialidade de Enfermagem de Saúde Materna e Obstetrícia da Ordem dos Enfermeiros, Teresa Félix, ressalvou que não conhece o estudo por completo, mas lembra que um único documento não é suficiente para alterar toda a prática que tem sido desenvolvida. Para as mães que estão neste momento a amamentar ou para as futuras mães, refere que “o mais importante é manter a amamentação mesmo que se introduza outro alimento”. De todas as formas, Teresa Félix lembra que “o leite materno é fundamental em termos nutricionais e um alimento que é impossível igualar. É um alimento vivo que muda ao longo do dia e que responde às necessidades do bebé”, pelo que é importante que a mãe tente continuar a extrair o leite mesmo quando regressa ao trabalho.

Também a presidente da Associação Portuguesa dos Nutricionistas, em reacção ao estudo, defende que “é muito difícil deixar de ter por base uma recomendação que vem da OMS”. Sobre o facto de introduzir alimentos mais cedo, Alexandra Bento entende que é necessária mais evidência científica, mas também recorda que “a OMS faz recomendações globais e universais que se aplicam a todos os países” – em referência ao facto de a realidade dos países em desenvolvimento poder estar a influenciar as recomendações, já que nos países desenvolvidos até pela entrada da mulher no mundo do trabalho a amamentação exclusiva é abandonada mais cedo. A nutricionista explica, no entanto, que “o mais importante é impulsionar o aleitamento materno independentemente da altura em que se introduzem alimentos” e pugnar por “uma alimentação diversificada” para toda a família.

Alimentos e não complementos

Sobre os países europeus, os investigadores também salientam que a recomendação da OMS lhes suscita algumas dúvidas, mas sublinham que são a favor da amamentação exclusiva até aos quatro meses e que defendem que deve ser prolongada depois deste período, desde que associada a outros alimentos. E reforçam a palavra alimentos, dizendo que não estão a defender outro tipo de suplementos ou complementos disponibilizados pela indústria do sector. Três dos investigadores fazem mesmo uma declaração de interesses no estudo onde dizem que nos últimos três anos fizeram trabalhos de consultoria ou receberam fundos para trabalhos de empresas ligadas a suplementos alimentares e alimentos para crianças.De acordo com os cientistas, a documentação que suporta a decisão da OMS é anterior a 2000 e diz que os bebés que durante os primeiros seis meses só mamaram tiveram menos infecções e problemas associados ao crescimento. Conclusões que Fewtrell coloca em causa, dizendo que quando o bebé só recebe leite materno apresenta mais riscos de anemia, de doença celíaca, e de alguns tipos de alergia, nomeadamente alimentar. Na Suécia, por exemplo, o adiar da introdução de alimentos sólidos, como glúten, coincidiu com o aumento de casos de doença celíaca e baixou quando a amamentação exclusiva passou a ser recomendada só até aos quatro meses, dizem os cientistas.

Os investigadores temem, ainda, que o uso prolongado do aleitamento exclusivo reduza a janela de oportunidade de introdução de novos sabores da dieta da criança, nomeadamente a adaptação a vegetais – o que pode aumentar o risco de uma dieta desadequada que conduza à obesidade. O grupo recomenda, por isso, ao Reino Unido que reveja as suas orientações sobre esta temática, com base na informação científica que foi produzida ao longo dos últimos dez anos. Mary Fewtrell acredita, contudo, que os efeitos para os bebés no Reino Unido tenham sido residuais, já que a amamentação em exclusivo até esta idade é muito pouco comum no país (um por cento, segundo dados de 2005).

 

Via Público

08
Jan11

Fungo afrodisíaco dos Himalaias gera guerrilha

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Fungo Afrodisíaco dos Himalaias

 

Um fungo encontrado nos Himalaias, numa altitude superior a 3500 metros, está a gerar disputas violentas devido ao seu elevado valor económico, tendo já provocado a morte a sete pessoas, escreve o jornal Folha.

O fungo chama-se yarsagumba é conhecido como o viagra do Himalaia , usado há séculos e muito valorizado pelos chineses pelas qualidades afrodisíacas. Os chineses também acreditam que a droga medicinal tem outras qualidades, como longevidade e cura de algumas doenças.

É muito difícil ter acesso ao fungo devido à resistência dos homens que residem na região. Em Junho de 2009, 36 homens de uma vila da zona foram detidos depois de matar sete estrangeiros que chegaram ao local em busca do yarsagumba. Os acusados ainda aguardam julgamento.

Várias empresas farmacêuticas norte-americanas começaram a investigar o uso do produto para o tratamento de cancro. Actualmente, um quilo do fungo pode custar dez mil dólares.

 

Via SOL

02
Jan11

Ciência & Tecnologia. O que se vai descobrir este ano?

olhar para o mundo

Ciência e tecnologia, o que será 2011

 

Para quem se lembra de ver, numa TV a preto e branco, o homem chegar à Lua, pode parecer loucura o que aí vem. Ver uma T-shirt transformada num ecrã de imagens ou assistir à descoberta de um planeta semelhante à Terra já não são só hipóteses. Estão mesmo para acontecer. Já este ano

 

TECNOLOGIA

01 iPad 2, PlayBook e PalmPad 
A segunda geração do iPad será anunciada já no início de 2011 e deverá estar nas lojas no final do primeiro trimestre. Os rumores apontam para que já inclua duas câmaras, porta USB e um novo processador. Depois do sucesso estrondoso da primeira versão, contra as expectativas iniciais dos analistas, também a Research in Motion (BlackBerry) e a HP irão lançar-se neste mercado. ARIM vai começar a vender o PlayBook, que terá nas empresas o grande alvo, e a HP prepara-se para anunciar o primeiro tablet – a que o mercado chama PalmPad – com o sistema operativo webOS, proveniente da compra da Palm. O Goldman Sachs espera que só em 2011 sejam vendidos perto de 55 milhões de tablets.

 

02 iPhone 5 e dual-core
iPhone 5 já está a ser testado e se for mantida a tradição está cá fora entre Junho e Julho. O telemóvel da Apple terá uma nova arquitectura de antena, para resolver os problemas do iPhone 4, com um processador mais rápido (1,2 GHz) mais memória e armazenamento e um ecrã ligeiramente maior. Uma vez que continua a ser a referência da nova geração de smartphones, o lançamento será muito aguardado. Além disso, espera-se para este ano um surto de smartphones com processador dual-core, depois de a LG ter lançado o primeiro do género há poucas semanas. Os chips com dois "cérebros" vão abrir caminho a telemóveis com mais poder do que alguns PC.

 

03 Portáteis com dois ecrãs
Fala-se disto há anos, mas nunca pegou verdadeiramente. No entanto, 2011 é o ano em que os portáteis com dois ecrãs podem ter sucesso. A Toshiba experimentou o conceito com o Libretto W105 e esperam-se mais lançamentos no Consumer Electronics Show, que arranca na próxima semana em Las Vegas.

 

04 Portáteis com Chrome OS

Este ano poderá marcar o início do fim do domínio mundial do Windows. Até agora, nem os sistemas operativos open-source (tipo Linux) nem o da Apple (Mac OS) fizeram estragos no reinado do Windows. No entanto, o novo sistema Chrome, que está em beta e a ser testado no portátil-pilotoCr-48, é a terceira via mais credível das última décadas. Os primeiros portáteis com Chrome começam a ser vendidos no segundo trimestre e serão fabricados pela Acer e pela Samsung. AGoogle espera que o destino seja o mesmo do Android, que relegou o Windows Mobile para o fundo da tabela. 

05 HTML5
A guerra entre a Apple e a Adobe por causa do Flash (plataforma mais usada para as animações nos sites) criou espaço para que se discutisse à séria o HTML5 – que muitos acreditam poder substituir o Flash na próxima geração de conteúdos web. Em 2011 estão criadas as condições para que os programadores se virem para esta linguagem, alegadamente mais fiável e menos problemática do que o Flash.

 

06 Loja de aplicações para MAC
A próxima quarta-feira é o dia marcado para o arranque da primeira loja de aplicações para computadores, no sentido mais clássico do aparelho. A Mac App Store da Apple representa o arranque de uma nova forma de distribuição de software para computadores, da mesma forma que a loja de aplicações para o iPhone mudou totalmente o tipo de software que se pode instalar num telemóvel e inaugurou um novo e lucrativo mercado para programadores. Ainda não se sabe quantas aplicações ou de que tipo estarão presentes, mas é muito provável que este seja o fim da instalação de software com recurso a suportes físicos, tipo CD ou USB. Vai haver uma aplicação para tudo.

 

07 Superfícies interactivas
É uma tecnologia revolucionária e tem assinatura portuguesa: a YDreams lança em Maio a sua spinoff Interactive Surfaces, com sede na Alemanha, e promete transformar qualquer superfície – sim, qualquer uma, de T-shirts e mesas a papel de jornal – em ecrãs com imagens. Segundo António Câmara, CEO da YDreams, é tudo baseado em química e demorou quase três anos a desenvolver e a patentear.

 

08 Quarta geração móvel
Vodafone já anunciou que vai começar a implementar o 4G na Alemanha e que todo o país estará coberto no final do ano, com base no LTE (long term evolution). Apesar de ainda não haver telemóveis compatíveis, o início dos investimentos deverá impulsionar os fabricantes – mesmo que a comissária europeia com a tutela da agenda digital, Neelie Kroes, já tenha admitido que o 4G só se vai massificar na Europa em 2013. Por outro lado, também os Estados Unidos têm já vários projectos a decorrer com 4G, da Sprint e agora da Verizon.

 

09 Televisões com internet
As televisões com ligação web já andam por aí, mas agora é que vão chegar os serviços e os conteúdos adequados para justificar o investimento. Com ou sem o lançamento oficial da plataforma Google TV, que é basicamente transportar o melhor da Google para a televisão, espera-se já para os próximos meses uma avalancha de novos serviços e conteúdos exclusivos para as televisões com internet. Talvez seja desta que a tão falada convergência entre a televisão e o computador se concretize.

 

10 Near-field communications
Ok, a Nokia brincou a isto nos últimos anos mas ninguém lhe ligou nenhuma. A NFC é uma tecnologia sem fios de alcance curto que permite trocar informações entre aparelhos. Por exemplo, um telemóvel com chip NFC pode aceder ao menu de um restaurante passando com o visor em cima do nome; basta que este esteja codificado. O NFC tem condições para rebentar agora porque a nova versão do Android suporta chips NFC e os fabricantes já estão a preparar a novidade.

 

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CIÊNCIA

01 Descobrir uma irmã Terra
À hora destas previsões já foram descobertos 515 planetas fora do sistema solar. Nos cálculos do investigador Samuel Arbesman, de Harvard, dado o ritmo das descobertas, há uma probabilidade de 82% de se encontrar um planeta como a Terra no final deste ano. Até ao momento, o candidato mais promissor foi anunciado em Setembro. O Gliese 581 g está na chamada "zona habitável" da sua estrela – no limite de distância para poder ter água líquida – mas terá temperaturas negativas e o triplo da massa da Terra. Mais do que encontrar planetas no espaço – afinal eles abundam e existirá no universo o triplo das estrelas que se pensava – é preciso ter a sorte de apontar na direcção certa para achar a equivalência perfeita.

 

02 Turistas espaciais
Basta recordar a saga que está a ser enviar o Discovery pela última vez ao espaço (e o vaivém já voou 38 vezes) para justificar a introdução que se segue. Se tudo correr bem, a primeira nave espacialcomercial deverá cruzar o espaço este ano. A garantia é do presidente da agência de viagens espacialVirgin GalacticWill Whitehorn. Já há 390 turistas com lugar reservado e os bilhetes custam 200 mil dólares. Entretanto, e reparadas todas as avarias, o Discovery só deverá partir depois de Fevereiro.

 

03 Epidemias resistentes
Os casos de tuberculose em Londres aumentaram 50% na última década. O alerta foi lançado na "Lancet" e dá conta de novas estirpes entre a população prisional e sem-abrigo com hiper-resistência às terapêuticas. Em 2010, o isolamento de superbactérias provocadas por uma mutação no geneNDM-1, que as torna resistentes à maioria dos antibióticos, voltou a alertar para os riscos do seu consumo excessivo e para a rápida circulação das epidemias deste século.

 

04 Genoma para que te quero
Acredita-se que 85% das doenças genéticas podem ser determinadas por uma pequena porção do genoma, o exoma, responsável por codificar proteínas. Se sequenciar todo um genoma continua a custar mais de 5 mil euros e ainda demora quatro meses, restringir a procura a apenas 2% fica mais barato e produz resultados mais rápidos que possibilitarão desenvolver diagnósticos e tratamentos para doenças raras, menos escrutinadas pela indústria. Em 2011 está também previsto que termine oProjecto 1000 Genomas: a maior base de variações genéticas humanas, feita a partir de 2500 amostras de diferentes populações, incluindo a ibérica.

 

05 Telescópio grande e gelado
Chama-se Cubo de Gelo e está sediado no Pólo Sul. A construção do maior telescópio de neutrinos do mundo, na estação norte-americana de Amundsen-Scott, ficou concluída a 18 de Dezembro e promete em 2011 as primeiras observações. Custou mais de 200 milhões de euros e tem um detector de partículas a 1400 metros de profundidade. Explicar a matéria negra é uma das ambições dos investigadores.

 

06 Dilemas matemáticos
Dos problemas teóricos em aberto, o mítico (se for dado às coisas da computação) P=NP tem o desfecho profetizado para 2011. Nas lides computacionais há problemas fáceis e outros que aparentam ser mais difíceis (são precisas mais operações para os resolver). O que os investigadores não sabem é se os problemas que aparentam ser difíceis o são mesmo, e assim N seria diferente de NP... ou o contrário. Implicações: reboliço informático e pano para mangas para os teóricos. Confuso? Então, profetizamos nós: não vencerá o prémio de um milhão de dólares que o Clay Mathematics Institute promete à mente mais iluminada.

 

07 Células de embriões
A medicina regenerativa está a ganhar um novo fôlego. Depois de oito anos de entraves nos meandros da política norte-americana, o primeiro ensaio clínico com células estaminais derivadas de embriões foi para a frente em 2010. A biotecnológica Geron, sediada na Califórnia, iniciou um plano de tratamentos para validar o tratamento de lesões da coluna. Um segundo ensaio para testar um tratamento a uma doença hereditária que provoca cegueira durante a infância também já foi aprovado pela FDA.

 

08 Controlar o vírus da sida
O caso do paciente de Berlim – o homem a quem foi possível reverter uma infecção com VIH depois de transplantes de medula – poderá não passar de uma prova de conceito. Mas cada vez há mais boas notícias entre os investigadores que combatem a sida. O uso de medicamentos anti-retrovirais como profilaxia mostrou resultados positivos em diferentes ensaios clínicos, do gel vaginal aos comprimidos. Revelou-se eficaz em mais de metade dos casos.

 

09 Vacina contra a malária
A primeira vacina contra a malária, destinada a crianças, poderá chegar no final do ano. Apesar de ainda não ser perfeita, os anticorpos que têm vindo a ser de-senvolvidos pela GlaxoSmithKlineprevinem metade das infecções. A farmacêutica ainda não fixou o preço da vacina mas diz que os lucros não excederão os 5%. Em África, a doença ainda mata uma criança a cada 45 segundos. Um dos objectivos do milénio é reduzir a mortalidade infantil dois terços até 2015.

 

10 Compre já um carro voador
Se é adepto dos avanços mais futuristas, vá a Terrafugia.com. A star-up fundada por dois engenheiros do Instituto de Tecnologia de Massachusetts promete entregar os primeiros carros voadores em 2011. Para guiar/pilotar um Transition terá de ter carta/licença para pilotar ultraleves. A vantagem, dizem eles, é que abastece numa bomba normal e dá para estacionar na garagem. O preço ainda não está fechado: paga 10 mil dólares de sinal e a factura final deverá estar entre os 200 mil e os 250 mil dólares.

 

Via ionline

24
Dez10

Ciência e tecnologia made in 2010

olhar para o mundo

O ipad, uma das descobertas da década

 

Novos planetas: Um sistema solar muito parecido com o nosso

Uma equipa internacional de caçadores de planetas extra-solares (entre os quais os portugueses Alexandre Correia, da Universidade de Aveiro, e Nuno Santos, do Centro de Astrofísica da Universidade do Porto) descobriu este ano, a 127 anos-luz de nós, um sistema solar composto por sete planetas que é o mais parecido com o nosso sistema solar descoberto até agora. Um dos seus planetas é provavelmente rochoso e pouco maior do que a Terra; um outro, também rochoso, será semelhante a Saturno. Os outros cinco são gasosos como Neptuno. Todos eles giram em torno de uma estrela chamada HD 10180, na constelação da Hidra. Desde 1995 já foram detectadas centenas de planetas extra-solares e 15 sistemas solares com pelo menos três planetas. 

O primeiro planeta extra-solar de sempre foi descoberto por Michel Mayor e Didier Queloz, do Observatório de Genebra, na Suíça (que também integram esta equipa). Os resultados foram anunciados em Agosto e publicados a seguir na revista Astronomy and Astrophysics. É, porém, quase certo que o planeta mais semelhante ao nosso não alberga vida (nem passada, nem presente), uma vez que se encontra demasiado perto da sua estrela para isso ser possível. Por Ana Gerschenfeld (AG)

Vida artificial: Fabricar uma bactéria em laboratório

Este ano, Craig Venter e a sua equipa, do J. Craig Venter Institute, nos EUA, publicaram um resultado que vinham anunciando há bastante tempo: tinham conseguido criar, em pratinhos de laboratório, a primeira forma de vida artificial.

Antes disso já tinham fabricado cópias do genoma de uma bactéria natural, Mycoplasma micoides, utilizando versões sintéticas dos componentes de base do ADN, disponíveis no comércio. E também já tinham mostrado que as células de uma outra espécie bacteriana, Mycoplasma capricolum, parecida mas diferente, eram capazes, se fossem previamente privadas do seu próprio genoma, de "adoptar" e portanto de reproduzir o genoma natural de Mycoplasma micoides. Agora, os cientistas conseguiam realizar a terceira etapa do seu programa: fazer com que as células de Mycoplasma capricolum adoptassem o ADN artificial de Mycoplasma micoides, criando assim microrganismos com um património genético totalmente artificial. 

O trabalho não foi fácil: na primeira tentativa, não aconteceu nada. E, ao longo de meses, a equipa teve de eliminar os erros de código que impediam que o genoma artificial funcionasse, corrigindo literalmente letra a letra o ADN (que continha um milhão de "letras"). Exactamente como os autores de software que, para fazer funcionar um programa de computador, precisam de fazer o debugging do código informático.

Quando os resultados foram publicados, em Maio, na revista Science, houve quem dissesse que isto equivalia a fazer de Deus. Mas não é bem assim. Venter e os seus colegas não criaram vida de raiz - o que continua a ser impossível de fazer. Para reproduzirem o ADN artificial que tinham construído, recorreram à maquinaria celular, extremamente complexa, de uma bactéria já existente. 

Claro que isso não significa que não se deva reflectir sobre as implicações éticas e de segurança que as criações deste tipo podem vir a colocar. Aliás, os cientistas congratularam-se por esse aspecto do problema ter sido sempre uma das suas grandes preocupações em todo este processo.

Quanto a aplicações futuras do resultado, elas podem ir desde a invenção de algas produtoras de biocombustíveis inéditos à geração de bactérias capazes de fabricar novas vacinas e medicamentos. E talvez outras coisas que ainda ninguém imaginou. A.G.

Nova forma de vida: A bactéria que gosta de arsénio

 

Via Público

02
Dez10

E a NASA pariu umas bactérias da Califórnia

olhar para o mundo

E A NASA pariu uma bactéria da California

 

A janela com que procuramos vida no Universo acabou de aumentar depois de uma equipa de cientistas encontrar pela primeira vez uma bactéria que se alimenta de arsénio. A descoberta é publicada hoje na edição online da revista Science e amanhã na edição impressa, e é o mistério que a NASA revela na sua conferência de imprensa.

 

Toda a vida que se conhece é construída com base em seis elementos: o carbono, o oxigénio, o hidrogénio, o azoto, o enxofre e o fósforo. São estes átomos que fazem as moléculas de ADN, as proteínas, as gorduras que compõem as células dos animais, das plantas, dos fungos e das bactérias. 

Quando se olha para fora do planeta Terra para encontrar vida, os cientistas têm o hábito de procurar por ambientes que podem disponibilizar estes elementos. “A vida como a conhecemos necessita de alguns elementos e exclui outros”, disse Arial Anbar, um dos autores do artigo, da NASA. “Mas serão estas as únicas opções? Quão diferente é que a vida pode ser?”, questionou o cientista, citado num comunicado de imprensa. 

A descoberta feita por Felisa Wolfe-Simon, primeira autora do artigo, que trabalha no Instituto de Astrobiologia da NASA, responde esta pergunta. O artigo começa por explicar que existem seres vivos que conseguem substituir átomos específicos de moléculas raras por outros que têm propriedades semelhantes. Como por exemplo, alguns artrópodes que têm cobre em vez de ferro no seu sangue.

A cientista tentou verificar esta possibilidade com um dos seis elementos principais – o fósforo. Este átomo, que compõe a estrutura do ADN e é importantíssimo para a composição de proteínas e gorduras, poderia ser substituído pelo arsénio, um átomo maior, altamente venenoso, mas que está exactamente abaixo do fósforo na coluna da Tabela Periódica, o que indica que tem muitas propriedades semelhantes.

“Nós pusemos não só a hipótese que sistemas bioquímicos análogos aos que conhecemos hoje poderiam utilizar arsénio com a função biológica equivalente ao fosfato”, explicou em comunicado Wolfe-Simon, “mas também que estes organismo tivessem evoluído no início da Terra e pudessem persistir até hoje em ambientes invulgares.”

Para isso, a astrobióloga foi até ao lago Mono na Califórnia, rico em arsénio, para retirar amostras de sedimentos com populações de bactérias. No laboratório, colocou estas amostras numa cultura rica em arsénio e sem nenhum fósforo. Ao final de algum tempo verificou que tinha bactérias a crescer.

A estirpe que cresceu chama-se GFAJ-1 e pertence à família das bactérias Halomonadaceae. Apesar de crescer melhor em ambientes com fósforo, a equipa fez vários testes e encontrou provas que o arsénio foi incorporado no ADN e nas proteínas.

“Este organismo tem uma capacidade dupla. Pode crescer tanto com fósforo como com arsénio. Isso torna-o muito peculiar; no entanto [esta bactéria] está longe de ser uma verdadeira forma de vida alienígena que deriva de uma árvore diferente da vida”, explicou Paul Davies, um dos autores do artigo e físico teórico, grande interessado em astrobiologia, director do BEYOND Centro para os Conceitos Fundamentais de Ciência, da Universidade do Arizona, acrescentando que esta descoberta pode ser a ponta de um iceberg de diferentes tipos de vida que até agora a comunidade científica não prestou atenção.

Segundo Felisa Wolfe-Simon, o mais importante é que estes resultados voltam a lembrar a flexibilidade da vida. “Esta história não é sobre o arsénio ou sobre o lago Mono”, explicou. “Se existem seres aqui na Terra que podem fazer algo tão surpreendente, o que é que a vida ainda pode mostrar que nós não vimos?”

 

Via Público

01
Dez10

A NASA descobriu vida extraterrestre?

olhar para o mundo

A nasa descobriu vida extraterrestre?

 

NASA agendou para dia 2, quinta-feira, uma conferência de imprensa sobre Astrobiologia
Na palestra, vão discursar nomes ligados à evolução das espécies ou à possibilidade de vida em Marte, o que lança a especulação sobre que descoberta ligada à astrobiologia terá sido feita. 
Na sexta-feira, a NASA divulgou a descoberta de vestígios de oxigéniodióxido de carbono emReia, a maior das luas de Saturno, pela sonda Cassini.
A conferência vai ser transmitida em directo através do site da NASA.

30
Nov10

Cérebro feminino é mais activo que o masculino

olhar para o mundo

Cérebro feminino é mais activo que o masculino

 

Já se dizia que o cérebro dos homens entra em repouso com mais facilidade que o das mulheres, mas agora há uma explicação científica para isso: a actividade do cérebro é mais intensa nas mulheres do que nos homens. É por isso que eles conseguem ficar sem pensar durante um período maior de tempo.

A descoberta surgiu por acaso, quando Adriana Mendrek, investigadora canadiana do departamento de Psiquiatria da Universidade de Montreal e do Centro de Investigação Fernand-Seguin, estudava várias pessoas no âmbito de uma investigação sobre esquizofrenia, comparando a sua actividade cerebral. Na análise, foram estudadas 42 pessoas não afectadas por esta doença, dos 25 aos 45 anos, realizando uma tarefa com uma figura em 3D enquanto a sua actividade cerebral era medida por ressonância magnética. A medida desta actividade foi registada quando os sujeitos, de ambos os sexos, descansavam. A partir daí a equipa de Mendrek verificou que enquanto as mulheres reflectiam sobre aquilo que tinham acabado de fazer e pensavam naquilo que iriam realizar depois, os homens se limitavam a descansar. A investigadora defende que as mulheres gerem mais tarefas e têm mais preocupações, mesmo na sociedade actual, facto que pode estar ligado a uma actividade cerebral mais intensa. Resta saber quais são as medidas da actividade cerebral que definem uma ligação entre os papéis das hormonas e da pressão social nas mulheres, em comparação com os homens.

23
Nov10

Um comprimido por dia ajuda a evitar a infecção por HIV nos homens

olhar para o mundo

Um comprimido por dia para prevenir a Sida

 

Um comprimido que se toma uma vez por dia pode proteger da infecção por HIV homens que fazem sexo com outros homens. O primeiro estudo que demonstra a viabilidade desta estratégia foi publicado hoje online na revista “New England Journal of Medicine”.

 

O ensaio clínico verificou uma redução de 43,8 por cento de novas infecções pelo vírus da sida entre os homens que tomavam um comprimido que contém dois antirretrovirais no mercado (emtricitabina e tenofovir, vendidos sob o nome comercial Turvada). 

Quer isto dizer que, dos 1248 participantes que receberam um comprimido sem efeitos clínicos (um placebo), 64 ficaram infectados com HIV durante o estudo, enquanto apenas 36 dos que tomaram Truvada adquiriram a infecção. 

Mas a aderência ao regime médico é muito importante. As pessoas que tomaram o medicamento de forma regular e consistente (tomaram-no 90 por cento das vezes em que deviam fazê-lo) viram o risco de contrair a infecção reduzir-se em 72,8 por cento. 

O estudo forneceu “a primeira prova” de que os comprimidos usados para controlar o HIV nas pessoas infectadas podem também ajudar a evitar novas infecções, disse Robert Grant, da Universidade da Califórnia em São Francisco, o líder da equipa que publicou agora o trabalho.

A ideia por trás deste ensaio clínico é nova: até agora, só muito excepcionalmente se usam os medicamentos antirretrovirais antes de saber que se alguém é seropositivo. Se um profissional de saúde entra em contacto com seringas com sangue infectado, por exemplo. Ou, no caso dos bebés de mães seropositivas, os bebés são tratados logo após o parto, para evitar a transmissão do vírus. 

O que se pretende testar é a ideia de tomar um medicamento agora usado para controlar a doença de forma preventiva, para tentar evitar a transmissão do vírus, como mais uma barreira à entrada do vírus do organismo – juntando-se ao preservativo e a outros cuidados. Os Centros para o Controlo e Prevenção das Doenças dos Estados Unidos emitiram aconselharam a que a profilaxia de pré-exposição “nunca seja encarada como a primeira linha de defesa contra o HIV”. 

Participaram no estudo 2499 homens (e transexuais, que nasceram como homens mas hoje são mulheres) que fazem sexo com homens, provenientes do Peru, do Equador, do Brasil, dos Estados Unidos, da África do Sul e Tailândia. A todos foi aconselhado usar preservativos, reduzir o número de parceiros sexuais, fazer análises frequentemente e receber tratamento para outras doenças sexualmente transmissíveis que aumentam as possibilidades de contrair HIV:

Este ensaio, conhecido como iPrEx (Iniciativa de Profilaxia de Pré-Exposição) é apenas um de cinco grandes estudos que pretende apurar a eficácia do uso de medicamentos orais para limitar as infecções por HIV – que se estima serem 7000 em todo o mundo, todos os dias. 

Os activistas da luta contra a sida e da investigação de novas formas de tratar a sida e a infecção pelo HIV receberam a notícia destes resultados com entusiasmo – sugerindo mesmo que a demonstração de que esta abordagem da prevenção funciona pode vir a mudar a prevenção de novas infecções pelo vírus, pelo menos em alguns grupos de pessoas. 

Mas, como sublinha Nelson Michael, da Divisão de Retrovirulogia do Instituto de Investigação do Exército Walter Reed, que assina um comentário ao trabalho também divulgado online pela “New England Journal of Medicine”, estes resultados também nos colocam “verdadeiros desafios”. 

Antes de mais, resta saber se esta abordagem funcionará também noutros grupos de risco para a transmissão desta doença viral, como as mulheres da África subsariana, cujos maridos e parceiros sexuais não usam preservativos, e os utilizadores de drogas injectáveis – cuja via de infecção é diferente. Mas há outros estudos em curso para estas categorias.

 

Via Público

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